Comenius buscou um método para ensinar de forma mais rápida e segu ra, pois pretendia tornar a aprendizagem eficaz e atraente mediante cuidadosa orga nização, em que ele próprio se empenhava na elaboração de manuais didático que iria uniformizar os conhecimentos a serem transmitidos, como também a língua em que esses …
Neste artigo – o qual aprofunda concepções defendidas em tese de doutorado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – analisa-se se na Didática Magna, de Comênio, há lugar para a enunciação do professor. Para Comênio, em princípio, o método de ensino governa tão minuciosamente as ações do professor que este desponta como um mero executor anônimo de um plano didático decidido de antemão por eruditos. Com base na Psicanálise e Educação e em suas concepções de sujeito, enunciação e implicação com o saber, procurou-se colocar à prova se a concepção aqui expressa é de fato absoluta na Didática. Tal expediente permitiu trazer à baila uma importante antinomia comeniana, a qual gira em torno da proeminência do método de ensino e da imprescindibilidade da viva voz do professor. A partir de tal antinomia se concluiu que na Didática há lugar para a enunciação do professor, e o mestre não é reduzido a um executor anônimo do método.
Pois bem, é precisamente em virtude da importância conferida também ao professor e não apenas ao método de ensinar que o pensamento do protestante Comênio ganha interesse para o campo da Psicanálise e Educação (campo no qual se inscreve o presente artigo). Afinal, os pesquisadores dessa área se alinham aos que colocam em xeque a alegada “superfluidade do professor” diante do emprego de técnicas de ensino que, pautadas pela mais estrita observância de procedimentos metodológicos objetivos, excluem a subjetividade docente, como se ela não representasse mais do que um fator de irracionalidade enquistado no ensino escolar.
A Didática é de suma importância para a formação do professor, pois deve proporcionar o desenvolvimento de sua capacidade crítica e reflexiva, possibilitando que o professor faça uma análise de forma clara sobre a realidade do ensino, proporcionando situações em que o aluno construa seu próprio saber.
Ora, mas ainda que tais pretensões didático-metodológicas sejam incontestes no livro em questão, é preciso aqui recompor, mesmo que de modo sabidamente parcial, algumas das razões comenianas que buscam legitimar essas pretensões.
Todavia, em vista dessa pretensão de replicar nos mais diversos níveis da escola a gradação natural, não é de espantar que comentadores do autor concluam – e queremos manifestar nossa discordância parcial em relação a essa conclusão – que o pensamento de Comênio só poderia conduzir a uma concepção tipicamente “ortopédica” de educação. No mais, seria ainda em vista de tal “ortopedia” que se deveria então levar a cabo, ano após ano, a manutenção estrita de uma mesma ordem geral da escola, e em função do que restaria ao professor realizar, tal como um astro, sempre o mesmo e exato curso em torno da multidão de alunos. Isto é, para o morávio seria o caso, supostamente, de se implantar um tão estrito controle metodológico sobre a escola, sobre os programas, o currículo, o aluno e, principalmente, sobre o professor, que, por consequência, este último despontaria apenas como um executor de um plano prévia e absolutamente resolvido pela metodologia de ensino.
O filósofo rejeita a força como motivo para a abstenção da liberdade, a não ser que o mais forte a transforme em direito, mas isso não seria aceito por todos e nem se perpetuaria.
No caso mais específico da criatura humana (ser esse que também foi infundido de um destino natural pela providência), o “erro público” cometido por todo o gênero humano através dos “primeiros pais” (Adão e Eva) acabou por corromper sua ordem natural. E, tal como ocorre a tudo o que não conserva a sua ordem/alma, a criatura humana se debilitou, cambaleou e caiu (eis que Comênio associa aí o “erro público” à chamada “queda”). E, em razão da “queda”, não é condizente, portanto, que se empregue o termo “natureza” para fazer referência ao estado dos seres humanos, tal como se consolidou após tal “pecado original”. A verdadeira natureza humana, para o autor, é somente aquela que um dia correspondeu à condição primitiva, integral e fundamental dos pais primeiros.
Paulo Freire (1921-1997) foi um educador brasileiro, criador de um método inovador para alfabetização de adultos. Seu método foi levado para diversos países. Paulo Freire nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1921.
Na linha de seu pensamento político e social, Rousseau realiza uma grande contribuição para a pedagogia com o seu pensamento filosófico sobre a educação. Assim, em Emílio, ou da Educação, ele propõe uma evolução natural da criança e do homem, que ele afirma serem nobres por natureza.
Na Didacografia ....O papel são os alunos, em cujos espíritos devem ser impressos os caracteres das ciências. Os tipos são os livros didácticos e todos os outros instrumentos propositadamente preparados para que, com a sua ajuda, as coisas a aprender se imprimam nas mentes com pouca fadiga. A tinta é a viva voz do professor que transfere o significado das coisas, dos livros para as mentes dos alunos. O prelo é a disciplina escolar que a todos dispõe e impele para se embeberem dos ensinamentos [ênfase adicionada] (p. 458).
O amor conjugal e o fraternal surgem nesse momento, segundo Rousseau. … Assim, segundo Rousseau, as desigualdades entre os homens têm como base a noção de propriedade privada e a necessidade de um superar o outro, numa busca constante de poder e riquezas, para subjugar os seus semelhantes.
[A ordem é] a disposição das coisas anteriores e posteriores, maiores e menores, semelhantes e dissemelhantes, consoante o lugar, o tempo, o número, as dimensões e o peso devido e conveniente a cada uma delas.... Com efeito, tudo aquilo que é ordenado, durante todo o tempo em que conserva a ordem, conserva o seu estado e a sua integridade; se se afasta da ordem, debilita-se, vacila, cambaleia e cai.
Bem, a resposta talvez fosse “sim”, não fosse o fato de que, até mesmo para os fins da doutrinação religiosa, a “voz” cumpre uma função em nada “anônima”. É que na Didática Magna
Efectivamente, o que é que faz com que o mundo seja o mundo e se mantenha em sua plenitude? Sem dúvida, o facto de que cada criatura, segundo a prescrição da natureza, permanece escrupulosamente dentro dos seus próprios limites; esta manutenção da ordem particular conserva a ordem do universo [ênfase adicionada].
Froebel defendia a educação sem imposições às crianças porque, segundo sua teoria, elas passam por diferentes estágios de capacidade de aprendizado, com características específicas, antecipando as idéias do suíço Jean Piaget (1896-1980). Froebel detectou três estágios: primeira infância, infância e idade escolar.
Ora, sob tal perspectiva, o professor começa a despontar, pois, como uma engrenagem numa máquina que, convenientemente organizada e harmonizada em suas partes e em seu todo, poderá ser posta em movimento, sem o risco de deixar de progredir seguramente. E isso será garantido somente se o professor seguir o modus operandi da natureza e, portanto, o da magna providência – expediente imprescindível para recompor a ordem perdida desde a “queda” do ser humano.
Em Comenius, o ensino/aprendizagem torna-se fácil e eficaz porque ele fundamenta-se no método que é regido pela ordem, pela uniformidade dos métodos, pela sincronização dos tempos e pela graduação das etapas escolares que possibilitarão os objetivos serem alcançados.
Jan Amos Komensky (em português João Amós Comênio) entrou para a história tendo revolucionado a pedagogia, especialmente no âmbito do ensino da linguagem. O pensador chegou a ser conhecido como o pai da educação moderna. O intelectual nasceu no dia 28 de março de 1592 em Nivnice, Morávia (atual República Tcheca).
· · ( ) é importante o papel de Rousseau na constituição histórica da Didática, pois esse pensador tinha ideias muito semelhantes às de Comênio. ... ( ) o surgimento do campo de estudos da Didática situa-se no século XVIl, sob a influencia das ideias de Ratíquio e Comênio, no contexto do protestantismo emergente na Europa.
Rousseau pensava a educação guiada não pelo divino e nem pelo destino e sim pela razão. ... Ele propunha uma educação que tomasse conhecimento do homem como essência e ao mesmo tempo ética, ou seja, um homem ideal para a sociedade que deveria integrar-se.
Rousseau afirmava que a liberdade natural do homem, seu bem-estar e sua segurança seriam preservados através do contrato social. Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um importante intelectual do século XVIII para se pensar na constituição de um Estado como organizador da sociedade civil assim como se conhece hoje.
Na história das idéias, o nome do suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) se liga inevitavelmente à Revolução Francesa. ... O princípio fundamental de toda a obra de Rousseau, pelo qual ela é definida até os dias atuais, é que o homem é bom por natureza, mas está submetido à influência corruptora da sociedade.
No Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, Rousseau pensa como seria o hipotético Estado de Natureza. A natureza humana pode ser definida como os traços fundamentais que todo homem é portador, independentemente do tipo de cultura ou de sociedade em que esteja inserido.
A lei, na teoria política de Rousseau, tem sua fonte no homem, visto que ele é sujeito de todo o direito. ... A lei, portanto, resguarda os homens de seus vícios e garante sua liberdade como ato da vontade geral e expres- são de soberania.
O filósofo rejeita a força como motivo para a abstenção da liberdade, a não ser que o mais forte a transforme em direito, mas isso não seria aceito por todos e nem se perpetuaria.
O amor conjugal e o fraternal surgem nesse momento, segundo Rousseau. ... Assim, segundo Rousseau, as desigualdades entre os homens têm como base a noção de propriedade privada e a necessidade de um superar o outro, numa busca constante de poder e riquezas, para subjugar os seus semelhantes.
A lei civil dá a forma ao conteúdo disposto pela lei natural. Depreende-se desta concepção a limitação própria do Estado Liberal que é a pressuposição da existência das leis naturais e de que elas fornecem o conteúdo da atividade normativa realizada pelas leis positivas.