Casa de recuperação para dependentes químicos
A via submucosa, seja por administração nasal seja por administração oral, tem sido utilizada, principalmente, em Pediatria 18. Mais recentemente, a administração intra-articular de opióide como droga única ou associada a um anestésico local, também vem sendo utilizada com sucesso 18,42, tendo como suporte a existência de receptores de opióides, provavelmente do tipo µ e d, em tecidos inflamados, e que podem ser ativados por ligantes endógenos, em situações experimentais 43.
CONTEÚDO: A evolução dos conhecimentos sobre o ópio, produto natural extraído do Papaver somniferum, e sobre os opióides, substâncias naturais, semi-sintéticas e sintéticas extraídas do ópio, bem como as principais referências a essas substâncias desde a Antigüidade foram avaliadas. Foi enfatizado o progresso obtido a partir dos trabalhos de Setürner que resultaram no isolamento da morfina. As investigações conduzidas por outros autores na busca de substâncias sintéticas que apresentassem vantagens sobre os produtos naturais foram mencionadas. A importância da descoberta dos receptores opióides e de seus ligantes endógenos foi sublinhada.
O século XIX foi rico em acontecimentos no que concerne à história dos opióides. Logo no seu início, ocorreram acirradas discussões sobre o modus operandi do ópio. O assunto foi revisto por Haller Jr. 19 e, segundo ele, William Collen, em 1808, no Treatise on the Materia Medica admite que o ópio suspende o fluxo de mensagens dos nervos para o encéfalo e vice-versa, causando, em conseqüência, "a abolição de toda a sensibilidade dolorosa e de qualquer outra irritação oriunda de qualquer parte do sistema". Também observou que, embora o ópio fosse um sedativo, em alguns indivíduos ele poderia exibir um efeito excitante inicial. Outros autores, ao contrário, proclamavam que o ópio atuava como uma droga excitante em todos os casos, aumentado o vigor físico e clareando a mente. Apesar do desconhecimento do mecanismo de ação do ópio, essa droga tornou-se um grande suporte terapêutico da era Vitoriana 19.
Na segunda metade do século XIX, a disponibilidade da morfina e a possibilidade de administrá-la por via subcutânea condicionou o aumento de sua utilização, até porque admitia-se, na época, que quando administrado por essa via, o alcalóide causava menos inconveniente do que quando ingerido 4.
O conhecimento do ópio remonta talvez à pré-história ou, pelo menos, aos períodos históricos muito distantes. Sementes e cápsulas de papoula foram encontradas em uma vila da era Neolítica, situada na Suíça 4. De qualquer forma, a evidência mais antiga do cultivo da papoula data de 5.000 anos e foi deixada pelos Sumérios A papoula é descrita em um ideograma desse povo como "planta da alegria" 5.
Que ressurgimento das mais inatingíveis profundezas do espírito! Que revelação do meu mundo interior. O fato de as minhas dores terem desaparecido pareceu-me então uma insignificância. Esse efeito negativo foi consumido no abismo de um prazer divinal subitamente revelado. Aqui estava a panacéia para todo e qualquer sofrimento humano; aqui estava o segredo da felicidade."
Após a queda de Roma, no século V d.C., a Europa Ocidental mergulhou em indubitável estagnação intelectual que se estendeu pelo menos até o século XII. Todavia, durante esse período, mais precisamente entre os séculos IX e XVI, floresceu a Civilização Islâmica na qual foi reativado o estudo de várias artes e ciências, entre as quais a Medicina 15. O conhecimento sobre as drogas utilizadas pelos gregos e romanos foi recuperado através dos trabalhos de Dioscórides 6. O ópio, que era denominado pelos árabes af-yun 9, era para Avicena, um expoente da Medicina Islâmica, o mais poderoso dos analgésicos e indicado para o tratamento de diarréias e de doenças oculares 5,15. Essa substância foi administrada tanto por via oral quanto por via retal no tratamento de otalgias e de artralgias, principalmente gota 15. A toxicidade do ópio foi bem conhecida por Avicena 16 que, segundo alguns autores, abusava dessa substância, tendo provavelmente morrido em conseqüência de sobredose 4. No século IX, surgiram, entre os médicos árabes, referências à spongia somnifera, uma mistura de ópio, mandrágora, cicuta e hiosciano, destinada a promover anestesia para procedimentos cirúrgicos, por inalação. Posteriormente, a spongia somnifera foi usada em Palermo, com a mesma finalidade 6. No período de ouro da Civilização Islâmica, os árabes dominaram o comércio no Oceano Índico e introduziram o ópio na Índia e posteriormente na China, onde recebeu o nome de o-fu-yung. Durante cerca de 1.000 anos os chineses empregaram o ópio, basicamente para o controle da diarréia.
Consta que Deméter, divindade grega, conhecia as propriedades sedativas e hipnóticas do ópio, tanto assim que, desesperada com o estupro de sua filha Perséfone, ingeriu essa substância para dormir e, assim, esquecer o seu sofrimento 8. Diz-se, também, que essa Deusa fez Triptólemo, Rei de Elêusis, e seu discípulo na arte do cultivo da terra, ingerir papoula para poder conciliar o sono 8. É muito provável que o ópio tenha sido incluído nas celebrações do culto a essa divindade grega 4. O Nepente, mencionado na Odisséia como a droga do esquecimento, é reconhecido por muitos como ópio 4. Embora Teofrasto, filósofo grego que substituiu Aristóteles na direção do Liceu, duvidasse da existência do Nepente, atribuindo a sua descrição a Homero como um arroubo de imaginação poética, Dioscórides admitiu tratar-se de uma mistura de suco de papoula com meimendro. Kriticos e Papadaki discutiram as diversas hipóteses sobre a natureza do Nepente e concluíram que é ou contém ópio na sua composição 8.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Desde tiempos inmemoriales, el opio y sus derivados, junto con ejerceren ponderable influencia sobre el comportamiento de los seres humanos, han sido empleados como sedante y como analgésico. Desde el siglo XIX, con el aislamiento de los alcaloides del opio y las facilidades para el empleo de esas substancias por vía parenteral, hubo aumento del interés por el uso criterioso de los opioides en la área médica y del análisis de las consecuencias sociales de su uso abusivo. Se justifica, por lo expuesto, una revisión histórica del opio y de sus derivados. CONTENIDO: La evolución de los conocimientos sobre el opio, producto natural extraído del Papaver somniferum, y sobre los opioides, substancias naturales, semi-sintéticas y sintéticas extraídas del opio, bien como las principales referencias a esas substancias desde la Antiguedad fueron evaluadas. Fue enfatizado el progreso logrado desde los trabajos de Setürner que resultaron en el aislamiento de la morfina. Las averiguaciones acarreadas por otros autores en la busca de substancias sintéticas que presentasen ventajas sobre los productos naturales fueron mencionadas. La importancia del hallazgo de los receptores opioides y de sus ligantes endógenos fue subrayada. CONCLUSIONES: En el amanecer del tercer milenio, a despecho de las pesquisas realizadas con drogas analgésicas de otros grupos farmacológicos, los opioides continúan siendo los analgésicos más potentes, aunque su eficacia sea contestada en ciertos tipos de dolor. Los actuales conocimientos de Farmacología Clínica permiten seleccionar el opioide a ser administrado, considerando la enfermedad y las condiciones del paciente, en la busca de la mejor relación costo-beneficio.
Con el fin de proporcionarle la información más relevante y útil, y de entender qué información es beneficiosa, posiblemente combinemos tanto su correo electrónico como la información sobre el uso del sitio web con otro tipo de datos que tenemos acerca de usted. Si usted es un paciente de Mayo Clinic, esto puede incluir información confidencial de salud. Si se combinan esos datos con su información médica confidencial, toda esta información se tratará como información médica confidencial y solo se usará o revelará según lo descrito en nuestro aviso sobre políticas de privacidad. En cualquier momento, puede optar por no recibir las comunicaciones de correo electrónico si presiona en el mensaje el enlace para anular la suscripción.
Depois que foi estabelecida a estrutura química dos derivados naturais do ópio, vários derivados semi-sintéticos foram obtidos por modificações relativamente simples na molécula da morfina e da tebaína. Destacam-se a diidromorfinona (Dilaudid®, a acetil-morfina (dionina), a 6-metil-diidromorfinona (Metopon®), a l-14-hidroximorfinona (oximorfam ou numorfam) e a diacetilmorfina (heroína) 2. O preparado designado Pantopom® contém os alcalóides puros do ópio na proporção relativa em que se encontram no produto natural 21.
A guerra civil americana criou uma grande oportunidade para o emprego maciço tanto do ópio por via oral quanto da morfina por via subcutânea nos soldados feridos em combate e, como conseqüência, houve registro de diversos casos de dependência física, gerando um problema social para os Estados Unidos 6. Os soldados britânicos que lutaram na guerra da Criméia também utilizaram morfina injetável para ajudá-los a suportar as terríveis condições dos campos de batalha. O mesmo sucedeu com os soldados prussianos na guerra de 1870 entre a França e a Alemanha 4.
A chamada guerra do ópio, ocorrida na primeira metade do século XIX, motivou a conscientização, pelo menos nas classes mais esclarecidas, dos problemas gerados pelo abuso dessa droga 4. O hábito de fumar ópio foi introduzido na China no século XVII 5. Contudo, somente na segunda metade do século XVIII a importação do ópio pela China foi expandida, inicialmente pelos portugueses, depois pelos franceses e finalmente pelos ingleses, quando a quantidade importada por esse país foi estimada em 10.000 toneladas, movimentando 20.000.000 de libras esterlinas 9,13. Obviamente, o hábito de fumar ópio foi estimulado, de forma inescrupulosa, pelos interessados num comércio tão compensador. Era natural, no entanto, que o Governo Chinês se preocupasse com os efeitos resultantes dessa importação exagerada, fato que culminou com o edito publicado em 1800, que proibia a importação de ópio. Como parte do controle proposto, foi destruído um depósito de ópio pertencente à Companhia das Índias Ocidentais. Esse ato precipitou a "guerra do ópio" entre a Inglaterra e a China, sendo esta última derrotada. Com a celebração do Tratado de Nanquin, Hong-Kong foi cedido à Inglaterra e alguns portos foram abertos ao comércio europeu e norte-americano. Em 1858, ainda como conseqüência do Tratado de Nanquin, o comércio do ópio foi legalmente admitido 9.
CONCLUSÕES: No alvorecer do terceiro milênio, a despeito das pesquisas realizadas com drogas analgésicas de outros grupos farmacológicos, os opióides continuam sendo os analgésicos mais potentes, embora sua eficácia seja contestada em certos tipos de dor. Os atuais conhecimentos de Farmacologia Clínica permitem selecionar o opióide a ser administrado, considerando a doença e as condições do paciente, na busca da melhor relação custo-benefício.
Em 1700, John Jones, um médico londrino, publicou um livro denominado Mysteries of Opium Reveal'd provavelmente a primeira publicação especificamente sobre o ópio. No livro, o autor alertava para os riscos do emprego excessivo dessa droga, admitindo que os efeitos adversos observados pudessem ser conseqüentes a resíduos não eliminados durante o processo de preparação 4. Dois outros livros foram escritos nesse século a propósito do ópio. George Young publicou o Treatise on Opium em 1750 e Samuel Crumpe publicou o Inquiry into the Nature and Properties of Opium em 1793 4. Ambos mencionavam o problema da dependência e, mais superficialmente, os sintomas da abstinência. Nenhum dos dois, contudo, sugeriu qualquer restrição para o uso do ópio, quer como medicamento, quer como fonte de prazer.