Na sala de seu espaçoso apartamento na Avenida Paulista, cartão-postal de São Paulo, o chef Henrique Fogaça, de 48 anos, dá um beijo na testa da filha Olívia. “Temos uma comunicação silenciosa, já que ela não fala, mas sei o que está sentindo. Aqui, é só amor e aprendizado”, derrete-se ele pela adolescente de 15 anos, que enfrenta uma doença neurológica rara e se locomove com cadeira de rodas.
Quando a Olivia corresponde e responde algo que eu faço para ela e ela dá um sorriso, faz um carinho ou dá um suspiro me emociona bastante. Já o João me deixa emocionado quando me pede ajuda, pede para eu ensinar algo para ele. E a Maria é muito feliz e muito engraçadinha, então ela me emociona quando ela demonstra que tá conhecendo o mundo, questionando as coisas…
Entretanto, Paola apontou outro motivo mais pessoal: mãe de Francisca, de 8 anos, ela quer mais tempo de convívio com a menina. “O segundo e mais importante motivo foi a família. Cresci num ambiente tão solitário e para mim ser uma mãe presente tornou-se a prioridade”, disse a chef, que perdeu a mãe na juventude.
F: Estou à frente do projeto e muitas famílias me procuram para entender sobre o assunto, porque o uso medicinal do Canabidiol ainda é um tabu no Brasil. Já nos Estados Unidos e na Europa o tema é mais abordado. Nesse sentido, já estamos com uma ação para entrar com pedido de cultivo no instituto, pois precisamos relatar o motivo para a plantação do CDB, porque existem algumas regras que precisam ser seguidas. Sendo assim, estamos em processo de criação do instituto, que tem como principal objetivo ajudar outras famílias com o acesso ao tratamento à base de Canabidiol e desmistificar o uso medicinal da planta.
F: A responsabilidade com afeto. Com João, Olivia e Maria Letícia adquiri um outro olhar para a vida, um amor diferente, que me fez amadurecer muito. Eu faço tudo que está ao meu alcance e ainda além do meu alcance para vê-los bem. Tenho minha família, os meus valores e poder passar tudo aos meus filhos é uma obrigação. O lado bom da vida é disseminar o amor, e os filhos trazem isso muito forte.
Em uma estante próxima, porta-retratos com fotos de família alegram o ambiente. Fogaça tem outros dois filhos mais novos: João, 14, também fruto do casamento com a psicanalista Fernanda Corvo, e a pequena Maria Letícia, 6, de uma relação posterior à separação.
Olívia é figurinha carimbada no Instagram do pai e no seu próprio, principalmente na defesa de uma causa muito cara à dupla: o uso medicinal da Cannabis. A ideia é lançar em breve um instituto que leva o nome da garota para cultivar a planta no Brasil e facilitar o acesso a quem precisa de seu óleo terapêutico, o canabidiol. A substância deu nova vida à jovem. "Antes da operação na coluna, da dieta cetogênica e do canabidiol, ela vivia branca, apática, cheia de remédios." Em fevereiro, a moça ganhou um festão de debutante com o tema rock'n'roll. "A Olívia tem uma vida tão limitada, precisa de tão pouco. Organizamos a comemoração porque ela merece", emociona-se o jurado. "Eu senti a felicidade dela, estava sorridente, entendeu tudo."
F: Sempre, não. Mas às vezes sim, e é sempre um momento especial, que nos reunimos todos. Os meus filhos estão em idades diferente, então hoje em dia, quem mais gosta de ir para cozinha comigo é a Maria Leticia. Gostamos de fazer massa juntos.
F: Meu início na gastronomia se deu de maneira instintiva, quando vim para São Paulo, em 1996, cursar graduação e comecei a cozinhar por necessidade mesmo, nesse sentido pedia receita para minha avó, ela que foi a inspiração para seguir na gastronomia. Comecei a me interessar cada dia mais pela cozinha e não parei mais.
Em suas redes sociais, Fogaça compartilhou algumas imagens do aniversário que aconteceu no dia 11 de fevereiro e comentou sobre o fato de a filha ser portadora de uma síndrome rara.
F: Amo fazer comida caseira para a família, me traz lembranças boas. Os pratos vêm da época dos meus pais, uma comida gostosa, simples, farta em um lugar aconchegante que consegue servir bem toda a família.
F: É uma relação de muito amor e carinho! Meu pai, João Gilberto, é uma pessoa maravilhosa. Somos parecidos, os dois hiperativos. Com ele, aprendi a honestidade e a trabalhar desde muito novo. Ele sempre foi amoroso e gostava de brincadeiras, mas sabia cobrar na hora certa. E é isso que tento passar para os meus filhos, valores, principalmente, ser ético e ter responsabilidade, mas também saber ser leve quando precisa.
F: É sempre difícil pausar um projeto, ainda mais o MasterChef que se tornou uma família pra mim. Mas foi uma pausa necessária e muito bem alinhada com a emissora e a direção, e sou grato por isso. Tinha outros projetos que queria retomar, precisava ficar mais tempo com a minha família, meus filhos, e foi um tempo muito precioso. Foi uma pausa curta, mas que me deu muita energia para voltar. Já estamos gravando as novas temporadas e tem sido muito bacana receber todo o carinho de todos com essa volta ao programa.
Em dezembro do ano passado, o chef de cozinha, em conversa com Splash, falou sobre o tratamento que a jovem faz com CBD (Canabidiol), um derivado da maconha.
Olívia, a primeira filha de Fogaça, nasceu com uma síndrome rara e desconhecida e, desde então, ele se empenha para buscar informações sobre tratamentos alternativos e tem sido um grande aliado na causa. “Temos uma comunicação silenciosa, porém sempre sei o que ela está sentindo. A condição dela é rara, os médicos não chegaram a um diagnóstico conclusivo sobre a síndrome que ela tem, mas pra mim se tornou uma inspiração”, conta em entrevista exclusiva à Pais&Filhos. Ao longo de suas respostas, o chef, que ganhou fama de “durão” após se tornar conhecido nacionalmente por seu trabalho como jurado do programa “MasterChef” desde 2014, mostra seu lado paizão e prova que tem o coração gigante quando o assunto é o amor pelos filhos:
O famoso chef de cozinha compartilhou com seus seguidores um texto cheio de emoção, para comemorar os 15 anos da menina, que uma linda, que possui um tipo raro de epilepsia, doença que perturba as atividades das células nervosas no cérebro, causando convulsões e está reagindo muito bem com tratamento com óleo medicinal …
Com os meus filhos, eu tenho guarda compartilhada, então nos vemos com certa frequência, agora nas férias mesmo, costumamos fazer coisas juntas, brincar, cozinhar. Como cada um está em uma idade [Maria, 7 anos; João, 15; e Olivia, 16], os momentos são bem diversificados, um gosta de cozinhar, o outro está na adolescência, então tentamos algo mais da idade dele… a Olivia adora ficar na piscina, passear… sempre tiro um momento para eles, isso para mim é fundamental.
Uma verdadeira virada de chave. Foi mais ou menos isso que Henrique Fogaça, de 49 anos, sentiu com a chegada dos filhos, Olívia, de 16 anos, João, de 15 anos, e Maria Letícia, de 7 anos. “Ser pai foi algo natural, não cheguei a sonhar com isso, mas sou muito feliz com a paternidade”, conta ele. A vida de chef, empresário e músico ganhou outro sentido após a paternidade. “Sou outra pessoa. Com os filhos, temos outro olhar, um amor diferente, com mais responsabilidade. Amadureci muito”.
"A Olívia começou a tomar há 2 anos e mudou a própria expressão. Ela percebe mais o mundo ao redor e parece mais feliz. Isso não tem preço. São mínimas coisas que trazem uma felicidade muito grande por ver a minha filha mais atenta. Isso pode suprir a dor de muitas famílias."
Aprendo todos os dias com eles. Mas principalmente a conciliar minha rotina, o excesso de trabalho e dar mais tempo para as crianças. Aprender a ser mais paciente, mais tranquilo, porque eu sou uma pessoa muito hiperativa e eu sou muito impulsivo, então esse equilíbrio de tranquilidade é uma dosagem essencial na minha vida, que as crianças me proporcionam