Dos 238 bilionários da Forbes de 2020, apenas oito têm 39 anos ou menos, em uma lista cuja idade média é de 63 anos. Juntos, a soma das fortunas desses jovens chega a R$ 103 bilhões, 6,4% do patrimônio somado de todos os nomes da lista brasileira deste ano (R$ 1,6 trilhão).
Além de Lehmann, outros quatro bilionários herdaram parte de suas fortunas dos seus pais, como é o caso de Gustav Magnar Witzoe, dono de uma das maiores pisciculturas de salmão do mundo, Wang Zelong, que herdou participações em duas companhias químicas da China, e as irmãs Alexandra e Katharina Andresen, que atuam no setor de investimentos.
Em janeiro de 2017, a Luxottica anunciou sua fusão com a fabricante de lentes Essilor. Na época, o valor de mercado da união dos negócios foi estimado em 46 bilhões de euros (cerca de R$ 256 bilhões, na cotação atual).
A Luxottica combina fábricas, grifes e pontos de venda. A empresa italiana foi pioneira ao usar marcas de luxo no ramo ótico. A companhia está por trás de marcas como Ray-Ban e Vogue, além de ser responsável pela produção de óculos da Prada e da Oliver Peoples.
E AINDA: O sobe e desce dos bilionários que já estiveram no Top 10 da Forbes Brasil
Wang detém 15% da sociedade na Scale AI, o que vale cerca de US$ 1 bilhão. Após uma rodada de financiamento no ano passado, no valor de US$ 325 milhões, a empresa foi avaliada em US$ 7,3 bilhões —foi isso que lhe rendeu o título de "o mais jovem bilionário do mundo".
Enquanto a maioria dos rapazes de 25 anos está saindo da faculdade e dando os primeiros passos no mundo corporativo, o americano Alexandr Wang entrou na lista da Forbes 2022 como o novo bilionário mais jovem do mundo.
No site da Scale AI, cuja sede fica em São Francisco (EUA), a empresa diz que a tecnologia se sobrepõe à capacidade humana em termos de precisão e velocidade para analisar imagens, especialmente as de satélite. Isso é especialmente importante para funções militares.
Os irmãos participam mais das empresas. Enquanto os dois filhos mais velhos de Leonardo, Claudio e Leonardo Maria, se envolveram ativamente nos negócios da família, o caçula Clemente, por enquanto, não é conhecido por estar envolvido em nenhuma das empresas deixadas pelo pai bilionário.
Mesmo com um currículo escolar e profissional brilhante, uma fortuna robusta e uma carreira promissora, Wang já disse em entrevista que seus pais estão decepcionados por ele ter abandonado uma faculdade —ainda mais do quilate do MIT.
Grande parte do patrimônio deixado por Leonardo Del Vecchio está atrelada à sua participação na EssilorLuxottica. É a maior empresa de óculos do mundo. A companhia foi o produto de uma fusão entre a Luxottica, fundada pelo próprio, e a gigante francesa de lentes de prescrição Essilor em 2018.
Foi assim que o menino e sua irmã, Jessie, cresceram: ao redor do Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México, local ultrassecreto onde os Estados Unidos desenvolveram aquela arma de guerra.
Diferentemente de muitos magnatas de sua idade, a fortuna de Wang não vem de família. Ele, que foi um garoto prodígio em matemática desde a infância, cofundou a empresa de software Scale AI quando tinha apenas 19 anos.
Amante de matemática e programação, desde o início da adolescência passou a participar de competições nacionais. Em 2012, ficou em 5º lugar na USA Mathematical Talent Search, e, dois anos depois, foi selecionado entre os 20 melhores estudantes de física para o USA Physics Team.
Os pais de Wang são físicos e desenvolviam armas para militares norte-americanos no Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México (EUA). O Projeto Manhattan, responsável pelas bombas atômicas da Segunda Guerra Mundial, foi realizado nesse mesmo laboratório.
Após um ano, abandonou os estudos para se dedicar exclusivamente aos negócios, inicialmente com um investimento da Y Combinator. Em 2018, já havia aparecido na lista Under 30 da Forbes, que destaca os nomes mais brilhantes do empreendedorismo.
Após morrer em junho do ano passado, Leonardo Del Vecchio deixou um testamento envolvendo até mesmo pessoas de fora da família. Para sua esposa e filhos, ele dividiu em oito partes iguais o capital da Delfin. Sendo assim, todos detêm 12,5% da empresa e ativos avaliados em mais de 30 bilhões de euros (R$ 167 bilhões). As outras pessoas que também apareceram no testamento são: Francesco Milleri, presidente e CEO da EssilorLuxottica e presidente da Delfin, e Romolo Bardin, que é diretor da holding.
Por mais que as consequências da pandemia de Covid-19 tenham influenciado diretamente no mundo dos negócios e no mercado de ações, quatro dos bilionários brasileiros mais jovens são figuras novas na lista.
Pedro de Godoy Bueno é o mais jovem entre os oito nomes com menos de 40 anos. Aos 29, o bilionário herdou ações da Dasa (Diagnósticos da América) de seu pai, Edson de Godoy Bueno, que faleceu em 2017. Pedro é presidente da companhia desde os 24 anos, quando ela foi adquirida pelo ex-casal Edson de Godoy e Dulce Pugliese, em 2015. Entre 2019 e 2020, a fortuna de Pedro, que também herdou ações da Amil, cresceu 193%, de R$ 2,9 bilhões para R$ 8,5 bilhões.