O Autódromo completou 82 anos em 2022 trazendo na bagagem momentos históricos do automobilismo brasileiro e mundial. No dia 12 de maio de 1940, nascia um dos principais circuitos da América Latina, que passou a receber categorias nacionais e internacionais, além de provas de motociclismo, outros esportes a motor e eventos diversos.
Além disso, o Kartódromo Ayrton Senna também passou por melhorias e voltou a ser palco de disputas para pilotos novos no kart já no início de 2015. Nos demais espaços, festivais de música como o Lollapalooza e outros eventos completam o calendário cheio do equipamento, com movimento o ano todo.
Em 1936, São Paulo recebia a sua primeira prova internacional, mas o circuito foi as próprias ruas da capital. E após a (má) repercussão do acidente da piloto francesa Hellé-Nice, que perdeu o controle de seu Alfa Romeo e atropelou e matou cinco pessoas e feriu mais de 30, Interlagos voltou a ganhar a atenção.
A urbanista e arquiteta Eveline Vieira, que ajudou na elaboração do livro do marido, conta mais. “Foi ele quem fez o aeroporto e também Interlagos. E foi dele a criação da (avenida) Washinton Luís. Ele fez acordo com os donos das granjas que existiam na região e abriu a estrada”, conta ela. “Queriam abrir o acesso a Interlagos para fazer de Interlagos um bairro satélite. Teria um hotel maravilhoso, praia artificial na represa e também teria o autódromo e ainda uma série de outras coisas para as pessoas morarem em Interlagos. Naquela época as pessoas gostavam de morar muito no centro”, completa.Além de casas, o local também teria centros de lazer e um ginásio esportivo. O plano ia bem até estourar a crise de 1929, nos Estados Unidos, e a revolução de 1932 em São Paulo.
O traçado foi construído no fundo dela, e as partes mais altas recebiam o público que tinha uma visão fantástica de quase 90% da pista. Para ligar o setor mais alto perto da entrada ao local reservado para os carros e seus preparadores na parte mais baixa, o paddock, onde hoje é a Reta dos Boxes, foi construída umapassarela de madeira, também utilizada para receber material de publicidade e como ponto de largada e de chegada das provas.
O drama começou a partir da sexagésima volta quando Ayrton perdeu a quarta marcha. Faltando poucas voltas do fim, Senna ficou sem a quinta e terceira marcha também. Por fim, para manter um ritmo razoável na pista, Ayrton Senna se viu obrigado a correr apenas com a sexta marcha, apenas jogando os carros nas curvas, evitando desacelerar o máximo possível para não perder demais o torque.
O Brasil recebeu em 13 e 14 de Abril, o Ferrari Racing Days, evento inédito no País. Combinando provas e exibições de carros históricos e modernos da clássica marca italiana, o programa foi realizado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Para oferecer maior segurança aos pilotos, Interlagos passa por reformas em vários pontos do trajeto, como na Curva do Café (onde ocorreu o acidente e a morte de Rafael Sperafico, piloto da Stock Car Light.
Uma das atividades esportivas é o tradicional Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1, etapa brasileira da principal categoria do automobilismo mundial e que já faz parte do calendário da cidade. Já em setembro deste ano, o espaço abriga pela primeira vez o The Town, evento musical com estrelas nacionais e internacionais.
De fato, existem diversas corridas em Interlagos de várias modalidades do automobilismo para serem lembradas, mas poucas marcaram tanto como essa, especialmente para os brasileiros. Fã declarado de Ayrton Senna, o britânico Lewis Hamilton fez questão de comemorar sua terceira vitória no GP Brasil com uma bandeira do país.
A reabertura aconteceu no dia 23 de março de 1990. A corrida foi vencida pelo francês Alain Prost, seguido pelo austríaco Gerhard Berger, com Senna em terceiro. No início de 2000, a pista foi recapeada e passou a ter 4.309 metros de extensão. Em 2002, algumas caixas de brita foram asfaltadas, como no “S” do Senna, na Curva do Lago e na do Laranjinha.
Os carros largavam dali e partiam para a Curva 1, onde poucos metros depois havia um bosque de eucaliptos sem nenhuma proteção que impedisse um choque no caso de uma saída da pista. Depois, sempre em alta velocidade, vinha a Curva 2, o Retão, as Curvas 3, 4, uma pequena reta até chegar à Curva da Ferradura, trecho de média velocidade.
Também está sendo implantada a nova rede de drenagem para evitar o acúmulo de água nas áreas de circulação do público, além da construção de novas valas técnicas (galerias subterrâneas por onde passam cabos de energia e de dados). Essas intervenções estão recebendo um investimento de R$ 68,4 milhões e serão finalizadas neste mês.
Tendo o Automóvel Clube do Brasil como co-responsável na elaboração do projeto, Sanson priorizou a criação e construção do circuito de Interlagos, em um traçado que fez inspirado nas pistas de Indianápolis, nos Estados Unidos, Brooklands, na Inglaterra, e Monthony, na França. A construção do autódromo foi cercada de grande expectativa. Em abril de 1939, no autódromo em obras, um grupo de pilotos liderado por Manoel de Teffé, deu as primeiras voltas na pista. A população paulistana ainda teve que esperar mais um ano para a grande inauguração, adiada em duas ocasiões no mês de novembro daquele ano.
A São Paulo Turismo assume a administração do Autódromo, facilitando o processo de gestão e montando uma organização mais séria e comprometida. As modificações se tornaram mais viáveis e passaram a ser executadas com mais rapidez.
Ainda em outubro de 1971, o primeiro grande teste de Interlagos, que recebeu uma corrida internacional de Fórmula 2 extra-campeonato, também vencida por Emerson Fittipaldi, com Ronnie Peterson em segundo, para que a pista fosse homologada e passasse a fazer parte do calendário oficial da categoria mais rápida do planeta.
Em comemoração aos 400 anos da cidade de São Paulo, foi realizado o Grande Prêmio IV Centenário da Cidade de São Paulo, com vitória do suíço Emmanuel “Toulo”. Após o evento, o autódromo tornou-se patrimônio público da cidade.
A estrutura do local começou a ser mais cobrada e exigida para as realizações da F-1. Uma das reformas possibilitava os competidores voltarem à pista após uma escapada com a substituição de áreas de escape por asfalto.
A Curva do S, de baixa velocidade, emendava na Curva do Pinheirinho porque realmente havia um par de pinheiros bem ali, ao lado da pista, e na Curva do Cotovelo, que depois virou Bico de Pato, pelo seu formatomesmo, parecido com o bico da ave, a curva mais lenta da pista.
Para dar mais conforto ao público, projeta-se também a ampliação e requalificação das arquibancadas permanentes nos setores A e OTC, além de uma nova arquibancada no S do Senna. Já o muro do Autódromo, no trecho entre os portões T/L e A, será substituído por um gradil.
Da Fórmula Vee, passando pela Stock Car até as máquinas de Fórmula 1, a pista paulistana também possui etapas de motovelocidade, como a Super Bike. Na pista auxiliar, que fazia parte do antigo traçado, continuam atividades e treinos de escolas de pilotagem, testes de montadoras e provas de arrancada no novo trecho recentemente reformado.
Além disso, também em processo de licitação, com investimento previsto de R$ 110 milhões, estão a ampliação da área conhecida como "lajão" (com cobertura), nova área administrativa e novo acesso ao Autódromo pelo portão G.
No final de 1967, o Autódromo foi fechado para reformas e voltou a funcionar no dia 29 de fevereiro de 1970, ainda que não estivesse totalmente pronto, mas em grande estilo, com a realização de uma corrida do Campeonato Internacional de Fórmula Ford. Para delírio do público, um jovem magrinho em início de carreira recebeu a bandeira quadriculada em primeiro lugar. O nome dele era Emerson Fittipaldi.