Ser autônomo moralmente significa aceitar a responsabilidade subjetiva. Na medida em que ocorre a descentração, isto é, o sujeito sai do seu próprio ponto de vista para se colocar no ponto de vista do outro, ocorre uma transformação no respeito, que agora se torna mútuo.
Para Piaget, (1977, p. 11) “Toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por estas regras”. Por conseguinte, essas regras estão de fato vinculadas à vida cotidiana.
O desenvolvimento moral do ser humano inicia-se nas relações que ele estabe-lece com seu meio, desde o momento em que nasce. Essas relações são permea-das por valores, princípios e regras para o convívio coletivo.
Piaget nos apresenta em seus estudos que existem três fases do desenvolvimento moral: anomia, heteronomia e autonomia.
Afinal, a justiça é o princípio moral básico. ... De acordo com essa teoria do desenvolvimento moral, o raciocínio moral desenvolve-se em três níveis que podem também ser compreendidos em seis subestágios, cada um mais adequado para responder a diferentes dilemas morais.
Heteronomia (do grego heteros, "diversos" + nomos, "regras") é um conceito criado por Kant para denominar a sujeição do individuo à vontade de terceiros ou de uma coletividade. Se opõe assim ao conceito de autonomia onde o ente possui arbítrio e pode expressar sua vontade livremente.
- anomia (crianças até 5 anos): geralmente a moral não se coloca, com as normas de conduta sendo determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado.
ANOMIA – 0 a 2 anos: é a fase da ausência total de regras. Até cerca de 2 anos a criança não dispõe de representação mental e seu pensamento ainda é bastante difuso o que torna muito difícil a absorção de regras. É por isso que é NORMAL ter que repetir a mesma orientação muitas vezes!
Autonomia é a capacidade de governar-se pelos próprios meios, é o direito de um indivíduo tomar decisões livremente ou ainda independência moral ou intelectual.
A anomia é um conceito desenvolvido pelo sociólogo francês Émile Durkheim para explicar a forma com a qual a sociedade cria momentos de interrupção das regras que regem os indivíduos. O termo deriva da palavra grega nomos, que significa “norma”, “regra” e precedida pelo prefixo de negação a- (“não”).
A anomia surge quando as normas de conduta estabelecidas como regras pela sociedade para se alcançar metas sociais não estão devidamente integradas nestas. A anomia ocorre pois quando os indivíduos se sentem incitados a violar as normas para poder alcançar as metas.
Émile Durkheim, Merton e a Anomia social Robert K. Merton deu continuidade à ideia de Durkheim mostrando que os indivíduos intensificam a anomia quando eles abandonam as normas usadas para satisfazer seus desejos.
Durkheim vê a anomia como um estado de desintegração social. ... Como resultado, as regras sociais gerais não são mais consideradas; a ordem coletiva se dissolve e um estado de anomia vem à luz. As consequências disso são o aumento das taxas de suicídio e crime.
Notamos que há coesão social quando temos um grupo composto por indivíduos que compartilham objetivos, ações, ideias e crenças. É esse compartilhamento que possibilita a existência do grupo. O inverso de coesão social seria a desintegração social, o que causaria a consequente extinção do grupo social.
A, na cultura grega significa ausência, falta, privação, inexistência, e, nomos quer dizer lei, norma. ... Assim, anomia significa, portanto, falta de lei ou ausência de normas de conduta.
A teoria da anomia de Merton explica por que os membros das classes menos favorecidas cometem a maioria das infrações penais, e crimes de motivação política (terrorismos, saques, ocupações) que decorrem de uma conduta rebelde, bem como comportamentos de evasão como o alcoolismo e a toxicodependência.