Cada vez mais presente em itens amplamente comercializados, a Bandeira Pan tem se tornado também mais conhecida, dando visibilidade a um grupo de pessoas que por muito tempo não puderam contar com nenhum tipo de visibilidade.
O pan-africanismo, que teve início no final do século XIX, tem como ideia principal a valorização do negro em escala internacional. Nesse sentido, os objetivos do pan-africanismo podem ser resumidos em dois aspectos: liberdade e integração, ou seja, liberdade aos escravizados negros e integração dos países africanos após sua emancipação.
O evento foi um marco global para o movimento pan-africanista. Além dos resultados práticos obtidos, o encontro também foi importante para que ativistas, intelectuais e políticos africanos e afrodescendentes pudessem discutir as temáticas que envolviam o pan-africanismo. Assim, as gerações futuras foram influenciadas pelo tema, impactando diretamente os movimentos de independência da região.
A arte em si partiu da iniciativa de Jasper, um membro do Tumblr que já se identificava como pansexual e buscava divulgar a causa, entendendo inclusive as dificuldades de quem não conseguia se encontrar em estereótipos existentes.
Segundo o autor, o negro possuía uma essência cultural que se contrapunha à logica materialista ocidental, e, nesse sentido, deveria se orgulhar de sua criatividade e originalidade. Muitas ideias de Du Bois foram incorporadas à Lei dos Direitos Civis um ano após a sua morte, em 1964.
Horton foi um dos primeiros intelectuais a negar a ideia da degeneração da “raça negra”. Ainda, o intelectual defendia a capacidade de autogovernança dos povos africanos, partilhando, então, do ideal emancipatório. As suas ideias serviram de base para a independência das colônias africanas que ocorreram somente no século XX.
Apesar de ser um movimento do século XX, as bases do ideário pan-africanista surgiram a partir da segunda metade do século XIX e foram criadas por intelectuais de tradição ocidental. Assim, os pensadores situavam-se entre dois eixos principais: na América (onde o ponto central era o cenário pós-abolição da escravatura e a preocupação com a subalternização do negro nas sociedades americanas) e na África (onde ainda persistia a luta contra o neocolonialismo).
Uma clara influência do movimento pan-africanista na atualidade pode ser vista na cultura afro-estadunidense com o surgimento do sentimento de solidariedade presente, por exemplo, na cultura do rap e do hip-hop. Ainda, outro traço desta solidariedade é perceptível na própria linguagem, especialmente pelo fato de os negros dos Estados Unidos se tratarem por “irmãos” a partir da ideia de que têm uma mesma origem (a africana).
O comunicador defendia o fim do colonialismo europeu e a unificação do continente africano em uma federação, chegando até a se autoproclamar presidente da África. A partir da notoriedade dada pela imprensa estadunidense, Garvey se projetou internacionalmente, ajudando a formar diversos grupos pan-africanistas ao redor do globo.
Ou seja, a junção de seus elementos evidencia que entre os gêneros socialmente impostos, há uma ligação natural pela presença de uma atração por todos os grupos, sem que de fato haja essa diferenciação.
Nesse sentido, um dos objetivos pan-africanistas era justamente a unificação dos povos africanos que ficaram divididos pela criação de Estados com fronteiras artificiais. Apesar de essa unificação ter sido uma meta capitaneada por vários líderes e pensadores pan-africanistas, houve considerável divergência política em torno do tema – razão pela qual a união africana em uma só federação é algo que não se concretizou.
Ao longo do século XX, esses objetivos foram se tornando mais complexos. A título de exemplo, em 1927, o ativista Marcus Garvey pregava a volta dos negros para a África (objetivo que ele ajudou, inclusive, a concretizar); e, mais além, em 1945, inspirado pelos ideais socialistas, George Padmore propagava seu manifesto com a fala “Resolvemos ser livres… Povos colonizados e subjugados do mundo, uni-vos”.
Academicamente, também foram várias as repercussões do pan-africanismo. Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento foi repensado por uma nova geração de intelectuais africanos e caribenhos, os quais trouxeram como contribuição uma reflexão histórica menos eurocêntrica, além de novas formas de pensar o passado e projetar o futuro dos países colonizados por nações europeias.
O congresso teve como resultado principal a adoção do chamado “Código de Proteção Internacional aos Indígenas da África”, a fim de garantir a este grupo o direito à terra, à educação e ao trabalho livre. Além disso, o congresso se desdobrou em mais encontros nas décadas seguintes, ampliando sua pauta e atores.
A primeira “conferência dos povos de cor”, também denominada Conferência de Londres, foi organizada por Silvester Williams e ocorreu em Londres no ano de 1900. Essa conferência foi importante por colocar em uso o termo pan-africanismo, além de ter como principal reivindicação a devolução das terras africanas invadidas por países europeus.
Marcus Garvey (1887-1940) nasceu na Jamaica e radicou-se nos EUA, onde se tornou político, ativista e jornalista. Garvey foi o fundador e primeiro presidente da Associação Universal para o Progresso Negro (UNIA, em inglês).
O I Congresso Pan-Africanista, propriamente, ocorreu em 19 de fevereiro de 1919, em Paris, e contou com a participação de 57 delegados africanos. Ao final de três dias, os participantes expuseram três reivindicações claras: a autoadministração gradual das colônias africanas, a criação de mecanismos de garantia da liberdade de expressão em território africano e o direito à terra e à educação dos povos africanos.
Além disso, um segundo resultado advindo dos congressos pan-africanistas foi a criação da Organização da Unidade Africana (OUA) em 1963 – hoje denominada União Africana (UA). Atualmente, a UA conta com 55 Estados-membros e tem como objetivo promover o desenvolvimento e a integração da região, além de mediar eventuais conflitos.
Além disso, sua origem também está associada a intenção de demonstrar que pansexual não é mesmo que bissexual. Curiosamente, o único tom que difere as bandeiras é justamente o amarelo, que representa a não binariedade conforme citamos.
William Edward Burghardt Du Bois (1868-1963), mais conhecido como W.E.B Du Bois, foi um sociólogo, historiador, autor e ativista pelos direitos humanos e pela justiça racial. Um dos mais célebres pensadores pan-africanistas, Du Bois dedicou sua vida à luta por direitos iguais para brancos e negros nos EUA.
James Africanus Beale Horton (1835-1883), ou J Horton, foi um cirurgião, soldado e nacionalista. Nascido em Serra Leoa, Horton iniciou seus estudos em Serra Leoa e depois se mudou para o Reino Unido, onde se tornou médico. Em 1959, Horton, já cirurgião, se juntou à força militar britânica e atuou nas guerras Anglo-Ashanti, ocasião em que passou a se interessar mais pelos temas políticos.