Quem Foi O Principal Socilogo Clssico Que Estudou A Teoria Do Subdesenvolvimento E Da Anlise Econmica No Brasil?

Quem foi o principal socilogo clssico que estudou a teoria do subdesenvolvimento e da anlise econmica no Brasil

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Pesquisador do tema "ensino de Sociologia". Autor de livros e artigos científicos.

Uma "crise" da Sociologia seria interpretada seja como um sinal de "imaturidade" das ciências sociais ou como uma disfunção entre os requisitos universais-normativos da ciência e os interesses e atitudes sociais, sendo concebida em ambos os casos como uma fase transitória que, uma vez superada implicaria no florescimento pleno da "Sociologia Científica".

Para que serve a sociologia

Em 1964, receoso da possibilidade de sua prisão, Cardoso se auto-exilou em Santiago do Chile, onde permaneceu até 1967, trabalhando na equipe do economista argentino Raul Prebish, diretor da Comissão Econômica para a América Latina-CEPAL, e lecionando na Faculdade Latino Americana de ciências sociais. Inicia-se então, um terceiro momento da produção intelectual de Cardoso, voltada para a comparação entre o Brasil contemporâneo e outras sociedades latino-americanas.

As noções de "Centro" e de "Periferia", por seu lado, destacam as funções que cabem às economias subdesenvolvidas no mercado mundial, sem levar em conta os fatores políticos-sociais implicados na situação de dependência (Cardoso e Faletto, 1973, p. 26).

As dramáticas mortes de Camilo Torres e "Che" Guevara em 1967 pareciam, já então, indicar os limites da alternativa de luta armada em países latino-americanos, os quais, ao não serem apreendidos, levaram a uma série de desastres político-militares como, no Brasil, a derrota da guerrilha urbana e a morte dos líderes guerrilheiros Marighella e Lamarca, e a derrota da guerrilha do Araguaia; na Argentina, a derrota dos Montoneros e do ERP e, no Uruguai, a derrota militar dos Tupamaros. O trágico desenlace do governo Allende (1970 - 1973), com o golpe militar liderado por Pinochet, levou à queda da primeira experiência de governo socialista por via eleitoral na América Latina.

Neste período, cabe destaque especial ao estudo A Integração do Negro na Sociedade de Classes (1965), estudo escrito entre 1963 e 1964, dentro dos marcos teóricos então vigentes na produção deste autor, sendo a expressão máxima da tensão teórica referida, entre uma crescente centralidade do caráter específico da Revolução Burguesa em condições de dependência e a vigência ainda da Hipótese de Dilema Social. Este estudo concluía que, no Brasil,

A crise e a renovação institucional-profissional das ciências sociais no Brasil associaram-se a uma crise e reorientação teórica simultânea e inter-relacionada com a crise teórica das ciências sociais na América Latina, a qual foi potenciada e potenciou a crise da "Sociologia Internacional", isto é, a crise mundial das ciências sociais em fins da década de 1960.

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Esperar-se-ia que um patamar superior de modernização societária, caracterizada pela evolução para uma "sociedade racional, democrática e urbano-industrial" levaria à institucionalização plena da "Sociologia Científica", típica da terceira etapa de evolução da Sociologia na América Latina. Esta abordagem sustenta, portanto, uma estreita associação entre modernização, democratização e condições favoráveis à evolução da Sociologia.

A multiplicidade de fatores decorrentes dos contatos, conflitos e acomodações de povos e culturas diversas; o contraste entre as sociedades em mudança e as culturas de folk remanescentes em toda a vasta extensão territorial; a variedade de paisagens culturais e a contemporaneidade ou justaposição nas realidades concretas, de séculos ou de "camadas históricas", deveriam certamente sacudir a atenção e despertar o interesse pelo estudo científico dessas realidades sociais, vivas e atuais, postas sob os olhos de todos e que não escaparam, pela intensidade dos fenômenos, aos observadores menos atentos.

Se as circunstâncias do Estado Novo representaram um obstáculo ao florescimento das atividades de ensino e pesquisa em Sociologia (Costa Pinto, 1955), a redemocratização de 1945 e principalmente a mobilização político-ideológica dos anos 50 e 60 criaram condições favoráveis à expansão dessas atividades.

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Embora importantes, ambos os fenômenos não chegaram a abalar fundamentalmente o futuro desenvolvimento das ciências sociais ainda que certos centros universitários como a USP e UFRJ possam ter sofrido individualmente um impacto maior.

O retorno de Florestan Fernandes ao Brasil, em 1973, foi marcado inicialmente por um isolamento que, aos poucos, foi sendo superado pela colaboração crescente com movimentos sociais então emergentes e pelo convite feito, em 1978, para lecionar na Pós-graduação de ciências sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde ministrou cursos teóricos e cursos acerca da Revolução Russa e da Revolução Cubana.

Em maio de 1986, Florestan Fernandes foi o homenageado da 1a. Jornada de ciências sociais da UNESP - Campus de Marília, estando os trabalhos apresentados nessa ocasião, reunidos na coletânea O Saber Militante - Ensaios sobre Florestan Fernandes, organizada por Maria Angela D'Incao (1987) os quais, além de depoimentos de amigos, de colegas e ex-alunos, abordam múltiplas facetas da contribuição intelectual de Florestan às ciências sociais e ao conhecimento da sociedade brasileira. Neste mesmo ano, Florestan Fernandes retorna à Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo.

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Esta etapa tem como um de seus marcos principais a formação da chamada "Escola de Sociologia Paulista" ou "Escola da USP" com a organização do grupo originário de sociólogos em 1954, sob a direção de Florestan Fernandes, que desenvolveu projetos coletivos de pesquisa acerca das relações raciais no Brasil, da empresa industrial em São Paulo e do desenvolvimento brasileiro (Liedke Filho, 1977; Ianni, 1975; Fernandes, 1977; Sorj e Mitre, 1985; Nogueira, 1982). A preocupação com as possibilidades de um desenvolvimento democrático, racional, urbano-industrial da sociedade brasileira, enquanto concepção particular da Teoria da Modernização, ocupou um papel central entre as orientações intelectuais e políticas do "projeto" da "Escola" neste período (Liedke Filho, 1977).

A "democratização substantiva" é concebida por Cardoso como uma tarefa anterior à definição de formas de governo e de controle partidário, que insiste sobre o direito à participação, à crítica e ao controle por parte dos indivíduos nos distintos planos da sociedade. Tratar-se-ia de buscar mecanismos que assegurassem, em primeiro lugar, informações sobre decisões (nas Empresas de Estado, na Administração etc.); em segundo lugar, tratar-se-ia de ampliar o debate dentro do âmbito do Estado e de seus prolongamentos; e em terceiro lugar, imaginar fórmulas de participação nestas decisões, tanto por parte dos que estão diretamente implicados pelo trabalho nas organizações estatais como por parte do público mais amplo. Ressalte-se que Cardoso indica que não se trata, obviamente, de substituir a luta de classes por uma panacéia de "participação indeterminada", mas de criar as arenas e o clima de liberdade que permitam aos trabalhadores, aos assalariados em geral, aos sindicatos, às organizações culturais, religiosas e políticas exercer sua ação transformadora, para isto sendo necessário reorganizar os partidos e criar associações que expressem autenticamente os interesses dos assalariados.

O início do período da Sociologia Contemporânea corresponde à fase de emergência da Sociologia Científica, que buscava, sob a égide do paradigma estrutural-funcionalista, a consecução de um padrão de institucionalização e prática do ensino e da pesquisa em sociologia, similar ao dos centros sociológicos dos países centrais. A concepção de desenvolvimento desta abordagem teve sua expressão na Teoria da Modernização e em sua análise do processo de transição da sociedade tradicional para a sociedade moderna, sob uma ótica dualista como em Os Dois Brasis de Jacques Lambert (1959).

Como surgiu a sociologia

Na nova "Introdução" a Mudanças Sociais no Brasil (1974a), Florestan aponta retrospectivamente que a problemática básica de sua obra nesta etapa poderia ser repensada ou reformulada nos seguintes termos: a sociedade brasileira (no limite, a burguesia brasileira) teria condições de fazer uma Revolução Burguesa nacional-democrática-popular, clássica, de estilo francês?

No início dos anos setenta inicia-se um quarto momento da produção intelectual de Fernando Henrique sobre o Brasil contemporâneo, centrando-se na análise do modelo econômico-político do regime pós-64 e das possibilidades de uma real democratização da vida social brasileira. Em 1976, Cardoso publica a coletânea Autoritarismo e Democratização, em que substitui o conceito de internacionalização do mercado interno pelo de capitalismo dependente-associado, e propôs, para a compreensão do Brasil pós-64, o conceito de capitalismo dependente-associado, com base na aliança entre empresas estatais e em capitais internacionais, os quais têm por parceira menor a burguesia local, que "não deixou de existir" (Cardoso, 1976, p. 34).

Em resumo, ao longo deste panorama da evolução da Sociologia no Brasil, verifica-se uma diversidade de respostas para a questão de para que serve socialmente a Sociologia (e, por extensão, para que servem as ciências sociais). Instrumento de legitimação de dominação racial; instrumento de dominação de fração de classe; disciplina auxiliar do progressivismo pedagógico; instrumento de modernização societária; instrumento da libertação nacional; elemento de apoio aos esforços de democratização da sociedade brasileira. Estas são as principais respostas que emergem da análise aqui realizada.

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O impacto negativo da instauração do regime autoritário sobre a evolução sociológica brasileira está relacionado diretamente com o golpe de 64 e com o "golpe dentro do golpe" de 1968 que tem no AI-5 seu marco principal. O fechamento do ISEB, em 1964, os IPM e as cassações pareciam indicar que as ciências sociais brasileiras estavam entrando em um período recessivo. O fechamento do ISEB em 1964 pelo regime militar e as cassações de cientistas sociais em 1969, assim como o impacto negativo da repressão cultural-educacional aos níveis universitários e das condições de exercício profissional, correspondem plenamente às características gerais da quarta etapa de evolução da Sociologia na América Latina. Todavia, em contraste com a evolução adversa da Sociologia em outros países latino-americanos, particularmente do Cone Sul, sob as condições autoritárias, a Sociologia no Brasil experimentou uma razoável expansão institucional do ensino e da pesquisa.

Durante este período, a crítica ao caráter elitista e antipopular da transição política brasileira, consubstanciada em estudos, comunicações e artigos de jornais, foi reunida em coletâneas como Circuito Fechado (1976c), Brasil em Compasso de Espera (1980b) e A Ditadura em Questão (1982).

Em 1966 elabora, em parceria com o historiador Enzo Faletto, o livro Desenvolvimento e Dependência na América Latina (1973), que veio a alcançar ampla repercussão internacional, tendo sido publicado em diversos idiomas. Desenvolvimento e Dependência na América Latina propõe um quadro teórico-metodológico para a análise das condições específicas da situação latino-americana e do tipo de integração social das classes e grupos como condicionantes principais do processo de desenvolvimento.

Quem foi um dos principais economistas teóricos do subdesenvolvimento no Brasil?

História do Brasil Na tentativa de explicar as causas do subdesenvolvimento brasileiro, Celso Furtado analisou a história do país considerando o modelo centro-periferia, muito comum no pensamento econômico da CEPAL.

O que é teoria do subdesenvolvimento e teoria da dependência econômica?

A teoria da dependência é uma formulação teórica desenvolvida por intelectuais como Ruy Mauro Marini, André Gunder Frank, Theotonio dos Santos, Vania Bambirra, Orlando Caputo, Roberto Pizarro e outros, que consiste em uma leitura crítica e marxista não-dogmática dos processos de reprodução do subdesenvolvimento na ...

Quando ocorre o subdesenvolvimento?

Subdesenvolvimento é um termo que é usado com frequência em Economia para definir a baixa renda de um país. Em geral é incluído nesse significado a falta de acesso da população de um país ou região às oportunidades de emprego, saúde, água, alimentação, educação e moradia.

O que significa o termo subdesenvolvimento?

O Subdesenvolvimento é um termo utilizado para fazer referência aos países cujo desenvolvimento econômico e social são limitados, apresentando um alto grau de desigualdades sociais e um elevado nível de pobreza e de miséria. Atualmente, a maior parte dos países é considerada subdesenvolvida.

Quando o termo subdesenvolvido passou a ser usado?

O termo subdesenvolvimento passou a ser amplamente utilizado a partir da Segunda Guerra Mundial, sugerindo “atraso” em relação a países “avançados”. Segundo Chames Betteleim, o termo indica muito mais “explorados, dominados e de economia dependente do que atrasados”.

O que é o Brics e quais os países que o compõe?

Mecanismo formado por países chamados “emergentes”, o BRICS possui um grande peso econômico e político e pode desafiar as grandes potências mundiais. O BRICS é um agrupamento econômico atualmente composto por cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Por que o Brasil ainda é considerado um país em desenvolvimento?

São países com uma economia muito forte ou forte, muitas vezes comparável com a economia de países desenvolvidos, como é o caso do Brasil que é um país em desenvolvimento e que tem a sexta economia do globo, com um parque industrial complexo, e que tanto exporta maquinaria de ponta, quanto matéria-prima.

Como seria se o Brasil fosse desenvolvido?

O Brasil foi uma das primeiras grandes economias a superar a crise global, deve crescer mais de 7% neste ano, vem reduzindo a pobreza e melhorando em vários indicadores sociais. ... “O Brasil está vivendo um momento excepcional, fruto de décadas de trabalho árduo.