Os parques eólicos seguem em expansão no Brasil e já somam 26 GW de capacidade instalada no país. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até maio deste ano, foram adicionados mais de 2 GW de potência eólica em todo o território brasileiro. Atualmente, há mais de 900 usinas eólicas instaladas em todo o Brasil, sendo que 85% estão concentradas na região Nordeste.
O Complexo Eólico Faísa localiza-se no litoral do estado do Ceará, no município de Trairi, aproximadamente 80 km de distância da capital Fortaleza. Contempla 5 parques eólicos com potência instalada total de 136,5 MW e 65 aerogeradores.
R: A energia eólica é limpa e renovável, o que ajuda a preservar o meio ambiente e pode gerar empregos no setor de energia limpa, além de movimentar a cadeia de produção de equipamentos e tecnologias.
Quanto à viabilidade dos empreendimentos offshore, Picanço diz que depende de cada projeto. "No mundo, prevê-se que a energia eólica offshore deverá aumentar 15 vezes nas próximas duas décadas, transformando-a em US$ 1 trilhão em negócios. O mercado eólico offshore global cresceu quase 30% ao ano entre 2010 e 2018, beneficiando-se de rápidas melhorias tecnológicas. E os melhores locais para esses projetos poderiam fornecer mais do que a quantidade total de eletricidade consumida mundialmente hoje", diz.
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Como forma de compensação ambiental da instalação da usina, o projeto da BI Energia prevê a construção de quebra-mares. E a empresa responsável pelas obras poderá realizar, através de empresa subsidiária, a concessão plurianual das áreas marinhas dentro dos próprios quebra-mares, permitindo que essas áreas marinhas protegidas pelos quebra-mares sejam aproveitadas economicamente. Além do potencial econômico gerado pelo uso dos quebra-mares, Bonfim destaca que a intervenção deverá proteger as praias de Caucaia, do Icaraí, Tabuba e Cumbuco, do avanço do mar. "Esses 11 espigões vão resolver o problema da erosão em Caucaia, evitando que esse problema chegue a São Gonçalo do Amarante", ele diz.
Na ocasião, foi apresentado o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do "Parque Eólico Offshore Caucaia", projeto da BI Energia, empresa que conta com capital brasileiro e italiano.
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Segundo Bonfim, por permitirem a construção de torres maiores, equipadas com grandes geradores, os parques eólicos offshore têm taxa de eficiência de produtividade acima de 60% do total da capacidade, enquanto usinas instaladas em terra não passam de 45% de aproveitamento.
Na lista dos dez maiores complexos eólicos em operação no Brasil, também estão o complexo Chafariz da Neoenergia (com capacidade instalada de 471,2 MW, em 15 parques), o complexo de Contour Global, Eletrobras Chesf e outras (438 MW, em 15 parques), o complexo da Renova Energia (com capacidade instalada de 438 MW, em 26 parques), o complexo Delta do Maranhão da Omega Energia (com capacidade instalada de 426 MW, em 15 parques) e, por fim, o complexo Dom Inocêncio da Enel Green Power (com capacidade instalada de 396 MW, em 8 parques).
Outro complexo de destaque é o Campo Largo, localizado em Sento Sé, na Bahia, com capacidade instalada de 687,9 MW, distribuídos em 22 parques. O complexo começou a ser construído em 2018 e atualmente está em pleno funcionamento.
Ao todo, o complexo prevê um investimento de 1,166 bilhão de euros, o equivalente a R$ 6,1 bilhões. Segundo Bonfim, os recursos sairão de empresas parceiras, investidores e fundos de investimentos.
Além disso, vale ressaltar que a energia eólica tem um grande impacto positivo na economia brasileira, gerando empregos diretos e indiretos e movimentando a cadeia de produção de equipamentos e tecnologias voltadas para a geração de energia limpa. Com esse cenário, espera-se que mais empreendedores invistam nesse setor, ampliando ainda mais a capacidade de geração de energia eólica no Brasil e tornando o país cada vez mais competitivo no mercado global de energias renováveis.
Atualmente, o Brasil produz cerca de 23 gigawatts de energia por ano através da fonte eólica (capacidade instalada em outubro de 2022). Esse montante corresponde a cerca de 11,5% da matriz energética brasileira (dados de 2021). São 602 parques eólicos instalados no Brasil (dados de relativos a 2022), que produzem cerca de 53,2 mil GWh de energia elétrica. A região Nordeste é a que mais gera energia eólica no Brasil, sendo o Rio Grande do Norte e a Bahia os maiores estados produtores deste importante tipo de energia renovável.
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O engenheiro Jurandir Picanço, presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará (CS renováveis), avalia que o potencial offshore do Estado é "gigantesco". "No Ceará, foi avaliado em 117 GW. Maior que o onshore (94 MW). A qualidade do vento é melhor, os aerogeradores, por serem de maior porte, têm eficiência maior. Ocorre que o investimento é maior", aponta.
Entre os maiores complexos eólicos em operação no Brasil, está o Lagoa dos Ventos, com capacidade instalada de 716,5 MW, distribuídos em 21 parques. O complexo está localizado nas cidades de Lagoa do Barro do Piauí, Queimada Nova e Dom Inocêncio, no Estado do Piauí, e foi inaugurado em 2021.
A construção de parques offshore ganhou forma com a aprovação pelo Senado, no final do ano passado, do projeto que regulamenta essa modalidade de geração. Os empreendimentos dependerão, agora, dos próximos leilões de energia lançados pelo Governo Federal.
Outro destaque é o complexo Oitis, com capacidade instalada de 517 MW, distribuídos em 11 parques. O complexo é operado pela Neoenergia e está situado nos estados da Bahia e do Piauí. Ele entrou em operação em 2022.