Existe uma frase muito atribuída ao brilhante psicanalista austríaco, Sigmund Freud, criador da Psicanálise, que diz que – “Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo.”. Na prática, isso quer dizer que aquilo que pensamos e falamos em relação ao outro, revela muito mais sobre nós. Neste sentido, pessoas que falam mal dos outros, em cada colocação, revelam as crenças mais arraigadas em sua mente, usando, muitas vezes, de recursos como o ataque verbal, xingamentos e difamação para atacar os outros.
Era uma teleconferência como outra qualquer. Seria habitual não fosse a gafe de Fernanda: a conversa no chat do Teams com colegas de trabalho, maldizendo uma gerente, foi compartilhada na tela da reunião. “Não só os meus chefes viram, como a própria pessoa criticada”, lembra ela, que, por motivos óbvios, prefere ocultar seu sobrenome e a empresa onde continua trabalhando. “Ainda bem que apareceu apenas a parte leve”, conta.
Hoje, mais do que nunca, vivemos um momento de nervos bastante exacerbados. Muitas pessoas estão cansadas e infelizes e, acabam atacando os outros para compensar suas frustrações. A válvula de escape para isso? A internet! Temos visto cada vez mais ataques gratuitos e perfis de pessoas públicas e anônimas nas redes sociais. A incapacidade de lidar com opiniões e estilos de vida diferentes tem causado muitos danos. Assim de crianças a idosos, ninguém tem escapado das más línguas.
Mas como se blindar das pessoas negativas e que falam mal dos outros? Bem, sei que nem sempre é fácil simplesmente deixar para lá e fingir que a maledicência dos outros não nos afeta. Entretanto, tirar satisfação é dar vazão a este comportamento negativo, pois o que muitos indivíduos querem é simplesmente tirar você do eixo. Portanto, evite confrontos e perder sua energia em discussões desta natureza, esteja em paz com a sua consciência e com suas ações e não permita que ninguém atrapalhe a sua felicidade. Além disso, esteja sempre atento a determinados tipos de atitudes, tais como:
Nesse sentido, é sempre bom lembrar que julgar uma realidade que não conhecemos é a definição mais clássica e direta de preconceito. A falta de conhecimento, de tolerância e de respeito à diversidade humana é a fonte de todo preconceito — característica quase sempre presente no discurso de quem faz críticas não construtivas.
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Por falar em direita e esquerda, uma temática que ilustra muito bem esses ataques inflexíveis e ofensivos na internet é a política. Quando uma pessoa manifesta sua posição política sobre determinado assunto, automaticamente surge uma multidão de pessoas dispostas a convencê-la de que está errada, mesmo que ela jamais tenha “convidado-as a um debate”.
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Além disso, quando esses “debates” têm início, dificilmente são utilizados argumentos construtivos para defender os pontos de vista. O discurso é sempre inflamado, acalorado e repleto de adjetivos e notícias nem sempre verídicas. A polarização política de uma sociedade pode evidenciar a agressividade e a intolerância das pessoas, que não acreditam na política como um instrumento de harmonização.
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Aldemi Alves é Escritor Freelance , Graduador em logística , Estudante de Psicologia ,Analista Logístico , especializado em Frotas e veículos que ajuda os profissionais em suas atividades de Transportes em diversas áreas da Logística. Antes de iniciar uma carreira na literatura me especializei em ler livros , estuda filosofia , fazer redações diárias sobre diversos temas periódicos. O que abriu novos horizontes , e me proporcionou uma nova dimensão para mergulha nos estudos e adquirir conhecimentos , e agora os ajuda a escrever nesta coluna para meus leitores. Aldemi Alves está disponível para projetos como Escrever um Livro Você pode chegar a Aldemi Alves através do meu e-mail: [email protected] Provérbios 3:13 – Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento.
Do mesmo modo que existem pessoas sempre focadas no positivo, têm aquelas que enxergam tudo que os outros fazem de bom pelo viés ruim, de segundas intenções. Seu foco está tão desajustado que todas as pessoas, até mesmo as crianças que ainda estão aprendendo sobre a vida, sobre o que é certo ou errado, não escapam dos seus julgamentos deturpados. Fique atento a isso e não deixe esta visão negativa contaminar você.
As críticas podem ser construtivas, desde que sejam dirigidas diretamente à pessoa e comunicadas em tom cordial e instrutivo. Em contrapartida, o ato de falar mal por pura “diversão” pode ser resultado de uma mente insegura, invejosa ou preconceituosa. Nos três casos, o que se vê é alguém que se enxerga ou que tenta parecer superior aos demais.
Além disso, crenças limitantes e comportamentos negativos, herdados dos antepassados (pais, avós e parentes próximos), também podem ter bastante influência na mentalidade e nas atitudes das pessoas faladoras. Portanto, é importante exercitar a empatia e se colocar no lugar dos outros antes de fazer qualquer julgamento, pois pode ser que isto esteja tão arraigado em sua personalidade, que o indivíduo nem perceba o quanto mal faz a si mesmo e aos outros, agindo assim.
Por fim, fica aqui um questionamento: qual a relevância de criticar o comportamento ou a ideia de alguém se não for para ajudá-lo? Conforme você provavelmente percebeu neste artigo, a crítica pela crítica surge quando as pessoas demonstram algum tipo de preconceito, intolerância com opiniões contrárias ou uma desesperada tentativa de fazer-se parecer superior.
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O mesmo se aplica às pessoas comuns. As boas ações do seu vizinho jamais serão tão atraentes quanto falar de sua vida pessoal, mais especificamente de seus erros. No entanto, algo que precisamos ter em mente é que se alguém fala mal de outro para nós, muito provavelmente também fala mal de nós para as outras pessoas.
A educação, portanto, nos torna mais humildes e abertos ao novo. Quantas opiniões você já teve e modificou ao longo da vida? Isso prova que ninguém é dono da razão, de modo que cada um é livre para se expressar, mas sem julgar ou ofender quem pensa ou age de forma diferente.
Críticas assim provocam debates nada construtivos e ainda podem ofender gratuitamente as pessoas. A intolerância, o preconceito e o bullying são, frequentemente, causas e gatilhos de transtornos como a ansiedade e a depressão.
Falar mal do outro é uma tendência evolutiva histórica, afirma o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). “O que se chama de fofoca tecnicamente é a tentativa de saber se alguém é confiável, se pode te oferecer alguma ameaça”, diz. E essas informações, até hoje, ajudam a nortear as relações. “Quanto maior é o número de pessoas com as quais nos relacionamos, maior a tendência de sermos fofoqueiros”, explica o psicólogo.
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No ambiente virtual, o conteúdo do que é dito também tende a ser mais intenso. “O cérebro não consegue identificar os sinais não verbais, então ele exagera nas informações”, explica Nabuco. “A fofoca passa a não ser só um comentário, torna-se uma bomba.” Há ainda o fator de desinibição, promovido pela sensação de proteção que o acesso à internet dentro de casa traz.
Afinal de contas, por que fazemos isso? Quais são os impactos de falar mal de alguém? Por que aquilo que é mal ou errado na vida do outro é tão atraente e interessante ao nosso olhar? Questionamentos como esse revelam o lado falho da humanidade. Contudo, refletir sobre o tema não é motivo de desmotivação ou desânimo, mas sim de que nos prontifiquemos a nos tornarmos melhores a cada dia.
As ofensas quase sempre têm suas origens sobre aspectos como: origens, características físicas, comportamento sexual, condição socioeconômica, capacidades intelectuais etc. Isso revela um profundo comportamento preconceituoso da parte de quem fala mal do outro.
Por isso, não devemos julgar alguém simplesmente porque consideramos que a nossa linha de pensamento é a correta, desconsiderando que outras opiniões possam existir. Além disso, quando criticamos a atitude de alguém, nem sempre conhecemos o contexto daquela ação e o que motivou a pessoa a agir de tal maneira.
No dia a dia pode ser bastante desafiador conviver com alguém assim, pois geralmente são pessoas que fazem fofoca, deturpam a realidade e acabam prejudicando a reputação dos outros. Pior do que isso é que, às vezes, as pessoas que falam mal dos outros sequer têm consciência do mal que estão fazendo. Assim, além de atacar e ofender os demais, acabam afastando boas pessoas do seu convívio e criando uma imagem bastante negativa.