Quando pensamos na palavra “tecnologia”, geralmente nosso imaginário conecta o termo a imagens de grandes máquinas, robôs ou computadores. Mas quando transferimos esse cenário para uma escala nanica, ou melhor dizendo, nano, é comum redimensionarmos uma estrutura gigante e complexa em algo parecido com um mini-robozinho-pititico super moderno e versátil. Certo? Errado.
Observáveis em vários aspectos da natureza, como em alguns animais que têm a habilidade de andar na parede devido a forças adesivas ou nas superfícies hidrofóbicas (capazes de repelir água), como as folhas da flor de lótus, as nanoestruturas passaram a ser sintetizadas pelo homem e aplicadas nos mais diversos segmentos. Seu potencial é tão amplo e promissor que muitos especialistas consideram a nanotecnologia uma nova revolução industrial.
A nanociência e a nanotecnologia envolvem a capacidade de ver e controlar átomos e moléculas individuais. Tudo na Terra é feito de átomos:
Nanotecnologia pode ser caracterizada como um ramo da ciência, da engenharia e da tecnologia que consiste em manipular átomos e moléculas. Ou seja, a estrutura molecular dos materiais, para alterar suas propriedades em uma escala nanométrica, de cerca de 1 a 100 nanômetros (nm).
Dessa forma, há grandes desafios que precisam ser superados antes que os benefícios da nanotecnologia na saúde sejam plenamente aproveitados. Sendo assim, um dos principais desafios a serem enfrentados é a obtenção de conhecimentos que possam contribuir para o desenvolvimento de soluções eficazes e seguras.
“A nanotecnologia não é mais algo do futuro e nem privilégio dos países desenvolvidos. Hoje, no Brasil, principalmente em Santa Catarina, temos a capacidade e a tecnologia suficiente para produzir pesquisa de qualidade e produtos inovadores, que atendem as necessidades do mercado global”, finaliza o especialista da API.nano – instituição que conta com o apoio da Fundação CERTI (Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras) e da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina).
Até mesmo produtos de higiene pessoal, como cosméticos e protetores solares, podem ser aprimorados com nanotecnologia. As embalagens de alimentos que usam nanotecnologia podem ajudar a detectar e prevenir deterioração ou contaminação. Assim, contribuindo para que os alimentos permaneçam frescos por mais tempo.
Nano.gov, Occupational Medicine e Phys.org
Além disso, a nanotecnologia pode ajudar a limpar o meio ambiente. Isso por meio de novos métodos de purificação de água e remoção de poluentes do solo e das águas subterrâneas. A nanotecnologia move inovações em energia, como:
Os cientistas e engenheiros têm encontrado uma ampla variedade de maneiras de construir produtos e processos cada vez menores, em nanoescala. O objetivo é tirar vantagem de suas propriedades aprimoradas. Como maior resistência, menor peso, maior controle do espectro de luz e maior reatividade química do que seus equivalentes em grande escala.
A nanotecnologia é parte da próxima onda de inovação em ciência e engenharia que transformará muitos setores. Isso inclui o aeroespacial, energia, tecnologia da informação, medicina, defesa nacional e transporte. Ela deve permitir o desenvolvimento de materiais de última geração. Esses se tornam mais resistentes, leves e duráveis do que os materiais ainda utilizados em edifícios, pontes, aviões, automóveis e outras aplicações.
Os benefícios da nanotecnologia na saúde podem ser traduzidos em diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes, além de melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes.
“Ao contrário do que a grande mídia costuma apresentar, as nanoestruturas têm um aspecto bem menos futurístico. Na realidade, elas são muito mais parecidas com um vírus ou bactéria, pois possuem consistência mole, articulações flexíveis e são adaptáveis a ambientes molhados”, explica Leandro Antunes Berti, secretário executivo da API.nano – ou Arranjo Promotor de Inovação em Nanotecnologia, responsável por fomentar a comunicação e cooperação entre o setor empresarial e acadêmico na área.
Por fim, também existem preocupações sobre o custo da nanotecnologia na medicina, já que podem ser necessários materiais caros para produzir os medicamentos e dispositivos nanotecnológicos. Por isso, é importante estudar os possíveis efeitos da nanotecnologia na medicina, para que se possa determinar seus benefícios e riscos.
As ideias e conceitos por trás da nanociência e nanotecnologia começaram com uma palestra intitulada “Há muito espaço no fundo”. Ela foi realizada pelo físico americano Richard Feynman em 1959, muito antes que o termo nanotecnologia fosse usado pela primeira vez. Em sua palestra, Feynman descreveu um processo no qual os cientistas seriam capazes de manipular e controlar átomos e moléculas individuais.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature Communications, isso pode ser motivo de preocupação. Afinal, em longo prazo, os nanomateriais podem ser perigosos: são difíceis de medir e entram facilmente na cadeia alimentar. Para piorar, podem penetrar nas células e se acumular em órgãos.
Os cuidados de saúde estão se aproximando de uma revolução graças à nanotecnologia. Ferramentas altamente sofisticadas estão em desenvolvimento e possibilitados por causa da nanotecnologia.Por exemplo:
Além disso, a nanotecnologia também pode servir como ferramenta de prevenção, permitindo a detecção precoce de doenças e a interrupção de suas progressões. Isso acontece porque a nanotecnologia tem a capacidade de fornecer tratamentos direcionados para determinadas doenças, o que pode reduzir efeitos colaterais negativos.
A nanotecnologia possibilita o desenvolvimento de tecidos inteligentes que não mancham nem amarrotam, assim como de materiais mais resistentes, leves e duradouros para fabricar capacetes para motociclistas ou equipamento esportivo.
Outra desvantagem da nanotecnologia é que o seu uso militar pode causar grandes catástrofes. Como a exemplo das armas nucleares, as armas com nanotecnologia, em tese, seriam capazes de destruir nações em pouco tempo, com a diferença que não destruíram as cidades, mas assassinariam as pessoas.
A nanotecnologia na saúde é um dos maiores progressos da ciência em relação a esse setor. Com a nanotecnologia, é possível criar dispositivos minúsculos, em proporções moleculares, ou até atômicas. Os estudos no setor prometem facilitar e otimizar tratamentos, diagnósticos e pesquisas.
A nanotecnologia é mais um avanço tecnológico na medicina para auxiliar na melhora do diagnóstico e histórico do paciente, além de monitorar os parâmetros biológicos e fazer intervenções menos invasivas no corpo humano.
Como a nanotecnologia está sendo utilizada na saúde
A nanociência permite desenvolver novos materiais em escala nanométrica para a indústria. O impacto desse conhecimento no mercado profissional está impulsionando diversos setores da economia, como energia, construção civil, química, agronegócio, produção mineral, biomedicina, eletroeletrônica, entre outros.
Resumo: Os nanocosméticos são formulações cosméticas que conduzem ativos em nanoestruturas menores que 1000 nm, tornando-os mais eficazes do que os produtos convencionais.
Porque pode acelerar a evolução tecnológica e a competitividade internacional de um vastíssimo leque de áreas de actividade estratégicas onde é aplicada, como a biomedicina, o armazenamento de dados, a indústria, a qualidade dos alimentos e da água, ou a produção e armazenamento de energia.