Porque Muitas Doenças So Chamadas De Negligenciadas?

Porque muitas doenças so chamadas de negligenciadas

As doenças tropicais negligenciadas (DTNs) afetam, todos os anos, milhões de pessoas no mundo, principalmente de baixa renda. Causadas por vírus, bactérias, vetores e protozoários, esses males, muitas vezes, são consequências da falta de moradia e de saneamento básico. 

Equidade

Até 2030, erradicar a epidemia de SIDA, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas e combater a hepatite, as doenças transmitidas pela água e outras doenças transmissíveis. (ODS3 - Objetivo 3.3)

Documentos na BVS

Retrocesso

Retrocesso

 “A incidência de doenças negligenciadas é retrato da situação socioeconômica da população. A maioria dessas doenças são preveníveis, mas, se não tratadas, algumas das complicações − quando se consegue obter diagnóstico, que muitas vezes é tardio − podem afetar a qualidade de vida das pessoas. Esses indivíduos têm de ser tratados como vidas também, não só como uma possível perda de capital para o Estado”, defende Lopes.

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Doenças Infecciosas Negligenciadas (DIN)

Já a dengue registrou aumento de 29,51% nas internações e de 14,26% na taxa de mortalidade. Os dados fazem parte de um estudo dos pesquisadores Nikolas Lisboa Coda Dias e Stefan Oliveira, da Universidade Federal de Uberlândia; e Álvaro A. Faccini-Martínez, da Universidade de Córdoba.

“Essas doenças são sinais da perpetuação de ciclos de pobreza e negligência de um país. No momento em que uma pessoa em vulnerabilidade social, além de todas as suas questões econômicas, familiares e de trabalho, ainda fica doente, fica mais difícil para ela sair dessa situação de pobreza, porque ela ainda vai carregar essa responsabilidade com a sua saúde”, explica.    

As doenças negligenciadas atingem populações já paralisadas pela pobreza e pela desigualdade: mulheres, crianças, populações indígenas, os pobres. As doenças negligenciadas são consequência da pobreza e estão carregadas de estigma; e só podem ser enfrentadas com liderança e esforço político-econômico conjunto.

Universidade Federal de Lavras

Universidade Federal de Lavras

A água segura, o saneamento e a higiene (WASH, sigla em inglês) são componentes essenciais da estratégia de combate às doenças transmissíveis negligenciadas e fatores críticos na prevenção e prestação de cuidados para a maioria delas. Muitos dos agentes patogênicos que causam as doenças transmissíveis negligenciadas proliferam em áreas onde o abastecimento de água e o saneamento são inadequados.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), elas somam um grupo diversificado de doenças transmissíveis que prevalecem em condições tropicais e subtropicais em 149 países, matam milhões de seres humanos e custam bilhões de dólares às economias em desenvolvimento a cada ano.

Doenças Negligenciadas

Em 2020, a taxa de mortalidade para malária subiu 82,55%, apesar da queda de 29,3% nas internações. Doenças como a leishmaniose visceral e a leptospirose também registraram aumento de mortalidade de 32,64% e 38,98%, respectivamente. O número de internações por essas doenças diminuiu no período, com quedas de 32,87% e 43,59%.

Com o intuito de fortalecer e qualificar ações em temas de pesquisa considerados prioritários para o SUS, o MS tem investido na organização de redes de pesquisa eficazes para a indução ao desenvolvimento de uma dada área de pesquisa, bem como para o fortalecimento da capacidade instalada nas instituições de pesquisa integrantes. Assim, em 2009, como parte das iniciativas voltadas para a priorização da pesquisa em doenças negligenciadas no Brasil, o MS (por meio do Decit) em parceria com o MCT (por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq/MCT) e as fundações de amparo à pesquisa dos estados do Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo constituíram uma rede para fomentar pesquisas sobre malária, uma das doenças de maior ocorrência na região da Amazônia Legal.

Além disso, o grupo debateu sobre os estigmas e as dificuldades que as pessoas com doenças negligenciadas enfrentam, sobretudo, no Brasil. Segundo os pesquisadores, por ter uma vasta extensão territorial, é difícil medir a dispersão de informações a respeito de medicamentos para essas doenças. O acesso ao SUS é escasso, o governo não consegue mensurar e nem localizar indivíduos com esses males para prestar o auxílio devido, justamente porque as doenças atingem locais marginalizados.

Doenças esquecidas

“A gente perdeu uma década de combate a essas doenças, principalmente por conta da pandemia, da desassistência, da falta de diagnóstico e de um tratamento precoce”, avaliou o especialista.

A denominação “negligenciadas” é uma menção ao fato de que essas doenças são as que menos recebem investimentos em pesquisas, produção de medicamentos e vacinas, mesmo sendo as que mais matam no mundo. Segundo a OMS, a estimativa é de que um bilhão de pessoas tenham recebido tratamento para, pelo menos, uma doença tropical negligenciada somente no ano de 2015. Para a especialista, o grande problema dessas doenças, além do investimento financeiro, é em relação à falta de informação sobre elas no meio social. “Não é só a doença que é negligenciada; a própria população tem poucas informações. Por isso, nós, das universidades, temos a capacidade de levar conhecimento para estas pessoas, orientando sobre as medidas de prevenção, que, muitas vezes, são desconhecidas.”

Quais são as dezessete doenças negligenciadas alvo de ações transnacionais?

Nele é definido um elenco de dezessete doenças negligenciadas alvo de ações transnacionais: Doença de Chagas, Dengue, Úlcera de Buruli, Cisticercose, Dracunculíase, Equinococoscência, Fasciolíase, Tripanossomose humana africana, Leishmaniose, Hanseníase, Filariose linfática, Oncocercose, Raiva, Esquistossomose, ...

Como prevenir as doenças negligenciadas?

Manter a vacinação em dia e lavar a mão antes de algumas atividades podem evitar algumas doenças. Ilustração: Juliana Guimarães. Doença de Chagas, leishmanioses, esquistossomose, hanseníase e dengue. Essas enfermidades fazem parte de uma lista de 18 doenças denominadas como negligenciadas.

Que pontos à saúde pública do Brasil pode melhorar nas doenças tropicais?

Alguns destaques incluem o combate às emissões de gases do efeito estufa, responsáveis pela morte anual de mais de sete milhões de pessoas; a ampliação do acesso à saúde básica, a preparação de nações contra epidemias, maior investimento em prevenção e cuidados com a saúde dos adolescentes.

O que são as doenças negligenciadas pelo governo sociedade citando exemplos?

O baixo acesso à água e a falta de saneamento básico contribuem para a disseminação dessas doenças. São exemplos de doenças negligenciadas: dengue, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, malária, tuberculose, doença do sono (tripanossomíase humana africana), leishmaniose visceral (LV), filariose linfática.

Por que as doenças negligenciadas não tem tratamento adequado?

As doenças negligenciadas são as principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. O tratamento de algumas dessas doenças é conhecido e é barato, mas não estão disponíveis nas áreas mais pobres do mundo. Estas doenças possuem investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e vacinas.

Por que razão as doenças tropicais são negligenciadas?

O motivo? "Elas estão relacionadas à pobreza, não têm muito interesse para o mercado porque não dão um retorno lucrativo", explica Sinval Brandão, pesquisador da Fiocruz e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT). A OMS classifica 17 patologias como doenças tropicais negligenciadas.

Quais são os principais problemas de saúde que o mundo enfrenta hoje?

Doenças como HIV, tuberculose, hepatite viral, malária, doenças tropicais negligenciadas e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) matarão cerca de 4 milhões de pessoas em 2020, a maioria de baixa renda, de acordo com a OMS.

Como o SUS atua no controle de doenças que não podem ser curadas?

O SUS, por meio das Secretarias Municipais de Saúde, desenvolve ações de educação comunitária e detecção de casos mediante realização de inquéritos coproscópicos e tratamento dos portadores visando controlar esta doença.