Salvo por você estar vivendo sob uma pedra desde o começo de 2020, não há razão que justifique o desconhecimento do "meme do caixão". Resumidamente, quatro homens africanos executam uma coreografia de dança enquanto carregam um caixão, com música alegre de fundo e trazendo ares festivos ao que normalmente entendemos como uma tradição solene.
Dada a recente popularidade do TikTok no Brasil — foi o segundo app mais baixado das lojas online em 2019 —, é possível entender como o meme pegou. E a adição de Astronomia como trilha sonora, bem como a subsequente remixagem feita por Vicetone em 2014, adicionaram mais tempero à brincadeira.
Evidentemente, esse mesmo meme também vem fazendo algumas pessoas mais tradicionalistas torcerem o nariz — é um enterro, afinal de contas —, já que boa parte dos países tendem a compreender “funeral” como uma ocasião solene e soturna, ou seja, o exato oposto de uma festa com danças animadas.
É a interpretação da notícia, levando em consideração informações que vão além dos fatos narrados. Faz uso de dados, traz desdobramentos e projeções de cenário, assim como contextos passados.
Os preços para um funeral com todo o estilo dançante, variam conforme a importância da pessoa para a sociedade, podendo chegar a 80 mil reais. É possível escolher entre uma cerimonia com coreografias muito mais animadas ou as menos dançantes, mais tradicionais.
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É sempre muito triste perder um ente querido. Na maioria dos países, antes do sepultamento, o caixão da pessoa falecida é posto em exposição para que seus familiares e amigos possam vê-lo pela última vez e se despedir.
“Eu decidi acrescentar uma coreografia, então quando o cliente vem até nós, perguntamos: ‘Você quer algo solene ou um pouco mais de teatro? Ou talvez uma coreografia?’”, diz Aidoo. “É só pedir que nós fazemos”, garante.
A República do Gana (gana significa “guerreiro rei”), que fica na África Ocidental, tem 28,3 milhões de habitantes. Entre eles se destaca Benjamin Aidoo, um carregador de caixões profissional. Ele é o criador da dança do caixão, que, sim, é um fato.
Mas a diferença não fica só na dança (mais sobre isso a seguir): no Brasil é comum que os carregadores de caixão sejam funcionários do próprio cemitério, mantidos, na maioria dos casos, pela prefeitura municipal. Outros países, no entanto, veem famílias contratarem pessoas para isso. Também é comum ver esses profissionais serem confundidos com “coveiros”, o que é parcialmente verdadeiro: em caso de funcionários públicos, ambas as funções são mescladas, haja vista que o coveiro também cuida da manutenção das lápides, jazigos e sepulturas. Em contratações particulares, porém, as coisas diferem.
Foi em 2015 que os usuários do Youtube tiveram a oportunidade de conhecer os dançarinos do caixão. Em viagem para Gana para participar do funeral de sua sogra, a espectadora relata para todos que testemunhou uma “performance incrível!”
Segundo o próprio Benjamin, esse “negócio” começou com um objetivo nobre: aliviar os níveis de desemprego na nação africana. No vídeo acima, o dançarino já contratou mais de 100 pessoas, embora a matéria não deixe claro se foram 100 dançarinos ou outras posições estão contempladas nesse meio.
♬ original sound – khvichagogava
O meme vem atraindo público justamente por trazer uma capacidade de fazer brincadeiras com situações relativamente perigosas: um vídeo de parkour que deu errado? Um homem inadvertidamente leva uma pancada mais forte “nos países baixos”? Enfia um corte seco em qualquer software de edição de vídeo e “cole” um clipe dos dançarinos fúnebres e pronto, está feita a piada.
A República do Gana (gana significa “guerreiro rei”), que fica na África Ocidental, tem 28,3 milhões de habitantes. Entre eles se destaca Benjamin Aidoo, um carregador de caixões profissional. Ele é o criador da dança do caixão, que, sim, é um fato.
Como todo meme, é difícil apontar exatamente para quando surgiu o "meme do caixão" e quando ele viralizou. Ao contrário do “Caneta Azul, Azul Caneta”, que teve um momento específico que, por sorte, começou na internet, pela internet, os dançarinos do caixão de Gana constituem um negócio que existe há pelo menos cinco anos. Em outras palavras: o nosso “meme” pode até ser corriqueiro para eles.
Para entendermos melhor toda essa história, precisamos saber primeiro como tudo começou. As imagens do meme foram retiradas de uma matéria publicada pela BBC, em 2017. Segundo a reportagem, esse inusitado costume nasceu em Gana e foi criada pelo agente funerário Benjamin Aidoo.
Apesar de só agora viralizar em várias redes sociais, as imagens apareceram tempos atrás, em uma reportagem especial feita pela rede internacional BBC sobre o costume bastante comum em Gana, na África.
Nos vídeos, que são sempre acompanhados de situações arriscadas, surge um grupo de homens negros, de terno e chapéus pretos dançando de forma animada enquanto carrega um caixão.
A BBC Brasil fez uma matéria em 2017 mostrando um pouco mais sobre os dançarinos do caixão. De lá pra cá, a popularidade deles não parou de crescer, mas foi em 2020 que essa popularidade estourou com o meme.