Entender as diferentes implicações relacionadas à rejeição familiar é importante, visto que essa é a principal referência de socialização dos filhos, principalmente, na infância e adolescência. Nesse sentido, os comportamentos educativos e a postura dos pais são essenciais para o desenvolvimento emocional e do perfil comportamental dos mais novos.
A leitura que agora Thales faz destes que foram momentos críticos de sua infância está em consonância com o que apontam estudos sobre os impactos do sentimento de rejeição nos pequenos. Um artigo publicado na revista científica fluminense “Estudos e Pesquisas em Psicologia”, em 2015, indica que esse grupo de pessoas, que se sentem excluídas e indesejadas, apresenta risco maior para delinquência, abuso de substâncias, evasão escolar e depressão. O texto aponta que a rejeição entre pares – isto é, entre colegas de idade similar – “é um problema comum na infância, sendo que aproximadamente 12% das crianças atingem critérios sociométricos que as enquadram nessa categoria”. Recorrendo à literatura internacional – pois, no Brasil, poucos estudos se debruçam sobre a temática –, as autoras salientam que “aproximadamente metade dos alunos rejeitados apresenta um perfil de comportamento agressivo, ao passo que a outra metade é caracterizada pela dificuldade em outras habilidades sociais, apresentada como comportamentos passivos e de timidez”.
Logo, a família é algo que precisa estar atrelado ao indivíduo desde o nascimento, principalmente, quando a criança aprende a diferenciar emoções positivas de negativas. Na infância, perceber o desprezo dos pais pode levar a um enorme sentimento de insegurança, o que compromete a forma de encarar a vida e a maneira de se comportar no futuro.
Foi muito bom a leitura dos temas expostos. Tenho que agir com çautela com uma filha jovem de 15 anos que se comporta de uma maneira agressiva e de desestabilidades emocionais. Penso em procurar ajuda profissional. Gostaria de ter mais detalhes sobre enternamento psiquiátrico com apoio de vcs.
Vou começar com a autoestima. Ser rejeitado é algo que abala qualquer um, porém quando a autoestima vai bem e a criança tem forte a crença de que ela tem valor mesmo quando as coisas não dão certo, ela passará pela dor da rejeição, irá processar estes sentimentos e sair deles com dignidade. Não dá para excluir a parte ruim da vida, não conseguiremos estar atrás dos filhos a vida toda, mas podemos criá-los bem!
Em primeiro lugar, nossa atitude ao ver ou escutar, deve ser a de empoderamento da criança rejeitada. Tomando cautela para não colocá-la no papel de “pobre coitada”: superprotegendo-a e nem a bajular com elogios vazios. Usar o encorajamento ao lidar com as emoções ao invés de tentar alegrar logo a criança mostra que apesar de dolorida, a rejeição e outros problemas, podem ser manejados.
[…] não é nada anormal. O problema surge quando essa ansiedade, por diversos fatores — como a rejeição dos pais ou timidez extrema —, se mostra mais forte que o saudável, e começa a atrapalhar a vida da […]
Junto com a famosa lição de não falar mentiras, nós educadores temos o dever de ensinar que não se deve falar tudo que se pensa em certas ocasiões ou corre-se o risco de perder alguns colegas e atrair a antipatia. Não é porque as crianças são pequenas que elas deixam de se encaixar nas regras de bom senso e convívio social. E o modo como se fala representa um espaço enorme em como os outros recebem nossas palavras. Vale a pena trabalhar isso com os pequenos.
E poderá usar quando nós não estivermos lá para ajudar, por isso lembrem de praticar. Se a criança aceitar, ofereça um abraço. Se durante tudo isto seu filho chorar ainda mais, saiba que vocês estão no caminho certo. Chorar lava a alma, cura feridas, alivia angústias e a empatia e nosso apoio ajudam a criança a se apropriar dos problemas da vida dela e lidar com a realidade. Isto as coloca numa posição mais saudável e com mais poder para seguir em frente solucionando os problemas que aparecem.
Ela abriu um sorriso enorme, acho que ficou aliviada. Trabalhem isso no dia a dia com as crianças, a aparência geral bem cuidada é respeito com o próprio corpo e também com os outros. Ali começou um processo para essa garotinha em busca de suas amizades e no entendimento de algumas regras sociais.
Logo, indivíduos que cresceram com as emoções abaladas são mais propensos ao sofrimento psicológico. Além disso, eles adquirem uma personalidade mais insegura e vulnerável ao uso problemático de drogas e álcool e às ideações suicidas. Dados da OMS apontam que 36% dos suicídios da América Latina ocorrem entre adultos de 25 a 44 anos.
Outros exemplos sobre ajudar a criança a olhar para ela mesma como participante do que acontece à sua volta são quando o filho/aluno fala certas coisas que magoam os colegas, quando cometem o “sincerocídio”. As crianças não aceitam de bom grado certas ofensas em grupo, é importante ensinar que devemos ser verdadeiros mas acima de tudo devemos ser humanos!
É uma queixa muito comum, mas a criança não tem consciência de dizer que está tendo um certo desafio de comportamento por se sentir rejeitada. Dentro da parentalidade positiva, o que dizemos é que crianças que não se sentem amadas, aceitas e importantes são aquelas que vão apresentar algum desafio de comportamento. A criança pode ter uma crise de ansiedade, pode desenvolver depressão, pode ser diagnosticada erroneamente com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou com o Transtorno Desafiador de Oposição (TOD), pode ser uma criança agressiva em casa e/ou na escola, ter rendimento escolar baixo... São inúmeros os desafios que podem estar relacionados ao fato de a criança se sentir rejeitada.
Vou dar um exemplo que aconteceu em sala de aula anos atrás com uma garotinha de 3 anos e meio. Ela era simpática, autêntica e inteligente, mas não se interessava por alguns aspectos de aparência e higiene que já incomodavam os colegas dessa idade. Vivia com o dedo no nariz ou com as mãos molhadas de terem sido postas na boca e o cabelo desgrenhado.