Antônio Carlos Jobim, ou simplesmente Tom Jobim, foi um dos maiores compositores e músicos brasileiros de todos os tempos. Pianista de um talento impecável, Tom ainda leva consigo um título de peso indiscutível: ele é considerado um dos criadores da Bossa Nova.
“Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim”, o disco gravado por ambos após Sinatra tê-lo chamado aos EUA para trabalharem juntos, é com certeza um dos melhores álbuns da história da música popular do século 20.
As raízes gaúchas de Tom (seu pai era do Rio Grande do Sul) foram expostas quando ele criou a trilha sonora para o seriado “O Tempo e o Vento”, baseado na obra de Erico Verissimo.
O ano de 1959 foi marcante na vida de Tom Jobim, já que nele foram lançados três álbuns representativos da bossa nova, com o vanguardista “Chega de Saudade” de João Gilberto tornando-se um ícone desde então. Como compunham cameristicamente, Tom e Vinicius emplacaram nesse mesmo ano nove músicas inéditas no álbum de Lenita Bruno. Pena que o ano terminou com a morte de Villa Lobos, um dos ídolos de Tom.
Então, que tal enaltecer ainda mais o grande Tom Jobim relembrando algumas curiosidades interessantes sobre sua vida e carreira? Se você gostou da ideia, permaneça com a gente durante todo esse artigo.
Porém a primeira vaia estava por vir e, veio com “Sabiá”, composição de câmara, muito elaborada, e criada em parceria com Chico. Ganharam o festival da canção em que a música concorria sob os apupos da plateia, que torcia por uma canção engajada ao momento político vivido.
Entre suas parcerias musicais, podemos ainda destacar nomes como Newton de Oliveira, Chico Buarque, Paulo César Pinheiro e Edu Lobo. Exímio escritor e compositor, as canções de Tom Jobim foram, ainda, consagradas por vozes como as de Elizete Cardoso, João Gilberto, Elis Regina, Gal Costa, Miúcha e Paulo Caymmi.
Essa vai lhe surpreender: o primeiro emprego de Tom Jobim, ainda muito novo, foi como vendedor de churros. Claro, algo breve. No entanto, antes de ser músico, Tom desejava ser arquiteto e chegou até mesmo a trabalhar em um escritório.
Mais uma história de Tom e Sinatra: Sinatra estava em temporada no Carnegie Hall, com todos os ingressos esgotados. Os dois se encontraram na coxia, e no dia seguinte Tom e sua família estavam assistindo ao show quando um facho de luz os iluminou, enquanto Sinatra registrava, naquele momento, a presença na plateia do “melhor compositor do mundo: Antonio Carlos Jobim.
Em 1976, Tom, com sua verve ecológica, lança um disco com o título “Urubu”. Nada mais Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Nele estão as composições “Boto”, “Correnteza”, “Ângela”, “Lígia”, “Saudade do Brasil”, “Valse”, “Arquitetura de Morar” e “O Homem”. Por incrível que pareça, a começar do título, este é o trabalho mais erudito de Tom.
A quantidade de músicas e a própria obra de Tom Jobim é muito grande. Entretanto, alguns temas são recorrentes em suas criações, sendo citados constantemente em letras e melodias. Abaixo, citamos os principais.
E dois bicudos se bicaram: em Los Angeles, onde Tom morava, Tom e Elis iniciaram juntos um projeto desencadeado pela gravadora Philips para comemorar os dez anos de carreira da inesquecível pimentinha. O encontro resultou num dos melhores momentos da música popular e os dois, mesmo às turras, se entenderam maravilhosamente bem.
Na definição de Tom, Vinicius era um poliedro cujo número de faces tendia ao infinito, tal sua capacidade em se imiscuir, com rara qualidade, em vários ramos da cultura: cinema, teatro, música e literatura.
Para comentar o livro “Histórias de Canções: Tom Jobim”, de Luiz Roberto Oliveira e Wagner Homem (Casa da Palavra, 320 páginas) da faz-se necessário um preâmbulo: Tom nasceu pelas mãos do mesmo obstetra que dez anos antes trouxe ao mundo Noel Rosa. Órfão de pai aos oito anos, teve no padrasto seu maior incentivador musical, embora já vivesse em uma família recheada de músicos. Na adolescência, encantou-se com a música e teve como principal companheiro o violão, além do mar e do mato.
Aos 14 anos, começou seus estudos de piano, momento no qual descobriu sua verdadeira vocação profissional. No ano de 1956, aos 29 anos, foi apresentado ao maior parceiro de toda sua carreira, o poeta e diplomata Vinícius de Moraes.
Tom teve uma dificuldade imensa ao traduzir “Águas de Março” para o inglês. Isso porque, muitos dos versos não pareciam fazer sentido em tal idioma. No trecho “é um espinho na mão, é um corte no pé”, por exemplo, Jobim brincava que os americanos não andavam descalços, ou seja, não entenderiam do que se tratava.
A canção “Matita Perê” deu-lhe um trabalho enorme, pois não conseguia terminá-la. Ao tempo de sua composição, num dia chuvoso em seu sítio em Poço Fundo, Tom dedilhou as primeiras notas de “Águas de Março”, cuja letra foi feita em um papel de embrulho. “Matita Perê”, nome de um pássaro que gosta do ermo, é então terminada com letra de Paulo César Pinheiro, com citações de Mário Palmério, Drummond e Guimarães Rosa. Foi tema principal do filme “Sagarana”, de Paulo Thiago.
A cidade natal de Tom Jobim é uma de suas maiores inspirações, sendo homenageada em várias músicas. Copacabana (1954), Corcovado (196) e Samba do Avião (1962) são alguns exemplos de verdadeiras odes de amor ao Rio de Janeiro.
Gávea, Rio de Janeiro, Brasil
19 de outubro de 1913, Gávea, Rio de Janeiro, Brasil
A Transfiguração da Montanha
Marcus Vinicius Melo Morais, conhecido como Vinicius de Moraes, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho do funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz desde cedo já mostrava interesse por poesia.
Susana de Moraes
Ele foi um poeta e compositor carioca que se destacou na segunda fase do modernismo brasileiro. Além disso, também foi dramaturgo e diplomata. Foi um expoente notável do gênero musical Bossa Nova, cujas composições ficaram muito famosas. Inclusive, com músicas voltadas para o público infantil.