Recentemente, a Nestlé finalmente conseguiu comprar a Garoto depois de esperar por mais de 20 anos. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu permissão para a compra, mas com a condição de que a Nestlé siga algumas regras — chamadas de remédios comportamentais — para garantir uma competição justa no mercado de chocolates do Brasil (entenda mais adiante).
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O Cade explicou que “remédios comportamentais” são as medidas relacionadas à atividade interna da empresa – por exemplo: obrigações e o que não fazer. Ou seja, trata-se de condicionantes pela aprovação da aquisição da Garoto pela Nestlé.
Com isso, surgiram dúvidas sobre o futuro da empresa de origem capixaba que fica em Vila Velha (ES). Por exemplo: o bombom Serenata de Amor vai acabar? A fábrica vai fechar? Novos produtos serão lançados?
Sim. A compra ocorreu em fevereiro de 2002, período em que os julgamentos do Cade ocorriam após as negociações serem fechadas pelas empresas. Dois anos depois, o conselho vetou a operação, a partir da alegação de que a celebração do contrato resultaria em uma concentração de mais de 58% na época.
Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba e fez um pouco de tudo na sua carreira. Agora, é redator do Olhar Digital, onde exerce suas duas paixões: fuçar e explicar.
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Não. Uma das exigências impostas no acordo do Cade proíbe a venda da fábrica da Garoto, localizada no bairro Glória, em Vila Velha (ES). A Nestlé nunca manifestou interesse em fechar a fábrica capixaba, nem no início nem durante o processo de aprovação do conselho.
“Damos um ponto final a um caso que envolveu diversos conselheiros, diversas formações, o Judiciário, e gerava muita frustração ao Cade e à comunidade antitruste. É um momento histórico encerrar esse caso”, disse o presidente do Cade e relator do processo, Alexandre Cordeiro, ao encerrar o julgamento.
Entre elas, estão que a Nestlé não poderá adquirir, pelo período de cinco anos, ativos que representem, acumuladamente, participação igual ou superior a 5% do mercado. O compromisso não se aplica a aquisições internacionais.
Outra cláusula prevista no acordo obriga a Nestlé a comunicar ao Cade, por um prazo de sete anos, qualquer aquisição de ativos que caracterize ato de concentração no mercado nacional de chocolates, abaixo do patamar de 5%.
"Olhando para esses remédios não consigo imaginar o que mais poderia fazer o Cade hoje para dar tranquilidade ao mercado", disse o conselheiro Gustavo Freitas de Lima, durante julgamento.
A Nestlé não pode adquirir ativos que representem uma participação igual ou superior a 5% do mercado nacional de chocolates durante os próximos cinco anos. No entanto, essa regra não se aplica a compras internacionais.
Atualmente, não há indicação de que a Nestlé tenha interesse em vender essas marcas de bombons, e foi garantida a continuidade das tradicionais nos próximos anos.
"Ampliou e renovou o portfólio de produtos, modernizou as linhas de operação da fábrica, aumentou os pontos de distribuição, desenvolveu campanhas de marketing para destacar suas marcas e fomentar o desenvolvimento dos seus parceiros de negócios, sua cadeia de valor e, ainda, fortaleceu a exportação para vários países", disse a nota.
Não. O Cade e a Nestlé chegaram a firmar um acordo, em 2017, que previa a venda de um pacote de dez marcas (entre elas: Serenata de Amor, Chokito, Lollo e Sensação). A empresa, no entanto, não cumpriu o compromisso e as marcas não foram vendidas.
2- A aquisição permite o compartilhamento de recursos, como infraestrutura, tecnologia, conhecimento e melhores práticas. A Nestlé, como uma empresa maior e globalmente estabelecida, pode trazer eficiências e experiência em áreas como pesquisa e desenvolvimento, marketing e gestão de cadeia de suprimentos – o que pode ajudar a melhorar a eficiência operacional e reduzir os custos da Garoto.
A aquisição da Garoto pela Nestlé pode levar à redução de custos por meio de sinergias operacionais e compartilhamento de recursos e expertise. Ao operar de forma mais eficiente, as empresas podem alcançar suas metas de redução de despesas e melhorar sua rentabilidade. Veja os motivos: