O terror sobrenatural de “A Maldição da Residência Hill” (The Haunting of Hill House, 2018), nova série da Netflix lançada no mês passado, conquistou rapidamente o público – e não só os amantes do gênero. Para além dos arrepios de uma casa mal-assombrada, a produção mistura personagens enigmáticos e explora metáforas psicológicas . “Fantasmas são culpa, segredos, arrependimentos e fracasso, mas, muitas vezes, um fantasma é um desejo”.
A Maldição da Residência Hill gira em torno da família Crane, que precisa enfrentar acontecimentos aterrorizantes em uma mansão de oitenta anos. A série adapta o clássico livro de terror da autora Shirley Jackson
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Ainda de acordo com a teoria, Theo representa a barganha, pois apesar de todo o sofrimento ela busca fazer boas ações, o que é representado na série a partir da sua atuação como psicóloga. Luke representa a depressão, e por este motivo parece estar sempre em sofrimento, buscando formas destrutivas de lidar com a dor. E por fim Nell. Para os fãs, a irmã mais novo do quinteto representa a aceitação, pois apesar do medo, ela aceita o seu destino e se entrega à casa.
Quando Hugh voltou à casa, na mesma noite, para tentar salvar a esposa, ele encontrou os Dudleys, que já haviam descoberto a morte da filha e imploraram para que ele jamais demolisse a casa — acreditavam ser uma forma de estar perto de Abgail até que morressem e pudessem se juntar a ela.
A vida imita a ficção e vice-versa, e com A Maldição da Residência Hill, elogiada série de terror lançada na Netflix neste ano, já que aparentemente a Residência Hill da vida real também é assombrada.
Localizada na Georgia, a mansão LaGrange foi usada pela equipe do diretor Mike Flanagan para as cenas de exteriores da casa titular, e os antigos donos, o casal Neil e Trish Liechty, afirmam que quatro ou cinco fantasmas moram lá (via ComicBook).
De acordo com o site IGN, que mapeou os fantasmas escondidos ao longo dos dez episódios da série, 43 espíritos aparecem de forma perceptível sem interferirem na história da família Crain.
Sim, a residência Hill fica na Califórnia, nos EUA, mas não tem esse nome. O imóvel descrito por Shirley Jackson em 1959 é a Mansão Winchester. A casa serviu de inspiração para a autora criar o enredo do seu romance, que narra a passagem de Eleanor em uma experiência de documentação de atividades paranormais na mansão. Esse enredo balizou a produção da Netflix.
A proteção de Olivia com os gêmeos está diretamente ligada à cena em que as versões crianças de Nell e Luke perguntam se a mãe os protegeria “da escuridão”. Na cena, os irmãos descrevem metaforicamente os problemas que teriam no futuro: depressão e suicídio (Nell) e vício em drogas (Luke).
Na cena final, é possível ver que, no lugar da janela, há um quadro. A princípio, Flanagan, diretor e roteirista, havia planejado um final trágico para a série — todos os Crain morreriam na casa e se tornariam parte dela. Na cena final, no lugar do quadro estaria a janela, que marcaria a derrocada da família. No entanto, ele preferiu encerrar com um final ameno para os Crain.
É Abgail Dudley, filha do casal responsável por cuidar da mansão. A criança é um fantasma e foi morta pela mãe dos irmãos Crain, Olívia, logo no início da série — porém, só é possível tomar conhecimento desse fato no desfecho da trama. Abgail morreu envenenada ao ser convidada por Olivia para tomar chá com os gêmeos Crain no quarto vermelho. A intenção da matriarca era matar os filhos para que eles “acordassem” e não fossem para o mundo exterior a casa, que era cruel.
Com dez episódios de aproximadamente uma hora cada, a adaptação da obra “A Assombração da Casa da Colina (1959)”, de Shirley Jackson, narra a trajetória da família Crain em duas linhas do tempo paralelas – infância e a vida adulta de cinco irmãos. A direção e o roteiro são de Mike Flanagan, conhecido por produções como “Hush – A Morte Ouve” e “Jogo Perigoso”.
O livro já foi adaptado anteriormente para o cinema duas vezes, em um filme de 1963, dirigido por Robert Wise, e outro de 1999, de Jan de Bont. A nova versão foi criada por Mike Flanagan (Jogo Perigoso, O Espelho).
De acordo com o casal, o problema com as assombrações foi tão severo que os forçou a se mudar do local, que compraram em 2013, mas infelizmente a mudança não espantou a presença sobrenatural de suas vidas.
Michiel Huisman, Carla Gugino, Timothy Hutton, Henry Thomas, Elizabeth Reaser, Oliver Jackson-Cohen, Kate Siegel, Victoria Pedretti, Lulu Wilson, Mckenna Grace, Paxton Singleton, Julian Hilliard, e Violet McGraw formam o elenco.
A Maldição da Residência Hill | Vídeo reúne mais de 40 fantasmas escondidos na série
O cômodo tem sido comparado, guardadas as diferenças de narrativa, a Pennywise, o palhaço do filme “IT – A coisa”, uma vez que assume a forma dos maiores medos dos assombrados na intenção de devorá-los.
Cada personagem tem seus próprios demônios para lidar. Steve, o irmão mais velho, precisa conviver com a negação e o ceticismo que o dominaram após os eventos da infância. Shirley, a segunda mais velha, tornou-se uma pessoa controladora e obsessiva. A irmã do meio, Theo, que possui uma espécie de dom de saber o que sentem as pessoas ao tocá-las, tornou-se solitária. Luke, o gêmeo de Nell, mais velho por poucos segundos, não foi capaz de lidar com tudo o que viveu e acabou viciado em heroína. A mais nova, Nell, atormentada pelo fantasma do pescoço torto – que descobriu ser ela mesma – desenvolveu depressão profunda e, no fim, foi levada pela casa ao suicídio.
Só descobrimos a razão muito perto do fim desse conto. A razão de Hugh Crain ter tirado os filhos da casa, em primeiro lugar, foi ter encontrado os gêmeos, a esposa e Abgail juntos prontos para tomar o chá envenenado no quarto vermelho. Hugh não conseguiu impedir que a filha dos caseiros morresse e decidiu fugir com os filhos.
Alguns fãs da série associaram os cinco irmãos às cinco fases do luto identificadas na teoria da psiquiatra suíça Elisabeth Kubler – Ross: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. De acordo com a teoria, Steve representa a negação, uma vez que é o mais cético dos irmãos. Shirley a raiva, o que pode ser autoexplicativo para muitos, mas o fato é que ele é a personagem que mais tem desavenças na produção.