Trotsky foi uma das figuras mais importantes para a Revolução Russa de 1917. Marxista e revolucionário bolchevique, o intelectual tornou-se um perseguido político depois de discordar de Stalin quanto aos rumos do regime socialista da União Soviética.
Mercader, ao ser preso, afirmava que não tinha relação alguma com a União Soviética, e nem com Stalin. No entanto, a história não foi comprada pelas autoridades mexicanas e ele permaneceu preso por vinte anos atrás de grades latino-americanas. Depois disso, o assassino voltou para a Rússia, onde se tornou general e considerado uma lenda da espionagem do país.
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A revolução de 1905 mostrou, porém, que o proletariado tinha força para promover a ruptura da ordem social. Com essa análise, Trotsky defendeu a tese de que o proletariado industrial russo, embora sendo uma minoria da população, poderia vencer. E a concretização da revolução provaria, portanto, que não seria necessário atravessar a fase de domínio da burguesia e do regime democrático de tipo parlamentar.
Em 1930, o líder revolucionário é expulso definitivamente da Rússia e dez anos depois é assassinado no México a mando do próprio Stalin.
As principais teses contidas na teoria da Revolução Permanente se concretizaram com a Revolução de Outubro de 1917. O Estado absolutista russo foi derrubado por um processo revolucionário socialista liderado pelo proletariado. Porém, a necessidade da expansão internacional da revolução socialista não teve aceitação entre os principais líderes revolucionários russos.
A arma usada pelo assassino foi, no mínimo, peculiar. Mercader matou Trotsky com uma picareta de alpinista, uma ferramenta tão estranha que não estava no código penal mexicano. Não sendo classificada como arma, pensou-se que isso pudesse afetar o julgamento do caso. O objeto ainda foi exposta ao público no Museu Internacional da Espionagem, localizado em Washington, nos Estados Unidos.
De acordo com a perspectiva de Trotsky, a Revolução de Outubro de 1917 deveria expandir-se internacionalmente de modo a provocar a chamada revolução mundial. Embora Trotsky tenha acertado ao assinalar o potencial revolucionário do proletariado de um país atrasado, como era o caso da Rússia, sua tese sobre a necessidade da revolução mundial como condição de sobrevivência do Estado socialista russo não se comprovou.
Trotsky refinou suas teses e análises sobre o tema publicando, em 1924, o texto intitulado "As Lições de Outubro", cujo conteúdo ratifica a tese de que a construção do Estado e sociedade socialista não poderia ficar permanentemente circunscrita a um território nacional. O risco era de não conseguir se consolidar em sua plenitude devido ao aparecimento de contradições internas e externas. Ou seja, se o Estado soviético continuasse no isolamento correria o perigo de sucumbir.
O trotskismo é um termo comumente empregado para designar as teses e reflexões teóricas sobre a práxis e a teoria revolucionária comunista elaborada por Leon Trotsky (em russo: Lev Davidóvitch Trótskii). Intelectual marxista e líder revolucionário bolchevique, Trotsky nasceu em 1879, na Ucrânia, e morreu em 1940, no México.
Sob o nome de Jacques Mornard, Ramón Mercader afirmava ser um homem de negócios. Ele tornou-se amigo de Trotsky e de seus guardas armados, chegando a trocar opiniões até mesmo sobre a ideologia trotskista. Ao ganhar sua confiança, o agente soviético partiu para o ataque, assassinando o bolchevique no dia 20 de agosto de 1940.
De acordo com o próprio Trotsky, a teoria da Revolução Permanente foi inspirada no pensamento de um judeu russo, chamado L. Helfand, que depois emigrou para a Alemanha e adotou o pseudônimo de Parvus. Ao tomar conhecimento das reflexões de Parvus, Trotsky enriqueceu sua teoria agregando novas contribuições à análise.
Junto da picareta de alpinista, ele levou consigo mais duas armas para matar o soviético: uma pistola automática Star calibre 45 e um facão de aproximadamente 35 centímetros. A arma final foi escolhida depois que ele percebeu como o objeto conseguia tirar blocos enormes de gelo com apenas alguns golpes.
Entre os adeptos do marxismo, acreditava-se que era imprescindível a etapa relacionada ao desenvolvimento das forças produtivas capitalistas e, por conseguinte, da burguesia e do modelo de democracia parlamentar, para depois chegarmos ao socialismo. Trotsky rejeitou, porém, essa tese e defendeu o princípio segundo o qual era possível "pular" algumas etapas do processo revolucionário.
Em 1939, o ditador ordenou a eliminação do revolucionário. Como consequência, em 20 de agosto de 1940, então com 60 anos, Trotsky foi violentamente executado em sua casa em Coyoacán, no México, pelas mãos do agente soviético Ramon Mercader com um machado de quebrar gelo.
Como era esperado, Trotsky sofreu outras tentativas de assassinato durante seu exílio no México. Poucos meses antes do crime fatal, atiradores a mando de Stalin foram até a casa que ele estava abrigado e tentaram invadi-la. No entanto, eles não conseguiram completar a missão, principalmente por estarem muito embriagados e também pela falta de organização do grupo.
Fugindo da perseguição stalinista, — e também da fascista —, o soviético e sua companheira Natalia Sedova foram asilados no México. O presidente Lázaro Cárdenas havia convidado o político para permanecer no país o tempo que precisasse, visto que ele tinha se tornado jurado de morte de seu rival Stalin.