Também vista como um tipo de arte, a literatura atua como reflexão sobre nossa identidade, sobre a de outros povos, trabalha o autoconhecimento, opiniões e atitudes, além de estimular debates e sugerir proposições. E, diante de tantas funções que a literatura desempenha, outros desdobramentos se legitimam quando ela é o assunto, um deles é a mediação de leitura. Antes de iniciar qualquer atividade deve-se pelo menos ter em mente duas premissas:
O livro nos permite ampliar nossas visões de mundo, e, por mais que hoje estejamos numa era muito tecnológica, em que podemos acessar tantas coisas através da internet, se faz importante ter com quem partilhar o sonho dessas ampliações, no encontro ao vivo, presencial, além do mais em tempos ainda pandêmicos, de recente isolamento social. Para a mediação, a literatura que faz sentido é a que acontece na relação de encontro, junto ao público, seja ele quem media, quem acompanha a leitura, seja quem escreveu e ilustrou aquela obra. Para este múltiplo encontro acontecer com intenção e propósito, é preciso escolher uma diversidade de bons livros para mediar, e, especialmente, no caso da mediação para as infâncias, não é qualquer livro que vale para realizar o incentivo à leitura.
O ideal é que se leia “com” o outro e não “para” o outro, ou seja, a boa mediação é a que encanta e envolve o público como participante ativo daquela leitura, sem que haja uma imposição da forma ou da interpretação da leitura pelo mediador. A mediação também não acaba quando acaba a leitura do livro, ela vai além. Uma boa mediação envolve uma boa conversa sobre o livro lido, que vá para além do óbvio, do “literal” do texto, que estimule os participantes a falarem o que sentiram, o que pensaram, que chame a atenção para pontos fortes do livro, que visite novamente algumas páginas, releia trechos etc.
Um exemplo de atividade prática é a leitura do livro “Nuvem no céu, nuvem de papel”, da autora Fabiola Braga. Depois de ler a obra, dê um passeio com os seus alunos no pátio da escola, onde seja possível ver o céu aberto e observar as nuvens. Estimule que os estudantes compartilhem entre si as impressões sobre o que observam.
Que tal explorar os precursores da ficção científica? Para essa etapa, vamos explorar o livro “20.000 léguas submarinas”, de Júlio Verne. Para começar, vale acionar os conhecimentos prévios dos alunos e perguntar se eles já conhecem o autor, sobre o que é a obra e quanto tempo demorou para ser produzida.
A intenção é que a brincadeira continue e que a imaginação seja incentivada! Todas essas atividades e propostas podem ser aplicadas ainda para algumas turmas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e a etapa de alfabetização.
A mediação de leitura, de modo simplificado, é o ato de ler um livro para alguém. É uma dinâmica triangular na qual um/a mediador/a se encontra com outra(s) pessoa(s), de qualquer faixa-etária, por intermédio do livro, onde ele é lido com presença e intenção. Ela pode acontecer em qualquer espaço e ter diversos propósitos, mas alguns são unânimes: promover o acesso ao objeto livro e o incentivo à leitura prazerosa. O que ocorre, na situação de mediação, é uma experiência afetiva, uma relação estabelecida entre o olhar, as palavras, vozes, imagens e gestos no ato de estar com o livro, ofertando a leitura como atividade de prazer.
A mediação começa quando o mediador escolhe a obra e se prepara para ler. Nesse momento, os cuidados para a escolha do livro são essenciais e o seu estudo para o maior conhecimento possível de todas as suas facetas, também. Assim, no momento da mediação, o mediador poderá atuar com propriedade sobre a obra e conectar-se ao público.
No que diz respeito à mediação da leitura, destaco que, a partir dela, é possível lermos o nosso público em sua essência, ou seja, sabermos um pouco mais sobre ele, sendo esse o primeiro exercício que envolve o trabalho com a mediação.
A formação de leitores representa um dos grandes desafios da educação brasileira. De acordo com pesquisa de 2016 do Instituto Pró-Livro, cerca de 44% da população do país não é considerada leitora – ou seja, não leu ao menos um livro, ainda que em partes, nos três meses anteriores ao levantamento. Além disso, a média de leitura por habitante ainda é baixa: são cerca de 5 livros por ano.
Fonte: Revista Educação | Juliana Fontoura
Leia a entrevista completa na página da revista Educação.
Em se tratando de recursos que auxiliam a ação com o uso da literatura, por meio dela também é possível verificar que o processo de formação do interlocutor é desenvolvido ao máximo, ao se pensar em estratégias de leitura, do trabalho com determinados temas pertinentes ao seu universo, ao ouvi-lo, ao lhe dar voz, enfim, uma obra/um texto deve estar presente porque deve fazer sentido para quem a lê. E é no contato com o texto — com o encantamento que este proporciona (aqui já se instaura o processo de mediação), ao estimular nosso público, já que também formarei novos leitores — que as possibilidades de atividades são cada vez mais significativas.
Um bom livro para criança é um bom livro para adulto, por isso a literatura infantil e juvenil de qualidade é a mais utilizada em sessões de mediação abertas ao público espontâneo geral. Para a escolha do acervo é importante que sejam variadas e múltiplas as narrativas, contemplando as diferenças de gêneros literários – prosa, poesia, contos – e conteúdos propostos – histórias de vida, medo, solidão, amizade, família, diversão, abstração; e que tenha um design interessante também. Um bom acervo de livros é aquele que pode afetar e despertar uma gama de sentimentos e reflexões, como alegria, saudade, tristeza, raiva, surpresas. São livros com os quais nos sentimos identificados seja com algum personagem, com um lugar, um traço, um jeito de escrever, uma ilustração, uma paleta de cores ou pelo prazer de usufruir aquela obra!
Quando penso na mediação de leitura, vejo a possibilidade de trabalhar com uma pluralidade de experiências, tendo em vista que ao compartilhar o que depreendi sobre o tema abordado inauguram-se momentos de trocas. Ainda, ao ouvir o interlocutor, a partir do que me propus como encaminhamento para reflexões, mediador e público descobrem, juntos, uma imensidade de ressignificações sobre a discussão que um texto tende a proporcionar.
O livro é o instrumento da mediação no ato de qualquer leitura. E não apenas consiste em ler, do início ao fim, uma obra literária, na sessão de mediação, são diversas formas de mediar, quando possibilitada a livre exploração do acervo de livros, por exemplo, dispostos em um tapete no chão, acessível a quem chegar. Para as crianças pequenas, sobretudo, poder pegar um exemplar, parar no meio, trocar de livro, ler, folhear, comentar, reler, imaginar, criar, estando junto a nós, mediadoras/es de leitura disponíveis para acompanhá-las no despertar de suas sensações e significações, são formas de promover uma atividade de mediação também, e de maneira prazerosa! Pois como disse Paulo Freire na obra intitulada A Importância do Ato de Ler (1988), “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”, já que desde quando somos bebês vamos aprendendo a ler expressões faciais, sons, temperamentos, dinâmicas do tempo, clima… e também histórias através do som, tato, dos movimentos de corpo, bem antes do letramento, ganhando repertório conforme acessamos uma diversidade de narrativas escritas e ilustradas, por meio de leituras mediadas.
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Aqui, é possível trabalhar a interdisciplinaridade e envolver as disciplinas de história, biologia e sociologia também podem ser exploradas com essa obra! Destaque com eles os contextos espaciais e sociais onde se passa a obra, fazendo paralelos com a atualidade.
Os mediadores de leitura são aquelas pessoas que estendem pontes entre os livros e os leitores, ou seja, que criam as condições para fazer com que seja possível que um livro e um leitor se encontrem.
Os mediadores de leitura são aquelas pessoas que, de alguma forma, estimulam o outro a ler, ou seja, elas se servem de ponte entre o leitor e o livro. Exercem, então, forte influência. ... Já na escola, a tarefa de mediador cabe ao professor, o qual deve servir de exemplo de leitor, e leitor ativo, crítico.
O professor é também mediador de leitura do mundo, ao oferecer aos alunos a oportunidade de explorar a realidade circundante, seja dos colegas, da escola, do bairro, do país ou do mundo em que vive. Essa leitura não pode ser meramente redundante, mas deve destrinchar os ocultos e fazer refletir sobre o aparente.
Pergunta 8 0,5 em 0,5 pontos Quando no cinema se abordam dramas ligados a conflitos ocasionados por choques culturais, pelo convívio das diferenças sociais, raciais, étnicas e comportamentais pode-se utilizar isso para desenvolver a ideia de Resposta Selecionada: d. pluralidade cultural. ... pluralidade cultural.
Pergunta 8 0,5 em 0,5 pontos Quando se fala em sistematização das análises, deve-se considerar: Resposta Selecionada: b. o desenvolvimento de um trabalho que não apenas incorpore o conteúdo, a “história” do filme, mas também seus elementos de performance, linguagem e composição cênica.
O cinema em sala de aula exige uma metodologia específica. Faz-se necessário escolher como apresentar aos alunos o filme: se completo ou selecionar alguns fragmentos que atendam às expectativas de aprendizagem contempladas no planejamento do professor.
São inúmeras as vantagens do cinema na escola para os estudantes. Entre elas, está a possibilidade de fortalecer o gosto pela arte, despertar a criticidade e reter a atenção dos alunos para assuntos que, normalmente, são repassados pelas aulas expositivas.
Resposta: A importância inicial do surgimento do cinema está ligado a uma nova forma de se contar e apreciar histórias.
A arte cinematográfica possui uma capacidade de difusão entre os indivíduos, a qual pode criar diversas ideias, sentimentos, percepções a respeito das relações em que vivem, assim como, despertar algum tipo de questionamento a partir das imagens transmitidas através dos filmes.
A utilização do cinema como veículo e ferramenta de ensino-aprendizagem oportuniza enfocar os aspectos culturais, históricos, literários e políticos, proporcionando uma visão integral do cinema enquanto mídia educativa. ...
Além disso, a maneira como o cinema retrata distúrbios psicológicos como ansiedade, depressão e estresse podem ajudar quem passa por esses problemas na vida real. A razão é simples: por meio da identificação com um personagem, a pessoa tende a refletir a respeito da sua condição.
Resposta. Explicação: Para que haja a facilidade de contato entre a massa e a cultura, dessa forma a cultura se torna menos elitista e mais acessível a qualquer pessoa, mesmo as menos favorecidas.
O Cinema não é apenas uma forma de expressão cultural, mas também um meio de representação. Através de um filme representa-se algo, seja uma realidade percebida e interpretada, ou seja um mundo imaginário livremente criado pelos autores de um filme.
Pode-se apontar que o motivo do público ver os filmes mais longos como eventos pelo fato de que os eventos normalmente pressupõe uma longa duração, que normalmente supera as 3 horas de duração, de modo que, a partir disso, longos filmes são vistos como eventos pelo público.