Uma batida de carro a 60 km/h na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, colocou fim a uma das trajetórias mais meteóricas dos gramados brasileiros. Dener Augusto de Sousa dormia no banco do carona no momento do acidente, morrendo estrangulado pelo cinto de segurança, aos 23 anos. Ali, em 18 de abril de 1994, o futebol perdia um craque que prometia arrebatar o mundo. O ídolo do Vasco chegou a ser tratado como um "novo Pelé" e teve uma arrancada de carreira parecida com a de Neymar. Para três crianças de São Paulo, no entanto, era o pai quem estava partindo.
Depois de estar perdendo por 2 a 0 até o começo do 2º tempo, a Portuguesa virou para 4 a 2. Dener participou de dois gols - o último deles, a "obra-prima", passando por três santistas.
Já a ligação com o Corinthians se deveu ao fanatismo do avô materno, Seu Zé, apaixonado pelo time da Zona Leste. O sonho de Dener era jogar no Timão para homenagear o parente, e o namoro entre as duas partes chegou a acontecer em alguns momentos - mas a Portuguesa resistiu ao assédio e preferiu emprestar sua joia a clubes de outros estados, Grêmio e Vasco.
Quando o escritor teve a chance de entregar um exemplar da biografia a Gabriel Jesus, ouviu do jovem atacante da seleção que já tinha ouvido muito a respeito de Dener. "Ele teve a vida curta, mas provou muito. Cumpriu sua missão na Terra ao mostrar uma arte pura e nobre. Foi um cometa", analisou o autor do livro.
Alguns dos melhores 'boleiros' dos times de São Paulo no começo dos anos 90 cortavam o cabelo com o barbeiro Eddie Murphy, no bairro da Casa Verde. Dener era um cliente assíduo e, um dia, encontrou com Viola no salão. No papo descontraído ficou uma provocação ao corintiano: "Vou te dar uma caneta". Não deu outra, o craque da Portuguesa logo cumpriu a promessa do drible. Depois, quando soube que Viola estava cuidando do corte, Dener foi correndo até o salão de Eddie Murphy só para tirar sarro do adversário.
Especialista recomendou o reforço na divulgação dos benefícios da imunização para combater notícias falsas. Encontro foi promovido pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Durante muitos anos a família batalhou na Justiça para receber as indenizações referentes à morte de Dener, previstas em lei. Quando contratou o jogador por empréstimo em 1994, o Vasco não fez seguro de vida — acertou apenas seguro por acidente de trabalho. O acordo entre as partes para o pagamento saiu finalmente em 2007, mas a quitação do espólio do atleta veio a acontecer de fato em 2015 (só com Eurico Miranda no poder).
Diego Maradona estava magro e entusiasmado em 21 de janeiro de 1994, em preparação pessoal para disputar a Copa do Mundo. Mas, naquele dia, o antigo melhor do mundo foi coadjuvante de Dener. Um amistoso de pré-temporada em Rosario acabou com o placar de 0 a 0. No entanto, o camisa 10 do Vasco infernizou a defesa do Newell's Old Boys e foi aplaudido de pé após uma jogada na lateral, marcada por uma incrível série de dribles. Até Dieguito foi flagrado pela transmissão de TV impressionado com o rival.
Os três feridos, de nacionalidade brasileira, foram transportados para o Hospital Rosário Vera Zurita, perto da fronteira com o Brasil. Equipes de socorro buscam desparecidos.
Os três jovens tentaram seguir os passos do pai no futebol, mas uma ou outra circunstância acabou frustrando a continuidade do legado esportivo do gênio do Canindé. Hoje, graças ao YouTube, os herdeiros conseguiram acabar com curiosidades triviais a respeito do progenitor - por exemplo, como era a sua voz. É pela internet que os Gabino de Sousa se relacionam com a memória de Dener e exercem o direito ao saudosismo. O ídolo vive através do afeto dos filhos.
A breve obra do craque do Canindé como jogador de futebol foi imortalizada através de um livro, chamado "Dener - o Deus do drible", lançado pela Editora Pontes no final de 2016. Para o autor, Luciano Ubirajara Nassar, a trajetória do meia-atacante foi curta, mas suficiente para equiparar seu legado ao dos maiores do futebol mundial.
Não consigo viver sem jogar, mesmo na várzea. Queria estar no meio, de alguma forma. Primeiro pensei em ser técnico ou preparador físico. Mas no meu primeiro emprego passei a trabalhar na área jurídica e tomar gosto. Vi que o direito esportivo era uma área em expansão. Tudo a ver com o que eu gosto
Anúncio foi feito durante Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, com participação dos presidentes Lula, Luis Arce (Bolívia) e Santiago Peña (Paraguai). Será desenvolvida infraestrutura em cinco rotas até 2026.
Acabou o primeiro tempo, o técnico chegou no vestiário falando que ia substituir ele. A torcida estava xingando muito, o time perdendo. Mas aí meu pai falou: 'eu não vou sair, vou voltar e acabar com o jogo'. O Tico conta que todo mundo no vestiário ficou sem entender, ele não estava bem no jogo. Aí ele voltou e virou o jogo. No fim, meu pai falou para o Tico: 'eu falei, eu sou o Dener. Eles têm que entender que eu sou o Dener'
"Estamos muito próximos do ponto de não retorno porque em todo o sul da Amazônia a estação seca está muito mais longa, diz o brasileiro Carlos Nobre que estuda as alterações climáticas.
Eu tentei bastante jogar bola. Confesso que hoje em dia eu me arrependo de ter tentado tanto, não ter feito outras coisas, porque está muito difícil de jogar bola hoje. Por mais que você tenha talento, ainda assim você precisa ter muita sorte. Não gosto nem de falar tanto, acabo ficando chateado. Gosto muito, queria muito ter sido jogador de futebol
"O Edmundo, o Bebeto, o Romário, o Muller, órfãos da nossa estrela de cinco pontas, perguntam: por quê, Dener? (...) Eu, que quis a 10 para você, murmuro: por que não, Dener?", escreveu Matinas.
Nascido em São Paulo, Dener foi revelado aos 11 anos, nas categorias de base da Portuguesa. Em 1991, ele ajudou o time a conquistar pela primeira vez a Copa São Paulo de Futebol Júnior, e foi eleito o melhor em campo. Ficou conhecido como o "Reizinho do Canindé", nome do estádio do time paulista. No mesmo ano, teve sua primeira oportunidade na seleção brasileira, em duelo amistoso contra a Argentina que terminou em 3 a 3. Ele também foi convocado para a seleção que não se classificou para a Olimpíada de Barcelona (Espanha), em 1992.
"Pelo meu pai ter jogado lá, viam a gente de uma outra forma. Os meninos... alguns tinham raiva. Ou porque a gente estava lá por causa do meu pai, ou porque a gente tinha mais atenção que os outros. Mas muito pelo contrário, a cobrança era maior, e a pressão era para mostrar mais do que eles", comentou Dener Matheus, que ainda teve passagens por Rio Branco-SP e Avaí. "Às vezes vinham diretores, traziam água, e os outros meninos tinham que ir na bica. Começaram a ficar meio assim com a gente. A gente ia para o CT, e eu e o meu irmão Felipe, meio isolados e tal. Depois a gente se entrosou com os meninos, ficou um clima bom", contou Dêniz Henrique.
"O Dener foi muito maior que vários campeões do mundo. Pela criatividade, velocidade, improviso. Não precisou ter jogado no Palmeiras, São Paulo ou Santos. De 1990 para cá, ninguém fez isso. Ele é o maior jogador do mundo de 1990 para cá. Maior que Zidane, Romário, Ronaldinho, Ronaldo Fenômeno. Melhor que Neymar, que Messi. Eu vi Pelé jogar, sei o que estou falando", comentou Ubirajara Nassar.