Há exatos 10 anos um incidente grave foi de repercussão mundial. Um Airbus A320 da US Airways, havia decolado de Aeroporto La Guardia, em New York, e teve que cancelar o voo para Charlotte, Carolina do Norte, devido a um choque com vários gansos canadenses, levando ao Comandante Sully a realizar um pouso digno de filme (e isso aconteceu), no gelado Rio Hudson.
Pela janela, os viajantes notaram a presença de fogo e a aeronave apresentava sinais de que iria perder as forças. No mesmo momento, o comandante avisou pelo rádio o ocorrido e tentou retornar para o aeroporto.
Naquele dia, o voo 1549 da US Airways partia do aeroporto LaGuardia, em Nova York, com destino a Charlotte, na Carolina do Norte, levando 155 pessoas a bordo, sendo 150 passageiros e cinco tripulantes. Seis minutos após a decolagem, houve a colisão com um bando de gansos, o que levou à perda de potência dos dois motores.
Porém com todas as gravações e dados do voo, simulações foram feitas e nas mesmas os pilotos convocados conseguiram pousar em um aeroporto. Mas o que não foi levado em consideração foi ‘fator humano’.
O voo 1549 da US Airways se tornará naquele dia um dos maiores destaques nas TVs dos EUA e do mundo. Afinal, não é sempre que se vê o pouso de um avião em um rio, onde as 155 pessoas a bordo saem sem ferimentos graves.
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“Mayday mayday mayday. Uh, este é, uh ….. o Cactus quize trinta e nove (referindo-se de forma errada ao número 1549 do voo), atingiu pássaros, perdemos a potência nos dois motores, estamos virando de volta para LaGuardia.”
A frase “Estaremos no Hudson” foram as últimas palavras pronunciadas por Sully — como era conhecido — antes de perder o contato com a torre de controle. Enquanto os funcionários do aeroporto de LaGuardia, em Nova York pensavam que isso seria o fim, os passageiros da aeronave entravam em desespero. Sully agiu de maneira rápida e precisa, salvando a vida das 155 pessoas que estavam a bordo no voo 1549 da US Airways.
– O tempo entre a colisão com os gansos e o momento em que os pilotos confirmam que o avião não tinha mais condições de voar adequadamente durou cerca de 20 segundos e não foi levado em conta inicialmente pelos investigadores do NTSB. Com isso, havia mais tempo para conseguir realizar o pouso em algumas das simulações feitas, levando a acreditar que, em certas circunstâncias, seria possível o retorno ao aeroporto de LaGuardia.
O avião foi içado para fora do rio, e estava no Museu de Aviação Carolinas no Aeroporto Internacional de Charlotte Douglas até recentemente. Porém, segundo o New York Post, o avião foi colocado em armazenamento enquanto o museu procura um novo lar. O aeroporto precisava do espaço.
Quando fez um pouso forçado de emergência no meio do Rio Hudson, Sully agiu da única maneira que conseguiu na ocasião, seu feito terminou de maneira exemplar, entretanto, o homem foi alvo de investigações.
Dois minutos depois, após diversos contatos com o controle de voo e diversas ações no cockpit buscando restabelecer potência nos motores e definir onde seria possível chegar para o pouso, o controlador questiona “Em qual pista você gostaria de pousar em Teterboro?”, fazendo referência a outro aeroporto próximo.
Sullenberger, Skiles e a tripulação de voo evacuaram todos os 150 passageiros antes que o avião afundasse. Sullenberger ainda verificou o interior duas vezes antes de se evacuar, para ter certeza que não restava ninguém a bordo.
O perigo de um naufrágio era eminente, por isso, o processo foi dividido em etapas. Algumas pessoas ocuparam as duas asas do avião, enquanto outras estavam nos escorregadores infláveis que foram ativados.
O relatório preliminar do incidente, publicado em 16 de janeiro, declarou que a aeronave perdeu potência nos dois motores após se chocar com gansos-canadenses. Esta conclusão, e a perda simultânea de potência em ambos os motores, foi confirmada pelas gravações de voz da cabine e das gravações dos dados de voo, que foram recuperados da aeronave pelo NTSB, quando o avião foi retirado do rio em 18 de janeiro.
O caso do voo 1549 da US Airways também chegou nas telas do cinema. O filme Sully, dirigido por Clint Eastwood e estrelado por Tom Hanks, foi lançado em 2016 e reproduzindo em cinemas do mundo todo. O filme retratou todas as cenas de antes, durante e depois do desfecho deste pouso no Rio Hudson.
É de conhecimento prévio na história da aviação, que pousar um avião na água é algo extremamente difícil. Sabendo do perigo, o piloto avisou os passageiros para se prepararem para um forte impacto.
Foi neste momento que os pilotos perceberam que o avião está perdendo a potência e passaram a fazer os procedimentos para tentar religá-los, declarando a emergência da aeronave pelo rádio com a frase "mayday, mayday, mayday".
Com calma, Sully realizou o pouso com precisão e maestria, a junção de sua experiência com uma pitada de sorte fizeram com que tudo acabasse bem. Assim que a aeronave estagnou no rio, a evacuação dos passageiros começou a ser feita.
– Durante a reconstituição do voo feita em simuladores, os investigadores conseguiram pousar a aeronave em apenas oito das 15 tentativas, sem levar em conta a reação de um piloto na vida real, com o tempo de resposta e a checagem dos sistemas da aeronave. Em uma das simulações nas quais o fator humano foi levado em consideração, a aeronave caiu na cidade de Nova York quando tentava retornar para LaGuardia.
Imediatamente são ouvidos sons que parecem dos motores perdendo potência. “Nós temos um ….. os dois perdendo potência”, comenta o comandante com seu parceiro.