Lina Bo Bardi foi um dos maiores nomes da arquitetura modernista ítalo-brasileira, apesar de ter nascido em Roma, naturalizou-se brasileira após a Segunda Guerra Mundial.
Esse é outro marco na carreira da arquiteta Lina bo Bardi. O Sesc foi projetado em 1970 por Lina, uma de suas obras mais paradigmáticas.
O compromisso de Bo Bardi com o engajamento social e o design inclusivo também a distingue como uma arquiteta visionária. Ela acreditava firmemente no poder da arquitetura para enfrentar desigualdades sociais e melhorar a vida de comunidades marginalizadas. Bo Bardi procurava ativamente oportunidades de trabalhar com populações desfavorecidas, desenvolvendo projetos que atendiam às suas necessidades e aspirações específicas. Através de seu trabalho, ela buscava capacitar comunidades e criar espaços que promovessem um senso de pertencimento e dignidade.
Em 1964 voltou a São Paulo e no ano seguinte retomou os estudos de três projetos que estavam pendentes, um museu para o Instituto Butantã, um pavilhão de exposições no Parque Lage, este no Rio de Janeiro, e uma proposta para a praia de Itamambuca, em Ubatuta.
Em 2012, Bo Bardi comemorou seu 100.º aniversário com o lançamento de uma edição limitada da série bowl chair, uma grande retrospectiva organizada pelo British Council em Londres e a publicação de monografias acadêmicas cobrindo-a para celebrar sua carreira.
Arquiteta e Urbanista pela Universidade Estácio do Ceará, com experiências acadêmicas em projetos de extensão e pesquisa em Patrimônio Histórico edificado e não edificado, e experiências profissionais em Projetos Arquitetônicos Residenciais e Design de Interiores. Atuo como Artista 3D, Arquiteta e Redatora na Projetou.
O museu é uma idealização de Assis Chateaubriand, um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 40 a 60, e Pietro Maria Bardi (esposo de Lina Bo Bardi).
Lina Bo Bardi passou por vários momentos de adversidades, falta de projetos, clientes e ostracismo. Ela viveu em uma época onde mulheres ainda não tinham tantos direitos, onde ainda se discriminava – e muito – os estrangeiros e se defendia um estilo mais direto e formal. Foi um desafio, afinal Lina Bo Bardi e sua arquitetura representavam o oposto de tudo isso.
Concluído em 1992, o Palácio das Indústrias está localizado em São Paulo e foi originalmente construído na década de 1920. A renovação de Bo Bardi do edifício deu nova vida à estrutura histórica ao mesmo tempo em que respeitava suas características arquitetônicas originais. Ela adicionou elementos contemporâneos e melhorias funcionais que trouxeram o espaço para a era moderna. O Palácio das Indústrias agora funciona como um centro cultural e espaço de exposições, recebendo mostras de arte, performances e eventos comunitários. O design de Bo Bardi combina com sucesso o antigo e o novo, criando uma fusão harmoniosa entre o patrimônio histórico e a criatividade contemporânea.
O museu possui diversos espaços como salas de exposição, teatro, biblioteca e ainda oferece cursos de pintura, gravura, cerâmica etc. Lá você pode encontrar obras incríveis de artistas renomados como Tarsila do Amaral, Portinari entre tantos outros.
Assim como o Solar do Unhão, a Casa do Benin está localizada em Salvador e é uma instituição cultural que celebra a herança afro-brasileira. O projeto de Bo Bardi envolveu a transformação de um prédio histórico em um espaço vibrante que presta homenagem à cultura beninense e suas contribuições para a sociedade brasileira. Concluída na década de 1980, a renovação preservou a integridade arquitetônica da estrutura, ao mesmo tempo em que incorporou elementos de design inovadores. Bo Bardi trabalhou em estreita colaboração com a comunidade, colaborando com artistas e artesãos locais para infundir o espaço com expressões culturais autênticas. A Casa do Benin serve como um local de encontro para exposições, apresentações e programas educacionais que promovem a arte e as tradições afro-brasileiras.
Atualmente o museu projetado por Lina Bo Bardi recebe mais de 200.000 pessoas por ano e suas salas expositivas recebem obras de artistas do Brasil e de fora do país. Além disso, o MAM-BA é considerado o maior espaço de arte contemporânea da Bahia.
Lina Bo Bardi, como sempre, propôs algumas inovações, como no teatro, onde o público sempre enxerga a outra parte de frente, ao contrário do usual, onde a plateia encara o artista.
A escada foi feita de madeira maciça e apesar do estilo extremamente moderno e pouco usual para a época, foi inspirada nos “carros de boi”, tão peculiares da cultura baiana.
Assim se formou como profissional da arquitetura aos 25 anos de idade, com um trabalho final de graduação voltado para o Núcleo Assistencial da Maternidade e da Infância.
Usando o MASP como inspiração, Lina Bo Bardi transformou a antiga arquitetura em um teatro pista, com paredes de vidro e amplo local de passagem entre as fileiras e andares. Atualmente o teatro recebe várias peças, filmes, séries e exposições.
Um ano depois foi convidada para fundar e dirigir o Museu de Arte Moderna da Bahia, onde também deu conferências na Escola de Belas Artes e realizou alguns projetos arquitetônicos e de cenografia.
A influência de Bo Bardi continua até hoje, e suas obras são admiradas por arquitetos e designers em todo o mundo. Seu legado é lembrado como uma contribuição importante para a arquitetura moderna no Brasil e como uma celebração da criatividade e da inova
Lina Bo Bardi era mulher, estrangeira e buscava um estilo livre, solto, moderno, arriscado e totalmente diferente de tudo que foi feito durante sua época. Certamente, Lina Bo Bardi vivia a frente do seu tempo e poderia ter deixado um legado ainda maior se tivesse mais chances.
Criou outros projetos vinculados ao MASP, como a revista Habitat, e o Instituto de Arte Contemporânea com a ideia de promover o ensino de design no Brasil.
O local é aberto para visitação e imprime a identidade de Lina Bo Bardi com o uso do concreto e a mesclagem com a tradição local, trazendo uma arquitetura vernacular.