Publicado em 1891 inicialmente em formato de folhetim, Quincas Borba pertence a trilogia realista de Machado de Assis composta por Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro.
Com crises cada vez mais frequentes de demência, Rubião acredita ser um imperador francês e consegue fugir do hospício com o cão. Juntos voltam para Barbacena, porém não recebem abrigo e passam a noite ao leu, na rua.
Com a morte de Quincas Borba, Rubião herda tudo o que pertencia ao magnata: escravos, imóveis, investimentos. Além de herdar a fortuna, Rubião, que tinha na altura do inventário cerca de 40 anos, também recebeu o cão, igualmente chamado, assim como o antigo dono, Quincas Borba.
Joaquim Maria Machado de Assis, ou somente Machado de Assis, é considerado o maior nome da ficção brasileira. Teve origem humilde, nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, filho de um pintor e dourador e de uma açoiriana que morreu jovem.
Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias Póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia.
Interesseiro, Cristiano de Almeida e Palha vê em Rubião uma oportunidade para crescer na vida. A partir do momento que percebe a ingenuidade do rapaz, Cristiano tenta tirar vantagem da sua condição financeira abastada.
Casada com Cristiano Palha, Sofia é a musa de Rubião. O rapaz apaixona-se pela moça desde o momento que a conhece, na estação de Vassouras. Sofia tinha entre vinte e sete e vinte e oito anos e era descrita como uma belíssima senhora.
"Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas."
Na viagem de trem rumo ao Rio de Janeiro - mais precisamente na estação de Vassouras - o professor conhece o casal Sofia e Cristiano de Almeida e Palha. O casal, interesseiro, percebe a ingenuidade do mais recente milionário e resolve tirar proveito da situação.
Rubião se muda para uma casa em Botafogo e passa a andar cada vez mais próximo do casal Palha. Eles o ajudam com a decoração da casa, com a contratação de funcionários, o apresentam para o seu círculo social. As relações se estreitam tanto que Rubião acaba se apaixonando por Sofia.
Escreveu romances, contos, críticas teatrais e poesias. Foi fundador da cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras e escolheu como seu patrono José de Alencar, grande amigo de Machado que já havia falecido vinte anos antes da criação da ABL.
O patrimônio vai diminuindo e o casal Palha, percebendo a condição do "amigo", se responsabiliza pelos cuidados do doente. A situação se agrava até que Rubião vai parar em um hospício.
Convém lembrar que Quincas Borba não é uma produção única e isolada, o romance faz parte de uma trilogia proposta por Machado de Assis. Ao longo do capítulo IV, por exemplo, sublinhamos o fato do narrador também conversar com o leitor a respeito do primeiro livro da trilogia:
A proximidade do casal trata-se, porém, de pura conveniência. Aos poucos, Rubião vai percebendo que Sofia não está interessada e que o casal tira proveito da sua condição financeira. Com o desgosto, Rubião começa a apresentar traços de demência.
Ingênuo, o antigo professor primário Pedro Rubião de Alvarenga recebe, aos quarenta anos, uma herança de Quincas Borba. Após a morte do amigo, Rubião descobre um inesperado testamento que o deixava como único responsável por todos os bens: imóveis, investimentos, livros. Também havia herdado o cão, Quincas Borba.
Deixemos Rubião na sala de Botafogo, batendo com as borlas do chambre nos joelhos, e cuidando na bela Sofia. Vem comigo, leitor; vamos vê-lo, meses antes, à cabeceira do Quincas Borba.
Quincas Borba era um intelectual que vivia em Barbacena, interior de Minas Gerais. Foi apaixonado por Maria da Piedade, irmã de Rubião. A moça morreu jovem e Quincas Borba não deixou nenhuma viúva ou filho. O herdeiro escolhido, registrado em testamento, foi o grande amigo Rubião, que esteve ao seu lado nos últimos meses antes da morte.
Começou a trabalhar na Imprensa Nacional como aprendiz de tipógrafo e lá foi crescendo profissionalmente. Em 1858, tornou-se revisor e colaborador do Correio Mercantil. Dois anos mais tarde, migrou para a redação do Diário do Rio de Janeiro.
Quando o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás. Adivinhais por quê. Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem dez, nem vinte contos, mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casas na Corte, uma em Barbacena, escravos, apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, jóias, dinheiro amoedado, livros, - tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem deixas a nenhuma pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento, a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por motivo da grande afeição que lhe tinha.
Para Quincas Borba não existe a morte, pois a morte é um estado de transição para a vida eterna. Segundo Quincas Borba existe o encontro de duas expansões na morte, o que irá determinar a supressão entre elas. Mas, a supressão é uma condição necessária para a existência da outra.
Personagens Principais
Joaquim Maria Machado de Assis
Machado nasceu em família carente, mas letrada e, por isso, mesmo sem frequentar a escola, era capaz de ler e escrever. Descendente de negros, gago e epilético, conseguiu grande ascensão na vida e carreira, tendo sido oficial da Ordem da Rosa, além de ter ocupado outros cargos públicos.
O estilo machadiano focaliza as personagens de fora para dentro, vai descascando as pessoas, aparência atrás de aparência. Por isso, Machado é considerado grande "analista da alma humana".
São obras de Machado de Assis, exceto: O Alienista. Quincas Borba. O Primo Basílio....São obras do autor Inglês de Sousa, exceto:
Resposta. Resposta: C- Os Miseráveis.
As principais obras da primeira fase de Machado de Assis são:
Realismo