Quando Foi Lançado O DSM-IV?

Quando foi lançado o DSM-IV

A mais nova edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM) está prevista para chegar em março. Se você não está alarmado, você deveria.

O diagnóstico de Transtorno de Apego Reativo na Infância, que no DSM-IV-TR fazia parte do capítulo Transtornos Geralmente Diagnosticados pela Primeira Vez na Infância ou na Adolescência, era dividido em "Tipo Inibido" e "Tipo Desinibido". No DSM-5 o "Tipo inibido" se manteve como Transtorno de Apego Reativo e o "Tipo Desinibido" deu origem ao Transtorno do Engajamento Social Desinibido. Ambos são resultantes de uma história de negligência social, ou outras situações que limitam a oportunidade de uma criança para formar ligações seletivas. Apesar desse fator etiológico comum, os transtornos guardam diferenças significativas não apenas na apresentação clínica, como também na abordagem terapêutica e na resposta às medidas de intervenção, justificando a divisão desses quadros em transtornos distintos.

5.4 Público-alvo

Os Transtornos Relacionados a Substâncias abrangem dez classes distintas de drogas: álcool; cafeína; cannabis; alucinógenos; inalantes; opióides; sedativos, hipnóticos e ansiolíticos; estimulantes; tabaco; e outras substâncias. O DSM- 5 removeu a divisão feita pelo DSM-IV-TR entre os diagnósticos de Abuso e Dependência de Substâncias reunindo-os como Transtorno por Uso de Substâncias

Três anos depois, o mesmo Spitzer comanda um grupo para revisar a recém publicada versão. O DSM-III-R (versão revisada) é publicado em 1987 e vem com novas definições para categorias já propostas e sugere a inclusão de algumas categorias em estudo. Em 1994, a APA publicou a versão atual do DSM, a quarta. Esta última versão mantém a orientação descritiva das duas anteriores, fazendo poucas alterações na versão de 1987.

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O DSM-5 conta com um capítulo exclusivamente destinado ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e Outros Transtornos Relacionados, incluindo novos diagnósticos como o Transtorno de Acumulação e o Transtorno de Escoriação (Skin-Picking). Os critérios diagnósticos para o TOC não sofreram modificações significativas, mas novos especificadores foram introduzidos para melhor caracterizar os transtornos desse grupo. O DSM-IV-TR usava o especificador "com Insight Pobre" para descrever os casos em que o paciente tinha pouca crítica sobre os seus sintomas, no DSM-5 foram acrescentados "Bom Insight" para pacientes com autocrítica preservada e "Ausência de Insight/Sintomas Delirantes" nos casos em que o paciente não identifica os pensamentos obsessivos como sintomas de um transtorno mental, situação em que a convicção na veracidade dos sintomas pode alcançar características psicóticas. A presença ou a história de tiques também é ressaltada com um especificador.

O DSM-5 buscou simplificar o que era apresentado no DSM-IV-TR como Transtornos Somatoformes, especialmente por considerar que os antigos transtornos apresentavam limites pouco claros que por vezes se sobrepunham. O objetivo da revisão é tornar os diagnósticos mais práticos e compreensíveis a todos os médicos, reconhecendo que em sua maioria esses transtornos são inicialmente vistos por clínicos de outras especialidades.

Psychopathology in contemporary society: comparative analysis of the DSM-IV and DSM-V

As categorias de Perturbações das Aptidões Motoras e Perturbações de Tique presentes no DSM-IV, na classe de Transtornos Geralmente Diagnosticados Pela Primeira Vez na Infância ou Adolescência, foram deslocadas para uma nova categoria diagnóstica no DSM-V, denominada Transtornos Motores. Ressaltam-se ainda duas novas categorias que foram acrescentadas, no DSM-V, à classe de Transtornos do Neurodesenvolvimento: Deficiências Intelectuais e Outros Transtornos do Neurodesenvolvimento. Assim, fica constatado que as alterações relativas à infância e à adolescência apresentaram, no DSM-IV, sete deslocamentos de categorias e treze exclusões, passando a ser apresentadas, no DSM-V, sob o nome de Transtornos do Neurodesenvolvimento.

Os Transtornos Globais do Desenvolvimento, que incluíam o Autismo, Transtorno Desintegrativo da Infância e as Síndromes de Asperger e Rett foram absorvidos por um

Os critérios para o Transtorno Delirante não exigem mais que os delírios apresentados não sejam bizarros. A demarcação entre o Transtorno Delirante e outras variantes psicóticas foi reforçada com a presença de critérios de exclusão que impedem que o diagnóstico seja efetuado na presença de quadros como o Transtorno Obsessivo-Compulsivo e o Transtorno Dismórfico Corporal.

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O DSM se propõe a servir como um guia prático, funcional e flexível para organizar informações que podem auxiliar o diagnóstico preciso e o tratamento de transtornos mentais. Trata-se de uma ferramenta para clínicos, um recurso essencial para a formação de estudantes e profissionais e uma referência para pesquisadores da área (AMERICAN PSYQUIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. xlii).

A insatisfação dos psiquiatras norte-americanos, sob influência dos modelos psicodinâmico e psicossocial da psiquiatria, se devia à ausência de categorias nosológicas, ou seja, agrupamentos de sintomas e características que ajudassem a definir determinadas doenças e pudessem auxiliar no diagnóstico dos pacientes. O modelo teórico seguido pelos psiquiatras dos Estados Unidos era influenciado por ideias da psicanálise. Entre as ideias estava, por exemplo, o entendimento da saúde e da doença mental como um estado transicional fluido, sendo que um indivíduo dito "normal" poderia adoecer caso fosse exposto a traumas severos.

Conclusões:

Esta seção apresenta a perspectiva genealógica do DSM e a análise da quinta e atual edição, o DSM-5, e está dividida nos seguintes tópicos: (5.1) Contexto de surgimento do DSM e as quatro primeiras edições do Manual; (5.2) Temas abordados e mídias empregadas no DSM-5; (5.3) Rede de atores; (5.4) Público-alvo; (5.5) O DSM-5 e a fabricação de doenças mentais.

Os sintomas centrais do Transtorno Depressivo Importante (Maior) foram mantidos, aceitando agora especificadores como "com Características Mistas" e "com Ansiedade". A presença de características mistas deve alertar o clínico para um possível quadro do espectro bipolar.

The Diagnostic and Statistical Manual of Mental as an info-comunicational device

Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa. O DSM foi analisado a partir da proposta de Foucault (1977), para quem um dispositivo é definido pela estrutura de seus elementos heterogêneos e pela sua gênese.

O presidente e o vice-presidente da Força-tarefa do DSM-5 foram nomeados pela APA em 2006. Eles foram responsáveis por indicar presidentes para os 13 grupos de trabalhos de diagnóstico que compuseram a Força-tarefa. Cada um dos 13 grupos era composto por membros que representavam o conhecimento especializado em suas áreas. Mais de 130 membros fizeram parte dos grupos de trabalho. Além disso “Mais de 400 consultores adicionais dos grupos de trabalho sem poder de voto também receberam aprovação para participar do processo” (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. 7).

A materialidade de um enunciado pode ser analisada pela sua imersão institucional, pois o regime de materialidade a que os enunciados obedecem é mais da ordem da instituição do que da inscrição no espaço-tempo. “O ponto levantado por Foucault é que as rotinas institucionalizadas estabelecem e mantêm as relações entre enunciados, dando a eles peso, massa, inércia e resistência. Elas respondem pela materialidade dos enunciados.” (FROHAMNN, 2008, p. 23).

Results:

Em 1840, os EUA empreenderam um censo que contava com a categoria "idiotia/loucura", procurando registrar a frequência de doenças mentais. Já no censo de 1880, as doenças mentais eram divididas em sete categorias distintas (mania, melancolia, monomania, paresia, demência, dipsomania e epilepsia). Observa-se assim que as primeiras classificações norte-americanas de transtornos mentais aplicadas em larga escala, tinham objetivo primordialmente estatístico.

Na Grécia antiga, desde o século 5 a.C., Hipócrates buscou estabelecer um sistema de classificação para as doenças mentais. Palavras como histeria, mania e melancolia eram usadas para caracterizar algumas delas. Ao longo dos séculos seguintes, diversos termos foram sendo incorporados ao jargão médico, como, por exemplo: loucura circular, catatonia, hebefrenia, paranóia, etc. Entretanto, o primeiro sistema de classificação abrangente e de cunho verdadeiramente científico surgiu com os estudos de Emil Kraepelin (1856-1926), que reuniu diversos distúrbios mentais sob a denominação de demência precoce - posteriormente chamada de esquizofrenia por Bleuler -, ao lado de outros transtornos psicóticos, separando-os do quadro clínico da psicose maníaco-depressiva1. Freud (1895), quase ao mesmo tempo, destacava da neurastenia uma síndrome, denominada neurose de angústia, que passou a ser classificada e estudada juntamente com outros tipos de neurose: hipocondríaca, histérica, fóbica e obsessivo-compulsiva2. Esta terminologia perdurou até os anos 80, do século 20.

Resultado:

Resultado:

Esse dispositivo info-comunicacional conseguiu se estabilizar com o DSM-III, mantendo-se estável no DSM-IV e no DSM-5. Porém, os movimentos contrários ao DSM surgidos com a publicação da atual edição demonstram uma insatisfação com o sistema de classificação vigente, pois a fabricação de doenças mentais parece favorecer cada vez mais o mercado da psicofarmacologia. Seriam esses movimentos capazes de levar ao esmaecimento e futuro colapso desse dispositivo info-comunicacional? Ou à sua transformação? São necessários estudos, de caráter interdisciplinar, para esclarecer esses questionamentos.

No que se refere à categoria de Perturbações Disruptivas do Comportamento e de Déficit de Atenção, presente no DSM-IV, ela passa a ser nomeada no DSM-V como Transtornos de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH. Além disso, no novo DSM a categoria de Perturbações da Alimentação e do Comportamento Alimentar da Primeira Infância ou do Início da Segunda Infância foi excluída, assim como a de Perturbações da Eliminação e Outras Perturbações da Primeira e Segunda Infâncias.

O Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor é um novo diagnóstico caracterizado por um temperamento explosivo com graves e recorrentes manifestações verbais ou físicas de agressividade desproporcionais, em intensidade ou duração, à situação ou provocação. Os sintomas devem se manifestar ao menos três vezes por semana, em dois ou mais ambientes, persistir por no mínimo um ano e o transtorno deve ser primeiramente identificado entre os seis e os dezoito anos de idade. O detalhamento desse quadro clínico busca ser suficiente para impedir que o diagnóstico seja aplicado a crianças saudáveis com comportamento de birra.

O que significa a sigla DSM-IV?

American Psychiatric Association (2003). DSM-IV-TR: Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais.

Como funciona o DSM-5?

O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5. ª edição ou DSM-5 é um manual diagnóstico e estatístico feito pela Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais. Usado por psicólogos, fonoaudiólogos, médicos e terapeutas ocupacionais.

Qual é o último DSM?

O DSM-5, oficialmente publicado em 18 de maio de 2013, é a mais nova edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana.

O que quer dizer a sigla DSM?

No ano de 1952, a Associação Psiquiátrica Americana (APA) publicou a primeira edição do "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais" (DSM-I), e as edições seguintes, publicadas em 1968 (DSM-II), 1980 (DSM-III), 1987 (DSM-III-R) e 1994 (DSM-IV), foram revistas, modificadas e ampliadas3.

Quando foi criado o DSM?

A última classificação que antecede o primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) surge em 1918, com 22 categorias. No ano de 1952 é publicada a primeira edição do DSM, posteriormente, o Manual foi reformulado até a quinta edição, lançada em 2013.

Quem criou o DSM?

American Psychiatric Association A criação do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) pela American Psychiatric Association (APA), em 1952, derivou da necessidade de uma sistematização das diversas classificações existentes nos Estados Unidos desde 1840.

Quais são as DSM?

No ano de 1952, a Associação Psiquiátrica Americana (APA) publicou a primeira edição do "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais" (DSM-I), e as edições seguintes, publicadas em 1968 (DSM-II), 1980 (DSM-III), 1987 (DSM-III-R) e 1994 (DSM-IV), foram revistas, modificadas e ampliadas3.

Como surgiu o DSM V?

Entre os dias 18 e 22 de maio de 2013, durante o congresso anual da Associação de Psiquiatria Americana (APA), foi oficialmente apresentada a nova edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM).

Como foi criado o DSM?

A criação do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) pela American Psychiatric Association (APA), em 1952, derivou da necessidade de uma sistematização das diversas classificações existentes nos Estados Unidos desde 1840.

Quando foi criado o dsm-5?

A primeira versão, DSM-1, foi publicada em 1952, e a mais recente, DSM-5, em 2013.