Os diamantes são encontrados naturalmente em rochas Kimberlite ou depósitos aluviais. Rochas Kimberlitas são rochas que ocorrem em antigos tubos vulcânicos e são os principais hospedeiros. Essas rochas são transportadas por rios, córregos e cachoeiras e cristais de diamante são depositados na água.
Nos aluviões da bacia do rio Jequitinhonha, os teores decrescem de montante para jusante, assim como o tamanho médio das pedras. Na parte alta do rio, diversas pesquisas indicaram teores variáveis entre 0,1-0,5 ct/m3, ainda que sejam raríssimos os depósitos totalmente virgens (Chaves 1997). Abaixo do vilarejo de Mendanha, os teores são progressivamente mais baixos, de maneira que na área lavrada pela Rio Novo Mineração sejam 0,03 ct/m3 (Fleischer 1991) e na da Mineração Tejucana 0,008 ct/m3 (Dupont 1991). O último autor descreve ainda a drástica diminuição da granulometria do diamante desde Maria Nunes, a montante (3 pedras/ct) até o flat Leonel, a jusante (10 pedras/ct).
Tanto na Índia como no Brasil, os diamantes eram lavrados em depósitos de rio, ou aluvionares. O Brasil foi por quase 150 anos o maior produtor mundial de diamantes, até que um garoto de 15 anos encontrou sem querer na margem do rio Orange, África do Sul (atual República Sul-Africana) um grande diamante, pesando 21,25 ct, depois batizado de “Eureka”. A partir daí esse país experimentou um boom na mineração desta pedra preciosa e passou a dominar por mais de 100 anos a produção mundial de diamantes (Chaves & Chambel 2003). Entretanto, desde a década de 1990 ele vem sendo progressivamente sendo superado por vários outros países.
O diamante vermelho é uma pedra preciosa raríssima da “família” dos diamantes e de cor avermelhada. Sua coloração se dá a partir das condições em que o diamante passa em sua fase de criação.
Em valores de US$/ct, deve ser ressaltado o fato de que a produção de grandes diamantes e de pedras coloridas, muitos deles com mais que 50 ct (o que não ocorre no Espinhaço, por exemplo), faz “saltarem” de modo expressivo os preços médios para cima, mesmo havendo uma razoável presença de borts entre as populações de diamantes locais. Chaves et al. (1993) relataram a existência de cerca de 2.000 garimpeiros na região e provavelmente a produção da gema fosse superior a 10.000 ct/ano, números que podem ser reduzidos na atualidade a 1/4. A GAR Mineração explotou em sua lavra aluvionar no rio Santo Inácio 19.000 t de material diamantífero em 2010, resultando em 312 ct de diamantes (Revista Minérios & Minerales Nº 335, outubro de 2011).
Lembre-se de que o grafite, o material barato e sujo que você encontra no seu lápis, também é feito exatamente do mesmo material que o diamante – a diferença está na estrutura do cristal, que por sua vez está relacionada à pressão e temperatura.
Como vimos, o diamante é uma gema preciosa pois apresenta características como elevada pureza. Além disso, é uma pedra rara e por isso seu valor é mais elevado, características como dureza e brilho elevam o diamante a classe das pedras preciosas.
No ano de 2014, o DNPM aprovou 20 relatórios finais de pesquisa para diamante, dos quais um localiza-se no estado de Roraima e os demais em Minas Gerais. Em 2013, o Projeto Braúna, no município de Nordestina (norte da Bahia), que corresponde a um dos primeiros depósitos de diamante em fonte primária a ser regularmente explorado no Brasil, iniciou sua produção por meio de “Guias de Utilização”, obtendo a publicação do título de Concessão de Lavra em 2015. De acordo com Medeiros & Costa (2016), projeta-se que a Mina Braúna terá um impacto significativo na produção nacional de diamantes, contribuindo para um aumento de 7 a 9 vezes na produção atual, além de renovar o interesse no investimento em projetos de pesquisa visando depósitos primários no país.
Verifica-se assim uma situação que pouco tem se alterado nos últimos 100 anos: garimpos nos rios menores, mais fáceis de serem trabalhados, e nenhum investimento empresarial de vulto para lavras de porte mais significativo (como as que existiram no rio Jequitinhonha), o que poderia ser realizado no rio Paranaíba, por exemplo, que é diamantífero sobre longo trecho na divisa de Minas Gerais com o estado de Goiás. Nas proximidades de Romaria (antiga Água Suja), conglomerados cretácicos são lavrados desde fins do século 19. O principal exemplo é a mina Romaria, que esteve em operação regular até a década de 1980 pela EXDIBRA, de São Paulo (Feitosa & Svisero 1984). Desde 2014, uma outra frente desta mesma mina é operada pela GAR Mineração, de Belo Horizonte (Figura 21A-B).
Figura 25. A) Lote de diamantes da região da Serra da Canastra, destacando pedras com peso em torno de 1-2 ct com suas excelentes qualidades da cor. B) Lote da mesma área com pedras ente 0,3-1 ct Fotos do autor.
Entretanto, todos os citados diamantes de grande quilatagem foram lavrados de depósitos aluvionares em garimpos dirigidos ou bancados por pequenos/médios grupos de garimpeiros das muitas localidades envolvidas. Alguns dos grandes complexos mineradores internacionais, como os grupos De Beers e Rio Tinto, investiram nos últimos 30 anos vultuosas quantias na tentativa de descobrir a(s) fonte(s) primária(s) desses diamantes, aparentemente sem qualquer sucesso, contudo não se importando com que os serviços de garimpagem fossem desenvolvidos sobre suas áreas de pesquisa.
A maioria dos diamantes encontrados no mundo é talvez o melhor amigo dos homens e não das mulheres. 80 a 90% dos diamantes encontrados no mundo não se destinam à produção de jóias, mas à indústria na forma de ferramentas e abrasivos. Os diamantes também são usados para brocas e brocas de perfuração como no Mar do Norte.
Conforme Pinto & Silva (2014) tais sequências constituem os grupos Araxá, Canastra, Ibiá e Bambuí, que foram depositados durante o Proterozoico, e são compostos respectivamente por quartzo-mica xistos, quartzitos laminados, clorita-carbonato xistos e rochas pelito-carbonáticas. Esse conjunto foi estruturado segundo NNW-SSE no ciclo orogênico Brasiliano. Rochas basálticas do Cretáceo Inferior pertencentes aos derrames vulcânicos da Bacia do Paraná (Formação Serra Geral), com intercalações de arenitos (Formação Botucatu), ocorrem ainda na área, porém de maneira restrita. Na mina de diamantes de Romaria, esta sequência não ultrapassa 10 m de espessura.
No contexto da Província Serra do Espinhaço, as lavras ocorrem tanto nos depósitos ditos “de serra” (conglomerados proterozoicos e depósitos coluvionares derivados), como nos depósitos “de rio”, tanto aluviões como terraços antigos (Chaves & Karfunkel 2001). Nos últimos 30 anos, serviços empresariais de mineração foram desenvolvidos nas lavras dos Caldeirões e Lavrinha (Sopa-Guinda), Boa Vista, Cavalo Morto e Serrinha (Extração), Ingleses e Datas de Cima (Datas), João Boa e Campo Sampaio (São João da Chapada). No entanto, é difícil uma perfeita distinção entre a mineração organizada e a garimpagem semimecanizada, pois as práticas de ambas são muito semelhantes.
Desde a década de 1950, os diamantes também foram produzidos pelo homem. Duplicando os processos naturais que ocorrem profundamente abaixo da superfície da Terra em laboratórios, os fabricantes aprenderam a criar seus próprios diamantes para usos industriais .
Figura 23. Geologia da Província Serra da Canastra, enfatizando a ocorrência de diamantes aluvionares (Di) e o kimberlito Canastra-1, em São Roque de Minas (fontes: Chaves et al. 2008a, Pinto & Silva 2014).
Em termos de produção, destacam-se as zonas de Diamantina e do Médio Jequitinhonha, responsáveis pela maior parte da produção estadual. Desta maneira, os levantamentos realizados em tais áreas indicaram uma produção em 2000 por volta de 80.000 ct/ano (Penha et al. 2000), o que contrasta fortemente com a produção oficial de 34.075 ct obtida para todo estado, onde os dados referem-se justamente às mesmas citadas áreas (os dados relativos a 1990 também são fortemente contrastantes). Tais discrepâncias são facilmente explicáveis, pois os dados oficiais na prática só relacionavam os valores de produção das mineradoras Tejucana e Rio Novo; logo, as informações oficiais podem ser consideradas de pouca utilidade. Em termos de preços médios por quilate, destaca-se a produção específica da área de Jequitaí (150-200 US$/ct), onde o diamante é considerado de melhor qualidade por serem “mais puros”.
O diamante tem a maior dureza de todos os minerais conhecidos. Também possui um brilho brilhante e alta dispersão, ou seja, a capacidade de espalhar a luz por toda a gama de cores do arco-íris. O diamante é extraído nas partes sul da África, Canadá, Rússia, Brasil e Austrália.