Além do mais, Assuão ergue-se na zona mais encantadora do Nilo, onde o deserto se prolonga até à beira da água e o rio é salpicado de ilhas. A comunidade de núbios que aí se encontra articula na perfeição com o ambiente descontraído da cidade, tornando-a um dos lugares mais relaxantes do Egito. A isto acresce-se ainda o valor cultural e histórico da cidade, que faz deste lugar ainda mais especial do que parece.
Muitos milênios depois, com o fim da era colonial e o estabelecimento da República do Egito, em 1953, a Núbia foi dividida entre o Egito e o Sudão. Nos anos 1970, com a construção da barragem de Aswan, que deu origem ao Lago Nasser, o povo núbio foi forçado a deixar suas casas e a se reassentar. É por isso que é possível encontrar várias vilas núbias em Aswan.
Mas o impressionante é pensar que o Templo de Philae não está mais em seu local original. É que na época da construção da barragem, nos anos 1950, a ilha de Philae estava na zona de alagamento. E o templo sofreu com alagamentos, perdeu as cores das paredes, mas continuou de pé. A UNESCO, então, nos anos 1970, criou um projeto de salvação, que foi posto em prática por um time holandês. Eles desconstruíram o templo, num lego da vida real, em 40 mil peças. E depois o reconstruíram, pedra por pedra, numa ilha vizinha, a Agilkia, onde está até hoje.
Dizem que as lágrimas de Ísis, chorando por Osíris, causaram a primeira cheia do Nilo. Suas imagens são representadas muitas vezes como uma mãe e seu filho, o que leva muita gente a crer que o mito de Ísis foi, mais tarde, usado como inspiração para a Virgem Maria e seu filho Horus, ou Jesus.
O Templo de Philae também tem referências à deusa Hator, que é personificação de uma vaca e que às vezes tem um culto semelhante a Ísis. E um pequeno templo de Trajano. A arquitetura é uma mistura da arte grega e egípcia, o que é visível claramente nas colunas.
Luiza, vim consultar sobre o templo de Philae e acabei lendo todo o post, muito bom.Fiz, em fevereiro último, este passeio: represa de Asswan, tempo de Philae, Abu Symbel, aldeia Núbia e um delicioso cruzeiro de Asswam a Luxor. Foi uma semana inesquecível. Além desta parte do Egito visitamos Qeops e Gize e outras atrações no baixo Nilo. Uma viagem que planejei desde meus estudos de história antiga la no Secundário, demorou mas valeu a pena. Aconselho
O templo fica afastado do centro da cidade, numa ilha no meio do Lago Nasser. Então, se você não estiver numa excursão, é necessário pegar um táxi até a entrada do templo e mais um barco para chegar na ilha. Isso significa negociar com um taxista para te levar lá e esperar por você (pelo que pesquisei na internet, são umas 100 libras egípcias se você quiser que o táxi te espere ir e voltar do templo). E depois o barco, que deve ser negociado por 40 a 50 libras egípcias por pessoa, ida e volta.
Não é barato ficar no Old Cataract, mas dá para achar diárias a partir de R$450 (na baixa temporada) ou R$700 (na média ou alta temporada). Mas é uma experiência daquelas para se lembrar para o resto da vida. E comparando com hotéis 5 estrelas em outras regiões do mundo, até é um preço bem abaixo da média.
Um passeio comum e bastante agradável é um cruzeiro pelo Rio Nilo para visitar uma das vilas núbias. Na ida, o nosso barco, que tinha motor, fez um caminho mais longo e passeamos por quase uma hora pelo cenário incrível do rio. Depois, descemos na vila de Gharb Seheyl, passeamos por lá, fizemos algumas compras e voltamos de barco para o hotel por um caminho mais curto.
Toda a história de Ísis está retratada nas paredes do Templo de Philae. Dizem que Cleópatra costumava ir ao templo reverenciar a Deusa. E que, quando ela se vestia para o público romano, o fazia como uma representação de Ísis.
Durante o Império Médio, mais ou menos dois mil anos antes de Cristo, o Egito começou a expandir seu território nas terras da Núbia, com a construção de fortes ao longo do Nilo. Apesar de um histórico de conquistas entre os povos, a relação entre eles era de paz e cooperação. O Egito chegou até mesmo a ter faraós de origem núbia.
O pessoal do blog “A Mochila e o Mundo” fez o passeio até lá de felucca, que é o barco sem motor, à vela. E Mairon pelo Mundo ficou hospedado nessa vila núbia que eu visitei. Ele fala do passeio pelo Museu Núbio, que parece ser muito interessante.
Este projecto, patrocinado pela UNESCO, prolongou-se de 1972 a 1980, enquanto Agilika era transformada para se assemelhar a Philae. Hoje, os barcos deixam os visitantes no extremo sul de Agilika, perto do edifício mais antigo da ilha, o Pavilhão de Nectanebo II, do século IV a. C. Daqui, um largo pátio, ladeado de colunatas, leva ao magnífico Templo de Ísis, o principal edifício no complexo do templo de Philae.
Para informações completas sobre viagem de trem no Egito, recomendo ler o tópico no site Seat 61.
Philae ganhou destaque durante a Dinastia Ptolomaica como o centro do culto da deusa Ísis. Este complexo foi na verdade um dos últimos lugares remanescentes onde a antiga religião sobreviveu após a chegada do cristianismo no Egito, fechando oficialmente apenas em 550 dC. Os primeiros cristãos usaram o templo principal da ilha como igreja.
Essa não é a única vila núbia, mas é a que recebe a maior quantidade de turistas. É possível também tentar conhecer locais mais tranquilos, como a Ilha Seheyl e Gharb Aswan, além da Ilha Elefantina, que é um passeio de mais fácil acesso.