Depois de dois anos muito afetados pela pandemia da covid-19, o cinema parece finalmente ter voltado ao seu fluxo normal em 2022. Os estúdios trouxeram um cronograma bastante consistente de lançamentos e o público se sentiu cada vez mais motivado a retornar às salas. E o resultado foi uma quantidade colossal de grandes estreias chegando de janeiro a dezembro.
Depois do sucesso de História de um Casamento, era óbvio que a Netflix iria apostar em uma nova produção de Noah Baumbach. E o diretor trouxe nada menos do que a adaptação de um dos maiores clássicos da literatura americana do final do século XX para dar suas cutucadas na sociedade ao mesmo tempo em que trata sobre os demônios que nos assolam no dia a dia.
Coincidência ou não, o fato de a estreia acontecer em um momento em que temos uma guerra acontecendo dá um peso ainda maior para o discurso que o longa alemão apresenta. É um filme pesado como um soco no estômago.
Adicione a tudo isso uma bela direção de Baz Luhrmann e temos uma bela biografia que apresenta os altos e baixos da vida de Presley, assim como destaca a importância da sua imagem para a cultura pop até hoje.
Parece confuso, mas é justamente essa a intenção de Ruído Branco. Com um Adam Driver quase irreconhecível no papel principal, o filme satiriza a sociedade americana e o seu apego com o capitalismo ao mesmo tempo em que explora as cicatrizes deixadas pela pandemia em cada um de nós. E tudo isso em uma história que oscila entre o drama introspectivo e a comédia bizarra. Uma verdadeira cacofonia deliciosa de se ouvir.
Com Alexander Skarsgård, Anya Taylor-Joy (de novo), Nicole Kidman e Ethan Hawke no elenco, ele reconta o mito que vai inspirar Shakespeare a escrever Hamlet e traz uma recriação bastante precisa da cultura nórdica. Sem cair nos clichês, ele recria todos os costumes, crenças e tradições de um jeito tão único e, ainda assim, entrega uma jornada de vingança tão incrível que você sair querendo embarcar em algo igual.
Foram 13 anos de espera por essa sequência e Avatar: O Caminho da Água não decepciona nem por um segundo. Mesmo com uma história bastante simples e sem grandes surpresas, o longa é um espetáculo visual como há muito tempo não víamos — prova de que o diretor James Cameron segue sendo a grande referência quando o assunto é tecnologia cinematográfica.
É estranho pensar que demorou tanto tempo para que Hollywood decidisse fazer um filme contando a história de um ícone como Elvis Presley. Só que a espera valeu a pena e Elvis chega com toda a pompa e elegância que o Rei do Rock exige.
Em 2022, a atriz Anya Taylor-Joy seguiu em alta e O Menu é um dos belos exemplos de como a jovem segue escolhendo muito bem as produções em que vai aparecer. O longa de Mark Mylod conta com um elenco incrível que ainda tem Ralph Fiennes e Nicholas Hoult e que entrega ótimas interpretações, um excelente texto e tudo isso a partir de uma premissa bem simples.
Desta vez, ele leva os seus alienígenas azuis para os mares do planeta Pandora e aposta no desbunde visual que é esse novo ecossistema. Além de explorar toda a cultura desse novo povo, temos os cenários submarinos incríveis e uma demonstração da nova tecnologia de filmagem embaixo d’água que Cameron desenvolveu só para o filme.
Chega a soar redundante que um filme do Homem-Morcego foi sucesso, mas The Batman mostrou o quanto o herói ainda tem muito a oferecer aos fãs. Apesar de toda a desconfiança em torno de sua produção e da escolha de Robert Pattinson para o papel principal, o longa de Matt Reeves trouxe uma nova faceta do personagem e ainda deixou claro por que o Cavaleiro das Trevas representa bem essa figura heróica mesmo com todas as suas contradições.
O multiverso foi o grande conceito do ano. Só que, enquanto a Marvel dividia a opinião do público com Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo apresentou um jeito muito particular de brincar com a ideia de realidades diferentes e entregou uma das principais surpresas de 2022.
Estrelado por Michelle Yeoh, ele conta a história dessa heroína que se vê em meio a uma ruptura entre essas várias dimensões e precisa dar um jeito de resolver esse problema antes que a existência seja comprometida. Mas o grande diferencial está justamente no modo criativo com que a trama explora as maluquices que a proposta oferece.
Só que o verdadeiro mérito está no modo como o roteiro adapta esse episódio e no peso que cada um dos atores dá aos personagens, fazendo com que toda a investigação e a busca pela verdade sejam tensas do começo ao fim.
A história gira em torno de um casal que vai a um restaurante de um aclamado chef em uma ilha remota em busca de uma experiência gastronômica única. Só que, a partir disso, as coisas se desenrolam de formas bastante inesperadas e de uma forma deliciosa — ao menos para nós.
O filme é um slasher que chama a atenção por uma série de motivos. O longa foca na história bastante perturbadora sobre uma jovem que sonha em ser uma estrela de cinema que, isolada em uma fazendo no interior do Texas, começa a enlouquecer e a deixar um rastro de sangue. Só que o que realmente intriga nessa trama é como ela se conecta com outro filme que também chegou em 2022: X – A Marca da Morte.
Uma das grandes estreias da Netflix em 2022, O Desconhecido chegou sem muito alarde e logo se tornou um dos filmes mais assistidos da plataforma. Tudo graças à sua impressionante história baseada em fatos reais.