A ucraniana Lyudmila Pavlichenko (1916 - 1974) é considerada a atiradora que mais matou combatentes nazistas durante a 2ª Guerra. Foram 309 soldados alemães combatidos por tiros de longa distância.
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Isso porque, aos 14 anos, quando se mudou com a família para a capital Kiev (já parte da URSS), ela entrou num clube de tiro onde se tornou cada vez mais aperfeiçoada na técnica. Na mesma época, teve uma gravidez precoce, que resultou no nascimento de Rostislav, criado pela avó para que Lyudmilla seguisse nos estudos..
Ela se tornou um ícone relevante da propaganda de guerra soviética, sendo declarada Heroína Nacional e recebendo a Estrela de Ouro. Retratada nas mais diversas mídias, Lyudmila era aclamada por onde passava. Com o fim da guerra em 1945, retornou à Universidade de Kiev.
Para provar sua habilidade com rifles e pontaria, Lyudmila, então, apresentou um certificado de proficiência de tiro e foi submetida a um teste. Só foi admitida e se juntou ao Exército Vermelho depois que apontou e acertou, na primeira tentativa e à longa distância, dois soldados romenos aliados dos nazistas.
"O Alto Comando Soviético, então, viu valor de propaganda em Lyudmila Pavlichenko e a enviou em turnês motivacionais e de angariação de fundos", observa o autor de "Heroínas da União Soviética". Em agosto de 1942, já recuperada, viajou para o Canadá e fez uma excursão pelos Estados Unidos, onde conseguiu apoio para a guerra. Chegou a ser recebida pelo presidente Franklin Roosevelt na Casa Branca, algo até então inédito para um soviético.
Como consequência, foi designada à Divisão de Infantaria do Exército, se recusando a atuar como enfermeira — queria atuar com armas e atuar diretamente no front. Num dos exércitos europeus com maior espaço para militares mulheres, ela integrou um grupo de duas mil atiradoras de elite.
Estas estimativas foram calculadas a partir de relatórios do período da Guerra, feitos por aqueles que implementaram a política populacional nazista, e estudos demográficos de perda populacional durante a Segunda Guerra Mundial.
Com um saldo de 309 mortes, alvos importantes e estratégicos, incluindo mais de 100 oficiais da Alemanha, foi declarado que seus anos de batalha estavam encerrados. Optou por retornar à Rússia e nunca mais entrou em campo de guerra, passando a treinar snipers para o efetivo militar.
A pesquisadora russa Lyuba Vinogradova conta em seu livro "Anjos Vingadores", em português, que a União Soviética detinha, nessa época, mais de 2 mil franco-atiradoras, além de milhares de mulheres em postos de aviadoras, sapadoras (soldados responsáveis por trabalhos de engenharia militar, como cavar trincheiras), artilheiras e operadoras de tanque.
No livro "Heroínas da União Soviética", em português, o autor Henry Sakaida narra que Lyudmila trabalhou em uma fábrica de armamentos e era membro de um clube de tiro, onde se aperfeiçoou ao longo dos anos. "Mais tarde, ela se juntou a uma organização paramilitar, onde aprendeu a saltar de paraquedas e a velejar", acrescenta Sakaida.
Mesmo antes da Segunda Guerra, a União Soviética já incentivava suas mulheres, inclusive as crianças, a manusear armas. Em caso de invasão inimiga e com os homens em missão, elas poderiam garantir a proteção de suas famílias e terras. Lyudmila era membro da "Sociedade Voluntária de Cooperação com o Exército, Aviação e Marinha", estabelecida em 1927 com o objetivo de atrair jovens.
O que se segue são estimativas, as mais corretas possíveis, sobre os civis e soldados desarmados mortos pelo regime nazista e seus colaboradores.
Filha de uma camponesa e um operário, ela trabalhava numa casa de fundição de moedas até ser admitida no curso de História na Universidade de Kiev, onde também fez mestrado.
Foi lá que adentrou a um núcleo de treinamento a atiradoras do Exército Vermelho, onde desenvolveu as habilidades de sniper. Então, com a Operação Barbarossa, Pavlichenko logo se alistou no esforço de guerra, fazendo parte da primeira lista de voluntários.
Calcular com exatidão o número correto de pessoas mortas como resultado das políticas nazistas é uma tarefa extremamente difícil. Não há um só documento criado por funcionários nazistas na época da Guerra que explicite exatamente quantas pessoas foram mortas durante o Holocausto, na Segunda Guerra Mundial.
Lyudmila foi enviada para Odessa, uma cidade costeira ucraniana, onde enfrentou nazistas por mais de dois meses e meio, até ir para a Moldávia e de lá para Sevastopol, na península da Criméia. Aos 75 dias na guerra, havia abatido 187 soldados inimigos. "Era, naturalmente, muito mais difícil e traumático matar uma pessoa com uma espingarda do que em um avião", afirma Vinogradova, lembrando que as franco-atiradoras precisavam suportar, a cada disparo, o violento recuo da arma e o assédio e o abuso de colegas homens.