Hoje, quando se usa essa expressão – ou sua variação no futuro, “a cobra vai fumar” –, a ideia que se quer passar é a de que alguém vai botar pra quebrar, que a coisa vai ficar feia. E foi isso que o Exército quis dizer quando adotou a frase como slogan da Força Expedicionária Brasileira, constituída em 1943 para lutar na Europa, durante a Segunda Guerra.
Portanto, faz parte de uma declaração de guerra do Brasil contra as potências do Eixo, constituídas pela Alemanha, Itália e Japão. Apesar disso, a participação das mulheres na unidade não era bem vista por parte das autoridades, em decorrência do sexismo que compunha a cultura brasileira na época. No entanto, diversas mulheres se destacaram na atuação nas linhas de frente.
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Embora possa ser irrelevante a discussão acerca de quem efetuou ou não o primeiro disparo da artilharia brasileira na guerra, faz-se necessário explicar o que teria acontecido (ao menos até onde se sabe).
O slogan foi uma resposta à descrente opinião pública da época, que dizia que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra. A partida para a Itália só ocorreu em junho de 1944. Mas o ceticismo pairava no ar desde 1942, quando o presidente Getúlio Vargas anunciou que o Brasil não se limitaria ao fornecimento de materiais nem à expedição de contingentes simbólicos.
O primeiro tiro da artilharia da FEB, por sua vez, rugiu ao norte da província italiana de Lucca, na Toscana (parte da região central da Itália continental), onde, aos pés do Monte Bastione, o alvo foi atingido com precisão: soldados alemães guarnecidos na cidade de Massarosa.
A frase “a cobra vai fumar” foi um slogan utilizado pela Força Expedicionária Brasileira (FEB), formada em 1943 para lutar na Europa durante os conflitos da Segunda Guerra Mundial. Em específico, referia-se a opinião pública que diria que era mais fácil ver uma cobra fumando do que o Brasil entrando na guerra, pois havia um ceticismo entre a população.
Contudo, o primeiro tiro (e tantos outros) já havia sido dado quase duas semanas antes. Além disso, a artilharia não é composta por apenas um soldado, mas de um grande conjunto coordenado, também sendo reconhecido que o pracinha De Paula era municiador, e não atirador.
Como esse procedimento era proibido, surgiam os fiscais da Prefeitura e naquele momento os personagens fechavam as malas rapidamente e saiam correndo para lados diferentes, cada um levando a sua “MALA”. Até aqui não há novidade nenhuma, esses fatos acontecem até nos nossos dias. Eis que na mesma época surgiu a grande notícia que comoveu todos os brasileiros. Ficou resolvido que o nosso país iria participar ativamente da 2ª Guerra Mundial, mandando uma força militar para combater nos campos de batalha da Itália. Esse contingente foi denominado “Força Expedicionária Brasileira” e que o primeiro escalão partisse do Estado de São Paulo. A partir daí a Cidade de São Paulo viveu um alvoroço, as convocações começaram a ser feitas e aqueles que eram convocados se apresentavam no Quartel do Parque Dom Pedro II, todos vindo do interior e de outros Estados.
A fotografia do soldado Francisco de Paula só teria sido registrada dia 29 de setembro de 1944 e, de acordo com as referências, a criação da “autoria do primeiro disparo de canhão” foi pura invenção da imprensa brasileira, tentando elevar o espírito nacional, assim como afastar críticas negativas de que os soldados brasileiros não estariam desempenhando funções de destaque na guerra.
Os militares só tinham acesso livre nesse local em horas determinadas. Das 19:00 ás 22:00 horas. Nesse período, o fluxo de militares na zona do meretrício era tão grande que houve a necessidade de ser criada uma patrulha militar. Eu era Sargento e comandei essa patrulha várias vezes. Todas as noites havia conflitos e muitas vezes violentos. Os jovens soldados se apaixonavam pelas prostitutas e vice versa. Enciumados, insistiam em permanecer nos quartos após as 22:00 horas.
Curiosamente, o símbolo da cobra fumando tornou-se uma espécie de mascota da FEB, sendo representada em jornais e revistas. Na ocasião, foram enviados 25 mil soldados brasileiros que se uniram aos Estados Unidos para impedir a chegada da Alemanha até a França, apoiando a ação dos Aliados contra o crescimento do hitlerismo no mundo.
A campanha da FEB na Itália começou em meados de setembro de 1944, e se estendeu até maio de 1945. Atualmente, estima-se que essa operação garantiu a única divisão alemã capturada integralmente, incluindo o comando e os infiltrados.
Por definição, a expressão popular “a cobra vai fumar” refere-se a uma ação que é difícil de ser realizada, mas que caso aconteça trará sérios problemas e consequências graves. Desse modo, tem o mesmo significado que termos como “o bicho vai pegar” ou “a batata vai assar”, por exemplo. Contudo, sua origem está associada a aspectos históricos e culturais.
Sobretudo, esse sentimento de desconfiança no poder público surgiu em decorrência das declarações do Presidente Getúlio Vargas, que declarou que o Brasil não se limitaria a fornecer materiais para as tropas ou realizar expedições de contingentes mais simbólicos. Contudo, os brasileiros não acreditavam que a nação seria capaz de ter um bom desempenho no conflito.
Embora não se tenha certeza de que a frase realmente pertença à Vargas, o mesmo não se pode duvidar sobre a possibilidade de o Brasil participar de uma campanha militar tão longe de casa, visto que suas Forças Armadas não se encontravam minimamente preparadas para combates no teatro de guerra europeu, ainda mais contra a poderosa máquina de guerra alemã.