A história desse clássico começa nas primeiras décadas do século XX, quando o futebol ainda estava se consolidando como paixão nacional em ambos os países. As primeiras partidas eram mais amigáveis, mas já mostravam os primeiros lampejos da rivalidade que viria a crescer. Em 1914,Brasil x Argentina se enfrentaram pela primeira vez, marcando o início de uma tradição que se estenderia ao longo dos anos.
O Brasil entra em campo enfrentando uma fase turbulenta nas Eliminatórias Sul-Americanas. Com resultados recentes como o empate em casa contra a Venezuela e a derrota de virada para a Colômbia, a seleção canarinho precisa se reerguer diante da atual campeã do mundo, a Argentina. Além disso, o time terá que lidar com a ausência do talentoso Vini Jr., que se machucou na última partida.
As duas seleções ficaram sem chances de chegar à final daquela Copa do Mundo. Na partida seguinte, o Brasil perdeu por 2 a 0 para os Países Baixos, enquanto a Argentina empatou em um gol com a Alemanha Oriental. Na descisão pelo terceiro lugar, nova derrota brasileira, para a Polônia, por 1 a 0.
Mais uma vez a relação entre os vizinhos ficou abalada, e a Argentina não veio ao Brasil para a disputa do Sul-Americano de 1949 nem para a Copa do Mundo de 1950. Só em fevereiro de 1956, dez anos após o fatídico duelo de 1946, que o clássico voltou na vitória por 1 a 0 do Brasil válida pelo Sul-Americano disputado no Uruguai. Em julho de 1957, no triunfo por 2 a 1 da Argentina pela Copa Roca, no Maracanã, um jovem marcou seu primeiro gol na história do clássico: Pelé. O Rei ainda fez mais um no jogo seguinte, no Pacaembu, na vitória por 2 a 0 que deu o título ao Brasil e simbolizou o início de uma era de ouro do futebol nacional, com o título mundial na Copa de 1958, algo que fez o Brasil sair na frente do rival na maior competição do planeta, pois a Argentina só tinha o vice de 1930 no currículo. Pelé completou a trinca de gols em clássicos em 1959, no empate em 1 a 1 no Monumental, resultado que acabou dando mais um título sul-americano aos hermanos.
A desforra brasileira aconteceu na Copa de 1982, quando o Brasil venceu de maneira categórica a Argentina por 3 a 1, gols de Zico, Serginho e Júnior, que sambou e fez a festa da torcida na Espanha. O duelo ficou marcado pela expulsão de Diego Maradona, que acertou um chute em Batista e levou cartão vermelho direto. Um ano antes, Dieguito havia marcado seu gol no empate em 1 a 1 contra o Brasil durante o Mundialito de 1981, no Uruguai, e já era um craque em ascensão naquele Mundial de 1982. No entanto, o meia nada fez e foi eclipsado pela inesquecível seleção canarinho. Uma curiosidade é que Maradona só conseguiu marcar aquele solitário gol em toda sua trajetória pela alviceleste nos duelos contra o Brasil. No entanto, o camisa 10 iria reservar uma surpresinha para os rivais anos depois…
É impossível pensar em futebol sem citar Argentina e Brasil, países que ajudaram a moldar a história do esporte. A quantidade de craques revelados por ambos ao longo das décadas beira ao absurdo. Simplesmente inigualável. E, quando as duas seleções desses países se enfrentam, não há gramado que resista. A beleza cênica também é notável, única. Manto alviceleste e calções negros de um lado. Camisa amarela com frisos verdes e calção azul com detalhes brancos do outro. É bater o olho e identificar o choque extremo. Brasil x Argentina é um clássico atemporal, a essência do futebol, a raça, a técnica, o drible, a tática, a fibra, o gol. É recordar esquadrões memoráveis. Goleiros inesquecíveis. Zagueiros lendários. Laterais imparáveis. Meio-campistas cerebrais. E atacantes vorazes. Uma rivalidade centenária que nasceu no momento da divisão das terras por espanhóis e portugueses e que foi ganhando corpo ano após ano, rixa após rixa, do cenário político até o esportivo. Nunca há o consenso de quem é o melhor. E nunca haverá, afinal, até hoje eles debatem sobre quem foi melhor, Pelé ou Maradona. Mas uma coisa é certa: sempre houve a admiração pelo talento de um e de outro em todos os sentidos. Os brasileiros reconhecem a força argentina, sua tradição, sua competitividade. E os argentinos sabem da técnica, da ginga e da arte do brasileiro com a bola no pé, o “jogo bonito”. Quem ganha é o futebol, privilegiado que é por ter essas duas camisas em sua história. É hora de conhecer mais sobre esse duelo eletrizante.
Pela terceira vez consecutiva em Copas, Brasil e Argentina se cruzavam pelo caminho, na mesma fase do Mundial. O Estádio do Sarriá, em Barcelona, também estava cheio, mas perdominavam o verde-e-amarelo da torcida brasileira.
Foi nesse período de invencibilidade que o Brasil enfrentou a Argentina pela primeira vez em uma Copa do Mundo: na Alemanha, em 1974, com vitória verde-amarela por 2 a 1 (gols de Rivellino e Jairzinho). Em 1978, no Mundial da Argentina, um confronto tenso entre a dupla na segunda fase ficou conhecido como a “Batalha de Rosário”. Antes do duelo, a polícia local permitiu que torcedores argentinos buzinassem e fizessem barulho em frente ao hotel Libertador, onde o Brasil estava hospedado. Tal artimanha aumentou ainda mais a fúria brasileira para a partida. Com dez segundos, a Argentina já fez a primeira falta.
Nos anos 1990, o Brasil recuperou a Copa do Mundo, em 1994, e viu a derrocada de Maradona em seu fim melancólico de carreira, com problemas de doping e longe do futebol que o consagrou nos anos 1980. Em 1995, o Brasil ainda tirou onda ao eliminar os rivais da Copa América com um polêmico gol de Túlio, que ajeitou a bola com o braço esquerdo antes de concluir já no final da partida o empate em 2 a 2. Em 1999, quase 30 mil pessoas viram em Ciudad del Este um clássico eletrizante válido pelas quartas de final da Copa América. Com vários craques em campo, o jogo teve todos os ingredientes de uma grande partida de futebol. Havia também a expectativa em torno de Ronaldo, que enfrentava pela seleção seu primeiro adversário de peso desde o Mundial de 1998. E ele não decepcionou.
Um clássico com mais de um século de história e mais de 100 partidas disputadas, quatro delas em Copas do Mundo. Um quinto encontro poderá acontecer no Catar, caso brasileiros e argentinos vençam seus jogos de quartas de final, contra Croácia e Países Baixos, respectivamente.
Imortais, se não estou enganado, esse é a primeira vez que você cita um clássico entre seleções e eu digo que gosto muito de pesquisar sobre futebol por aqui. Que venha novos Grandes Clássicos!
A Argentina começou melhor e abriu o placar em chute de Sorín que resvalou em João Carlos e enganou Dida. Mas Rivaldo, aos 32’, cobrou uma falta que deixou estático o goleiro Burgos e eufórica a torcida brasileira para empatar: 1 a 1. Na segunda etapa, Zé Roberto ajeitou na entrada da área e Ronaldo encheu o pé para virar o jogo: 2 a 1. O jogo pegou fogo e a Argentina se mandou para o ataque, mas o Brasil se segurava com as defesas de Dida e a boa atuação de seu setor defensivo.
Em sua possível despedida do Maracanã, Lionel Messi, com atuação discreta, deixou o gramado aos 31 para a entrada de Di María.
Apesar de ainda ter muito campeonato pela frente, a situação para o Brasil nesse confronto é delicada, e uma vitória hermana não parece tão improvável. O palpite é uma estratégia cautelosa, atentando para a força da Argentina e as adversidades enfrentadas pela seleção de Fernando Diniz.
Durante o hino nacional das duas seleções, brasileiros e argentinos entraram em confronto nas arquibancadas, e a polícia entrou em ação de forma violenta.
Resta saber se a Argentina conseguirá manter seu domínio sobre o Brasil ou se os anfitriões surpreenderão em casa. O palpite final é um favoritismo argentino nos últimos 45 minutos de jogo. Que vença o melhor!
Nos anos 90 e primeira década de 2000 a Argentina foi bastante vitoriosa com suas seleções de base, com títulos mundiais e um bicampeonato Olímpico (Atenas 2004 e Beijing 2008). No entanto, a sua seleção masculina adulta não era campeã desde a conquista da Copa América de 1993, no Equador.
Nações do futebol, sem margem para dúvidas. Suas seleções masculinas têm, juntas, sete títulos mundiais (1958, 1962, 1970, 1978, 1986, 1994 e 2002). Medalhas de ouro Olímpicas, são quatro (Atenas 2004, Beijing 2008, Rio 2016 e Tóquio 2020).
Brasileiros e argentinos já se enfrentaram em quatro ocasiões em Copas do Mundo. A última vez foi na Itália, em 1990. Um quinto confronto poderá acontecer no Catar. As duas seleções somam sete títulos mundiais e quatro medalhas de ouro Olímpicas.