Onde E Quando A Festa Junina Surgiu?

Onde e quando a festa junina surgiu

O mês de junho marca não apenas o fim do primeiro semestre do ano como também a chegada de uma das comemorações populares mais adoradas pelos brasileiros: a festa junina. Afinal, é impossível não se deixar levar pelo ritmo envolvente da quadrilha ou pelos quitutes deliciosos feitos à base de milho e amendoim, ou então do sempre aclamado quentão.

“No caso da festa junina, descobrimos que estão relacionadas a festividades pagãs realizadas na Europa durante a Idade Média, na passagem da primavera para o verão, momento chamado de solstício de verão (que acontece nessa região em junho)”, disse Maurício Saliba, professor de Sociologia da Universidade Estácio, em entrevista ao Aventuras em 2022.

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Já em meados do século 6, a Igreja Católica passou a associar essa tradição pagã à data de nascimento de São João. “Segundo a tradição católica, Isabel fez uma fogueira para avisar sua prima Maria do nascimento de seu filho, São João. A ligação entre cultura pagã e cristianismo é reproduzida até hoje tendo a fogueira como um elemento simbólico e importante”, diz o docente. 

Assim, aos poucos, a festa foi se adaptando ao nosso país. Um grande exemplo disso é a dança da quadrilha, que possui sua origem nas danças da nobreza francesa, mas hoje em dia possui uma levada muito mais regional. 

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Saliba conta que, com esse processo, a festa originalmente pagã acabou sendo incorporada ao calendário festivo do catolicismo — sendo celebrada pelos católicos. Essa prática de conversão, aliás, era muito comum naquele período, servindo para consolidação da Igreja Católica e facilitando a conversão de diferentes povos pagãos. 

A festa junina que conhecemos atualmente só passou a ser desenhada quando a Igreja Católica começou seu processo de cristianização e deu à festa um “caráter cristão” — onde se comemora e festeja os santos, como Santo Antônio, São João e São Pedro.

“Já era uma tradição bastante popular em Portugal e Espanha, e era conhecida como festa joanina, em referência a São João, mas, como ocorre em junho, seguindo a tradição da sua criação, seu nome foi alterado para festa junina”, conta Saliba.  

MEIO AMBIENTE

Pensando nisso, a equipe do site do Aventuras na História resolveu esclarecer alguns desses questionamentos. Embora a matéria não ensine como se faz um belo quentão, contaremos como essa comemoração desembarcou em solo tupiniquim em meados do século 16. Confira!

Na Idade Média, por exemplo, era comum que as festas pagãs fossem realizadas em torno de fogueiras, que saudavam a chegada do verão e simbolizavam a proteção contra os maus espíritos. “Essa tradição foi mantida e seguida pelo catolicismo”, pontua Saliba.

“E isso era feito adicionando essas festas ao calendário católico e, sobrepondo a elas, elementos cristãos. Várias outras festas católicas nasceram entre os pagãos ou mesmo entre os romanos e foram aculturadas e cristianizadas, se transformando em festas católicas. O Natal é outro exemplo”, diz.

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“A festa junina, que surge no meio pagão, vai sendo aos poucos cristianizada, ou seja, adotada e convertida ao cristianismo, a partir do momento em que o Cristianismo se confirma como a principal religião da Europa”, aponta ele. 

Mas engana-se quem pensa que esses elementos são arbitrários. “O fogo tem lugar de destaque em todas as culturas, até porque o avanço da humanidade acontece com o domínio do fogo", ressalta Maurício.

“As civilizações antigas como gregos e celtas comemoravam a data como uma celebração de fertilidade, rogando aos deuses que garantissem boas colheitas. Geralmente, essas festas tinham muita comida, bebida, dança e fogueiras”, completa. 

A chegada da festa junina ao Brasil

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O solstício de verão, justamente, marca o começo do verão no hemisfério norte, o que engloba a Europa. Desta forma, aponta o professor, em junho, povos camponeses europeus se juntavam para celebrar a colheita e pedir proteção, o que acabou mantido pelo calendário católico. 

O professor conta que estas festas não tinham o mesmo significado que possuem hoje e tampouco eram celebradas da mesma forma. “Elas tinham por objetivo afastar os maus espíritos ou pragas que afetassem as lavouras. Celebrava-se o tempo de plantar e pedia-se proteção aos deuses para as colheitas”. 

Origem das festas juninas

“Por conta do chamado de 'solstício de verão', que tem origem nos termos latinos 'sol' e 'sistere', traduzidos como a 'parada do Sol'. Pela posição do sol, tem-se a impressão de que ele para de movimentar-se no céu. Na verdade, é um evento astronômico em que a Terra recebe a maior quantidade de raios solares e são, consequentemente, os dias mais longos e as noites mais curtas do ano”, explica. 

Por aqui, a festa junina, além dos fatores já citados, também é conhecida por símbolos que, embora não sejam exclusivos apenas desta data do ano, fazem uma associação direta com ela: como as fogueiras e o milho. 

O costume de soltar balões também veio dos lusitanos, embora, hoje, a prática seja um crime previsto nas leis ambientais. Outro ponto que se ‘regionalizou’ foram as decorações. No princípio, as famosas bandeirinhas eram decoradas com figuras de santos, mas os passar dos anos as tornaram mais coloridas.

Artigos Festa Junina

Se na Europa a festa junina começou a se espalhar por conta da influência católica, no Brasil as coisas não foram diferentes. Em terras tupiniquins, a tradição desembarcou em meados do século 16, através dos portugueses, durante o processo de colonização.

Por fim, como já dito, as antigas festas eram regadas de bebidas e comidas oriundas das plantações. No Brasil, a festa junina incorpora essa tradição, trazendo sua culinária do campo para alimentos feitos à base de milho, como pamonha, curau, pipoca, bolos de milho e tudo mais. “No nordeste do Brasil, a festa junina é uma tradição muito forte com grandes festas que se prolongam até o mês de julho”, encerra Maurício Saliba.

Extremamente popular nos dias atuais, a festa junina que celebramos hoje não se parece nenhum pouco de como era sua comemoração ‘original’. Se na contemporaneidade a tradição é muito ligada ao catolicismo, suas origens remetem aos festivais pagãos. 

Como são chamadas as festas similares a Festa Junina nos Estados Unidos?

Pode dizer que é a feast of Saint John (festa de São João) ou, simplesmente um June fest (festival de junho). Para a pessoa ter noção do que se trata, diga ainda que a festa se assemelha muita a carnivals ou county fairs, que são feiras e festivais que acontecem em pequenas cidades, em especial nos EUA.

O que significa quermesse no Estados Unidos?

Uma quermesse é um tipo de festa realizada geralmente no pátio externo de uma igreja. Tem barracas que vendem bebidas e comidas.

Qual cidade brasileira tem o maior São João do mundo?

Autodenominada como o “maior festa de São João do mundo”, a festa de Campina Grande, no agreste da Paraíba, se estende por nada menos que um mês inteiro. Em 2016, será de 3 de junho a 3 de julho, com centenas de atrações acontecendo no imenso Parque do Povo, que sedia o evento desde 1983.

Onde acontece a maior festa religiosa do mundo?

Cada ciclo de doze anos inclui o Maha Kumbha Mela (maha = maior) em Prayagraj, onde milhões de devotos hindus se reúnem para se banhar no Sangam, local de encontro dos rios sagrados Ganges, Yamuna e Saraswati para se purificar, naquele que é o maior festival religioso do mundo.

Qual é a religião da festa Círio de Nazaré?

O Círio de Nazaré é uma procissão católica que acontece todos os anos em Belém do Pará, no Norte do Brasil, no segundo domingo de outubro.

Quais são as manifestações religiosas católicas?

De Norte a Sul do país, comemorações atraem todo ano milhões de fieis

  • Festa dos Santos Reis (Carpina, Pernambuco) ...
  • Festa do Bonfim (Salvador, Bahia) ...
  • Festa de São Sebastião (Serra, no Espírito Santo) ...
  • Festa de Iemanjá (Salvador, Bahia) ...
  • Semana Santa (em todo o Brasil)

O que manifestações religiosas?

São comemorações de acontecimentos, personalidades, fatos ou mistérios que, ao manifestarem publicamente as convicções religiosas de um grupo social, fortalecem a pertença de cada pessoa ao grupo de símiles que comungam das mesmas convicções religiosas.