Em filmes mais antigos e desenhos animados, é praticamente uma regra: sempre que alguém vai pular de algum lugar muito alto, grita ‘Geronimo!’ durante o salto. Mas de onde vem esse grito? Sua origem é bem antiga e até mesmo inusitada, e o tal do Geronimo é ainda mais velho, não tendo nenhuma relação com saltos de aviões, precipícios e grandes alturas em geral.
A frequência com que os pais batem nos filhos diminuiu em comparação a gerações anteriores, apesar de a palmada, que já virou até crime, ainda ser adotada por algumas famílias. Mas, e os gritos? Em questão de segundos, irritados com algum comportamento, alguns pais elevam a voz até os tons mais ameaçadores possíveis, o que amedronta, assusta e até paralisa os pequenos.
Parar: Se está tenso e incomodado ante uma conduta irracional, não diga nada. Você não é obrigado a reagir imediatamente. Respire fundo. Inale e expulse o ar devagar. Isso contraria o impulso a reagir que provoca a irritação e o estresse. Repita para si mesmo: essa é uma oportunidade para aprender a ficar tranquilo.
C: Os filhos amam os pais e são capazes de abraçá-los e sorrirem, mesmo depois de explosões de raiva. Aquela história de “dói mais na gente do que neles” é verdadeira? ES: Dói mais neles e é essencial lembrar disso para não nos colocarmos como vítimas. Sim, eles são compassivos, amorosos e nos acolhem – parte porque é da natureza humana buscar a conexão, parte porque representamos a sobrevivência. Eles precisam de nós para se manterem vivos. Mas, para nos perdoarem com tanta facilidade, a dor precisa ser enviada para o inconsciente, colocada longe da vista. As experiências dolorosas marcam e, em situações que as relembram, reagimos de maneira impensada. Explodimos porque essa dor ainda fala, mesmo que longe da nossa atenção. O pior é que, na maior parte das vezes, os pais não assumem que são os responsáveis pelas próprias atitudes. “Você me fez perder a paciência!”, “Você está me pedindo para te bater!”. Até quando pedem desculpas, muitos culpam os filhos: “Me desculpe, eu errei. Mas você também...”. A criança vira coautora do nosso descontrole! Além da dor causada pela atitude, uma camada de culpa é acrescentada. A reprodução desse padrão de abuso e codependência no futuro não é mera coincidência.
Na infância, aprendemos mais do que como usar o garfo e a faca e ler e escrever. Aprendemos o que é amor e respeito e como consegui-los; a forma com que nos relacionamos com nossos filhos será um parâmetro para as relações que terão no futuro. É algo enorme, e esquecemos porque vivemos focados no presente, buscando respostas para “o que faço para ele me obedecer?” ou pensando em formas de torná-las crianças que não dão trabalho. Educação é um projeto de longo prazo. A criança não deixa de amar os pais, mas a ela mesma. As pessoas falam que apanharam ou foram educadas com gritos e castigos, mas são bem-sucedidas e amam os pais. A questão é: você se ama? Como lida com seus erros e frustrações ou com a sua raiva? É nessas nuances que estão as consequências. E é isso que nossos filhos herdarão, se não mudarmos a nossa forma de educar.
Seu nome real era Goyaałé e ele viveu durante o século XIX, morrendo aos 79 anos, em 1909. Ele foi um grande líder da nação Apache, sendo originalmente um “medicine man”, uma espécie de pajé ou curandeiro indígena da América do Norte. Conhecido pela bravura, aterrorizou os americanos e mexicanos na região da divisa entre os dois países e é até hoje reverenciado por seu povo.
O nome de Geronimo foi invocado pela primeira vez durante uma série de testes com saltos de paraquedas no exército dos Estados Unidos, ainda na década de 40. O responsável por isso foi Aubrey Eberhardt, um dos militares que participavam desses testes e cujo batalhão foi um dos primeiros a saltar. Mas por que ele fez isso? A resposta tem relação com um filme e com um índio da tribo Apache que viveu no século XIX.
Usar a imaginação: Imagine a água de um rio. Observe como a água não para na mesma pedra, mas sim flui ao redor dos obstáculos que encontra. Da mesma forma, não resista à força irracional de seu interlocutor. Deixe que flua por seu corpo e mente sem que te provoque feridas. "Aquele que não imagina é como quem não sua, armazena veneno", disse Truman Capote.
C: Como acreditar que somos suficientemente bons e, mais, como ajudar nossos filhos a acreditarem que são e serão também? ES: Quando abandonamos a forminha do que é ideal e perfeito, nos colocamos à disposição para acolher e amar quem somos. Nenhum bebê deixa de chorar por medo de perder o amor da mãe. Ele comunica a sua necessidade porque sabe que ela merece ser atendida. Nascemos sabendo que somos suficientemente bons. O desamor por quem somos é construído por uma sociedade que deseja que nos encaixemos em modelos, antes mesmo de nascer. Passamos a vida acreditando que devemos ser diferentes de quem somos para sermos aceitos e amados. Nós somos suficientemente bons, simplesmente por sermos quem somos. Só precisamos relembrar esse saber nato. Nossos filhos nascem sabendo e, se não atrapalharmos, levarão essa convicção para a vida. Que sejamos filtro e não amplificador das cobranças sociais.
Sua história real e a criação do grito com seu nome na década de 40, fizeram com que o 501º Batalhão de Infantaria Paraquedista do exército americano fosse batizado como Geronimo, além de outras honrarias recebidas ao longo dos anos.
Acontece que no dia anterior ao salto, os soldados ganharam folga e saíram para se divertir. Alguns foram assistir ao filme que contava a história do índio Geronimo e, claro, a maioria encheu a cara. Eberhardt estava entre eles e já embriagado, resolveu se gabar de sua coragem, provavelmente como forma de esconder o medo que estava sentindo sobre o salto do dia seguinte.
C: Em um dos capítulos, você conta a história de uma mãe que chorava por ter recebido um diagnóstico de transtorno mental do filho, mas repetia para si mesma que precisava ser forte. Ela não se permitia chorar pelo motivo real: estava com medo. Por que é tão importante pais e mães chorarem de verdade pelo que os entristece? ES: O choro é uma ferramenta poderosa de regulação. Lava a gente por dentro. Alivia a dor, acalma, abre espaço para nos organizarmos internamente. Acontece que, depois de tantos “Não precisa chorar!” ou “Você quer um motivo de verdade para chorar?”, aprendemos que é errado, é um sinal de fraqueza, de descontrole. Somos uma sociedade que sofre de choro preso! Lágrimas endurecidas viram raiva, dedos apontados, briga, chantagem emocional, doenças. O choro é tão natural quanto beber água, comer ou dormir. Enquanto brigarmos com ele, estaremos negando uma parte importante de nós.
Escutar sem interromper: Ante uma conduta verbal irracional, o primeiro impulso é cortar o discurso para gritar que a razão está do nosso lado. Mas interromper só intensifica a hostilidade. Não discuta nem tente fazer seu interlocutor entrar na razão. Sua interrupção não mudará a mente de ninguém e só alimenta o conflito. É muito mais fácil o outro mudar sua maneira de agir do que de pensar.
CRESCER conversou com a autora que explica por que, afinal, agimos dessa forma, e dá caminhos de como mudar a rota na educação para criar seres humanos seguros, compassivos e que pensem mil vezes antes de levantar a voz, seja para quem for.
As pessoas que agem frequentemente de forma irracional na verdade não querem te prejudicar ou complicar a sua vida. Nem te deixar louco. Só estão preocupadas por suas frustrações e necessidades. Portanto, para enfrentar suas condutas, evitar a escalada do conflito e se manter calmo, o melhor é seguir as orientações dos psicoterapeutas:
Foi então que ele fez uma aposta com os colegas. Para provar sua coragem, gritaria ‘Geronimo!’ na hora de saltar e assim ele fez. Todos os que saltaram depois fizeram a mesma coisa e logo o grito se espalhou pelo país e pelo mundo todo, sempre que alguém vai saltar de uma grande altura.
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