Ave de rapina é o nome que se dá a centenas de espécies de aves carnívoras, como os gaviões, as águias e os falcões. Essas aves são conhecidas por raptar suas presas, o que explica o seu nome (“rapina” significa roubo, saque). Ou seja: as aves de rapina se valem de suas enormes garras para pegar e levar embora suas presas.
Existem cerca de 250 espécies de gaviões no mundo. Só no Brasil, ocorrem mais de 40 espécies, dentre as quais o gavião-caboclo (Heterospizias meridionalis), que ocorre em todo o território brasileiro. Também conhecido como casaca-de-couro, o gavião-caboclo é grande quando comparado a outros gaviões: chega a 65 cm de comprimento.
As semelhanças com os abutres do Novo Mundo, embora não sejam genéticas, se explicam pelo fato dessas aves terem evoluído de forma bastante parecida. Apesar de habitarem continentes distintos, os abutres do Novo e do Velho Mundo desempenham papéis parecidos na natureza.
Urubus são aves de médio e grande porte: pesam entre 1 e 2 kg e possuem uma envergadura de asas de mais ou menos 1,80 m. Pertencem à família Cathartidae, da qual fazem parte os condores. As cinco espécies de urubus podem ser encontradas no Brasil.
Os urubus são aves necrófagas - isto é, alimentam-se predominantemente de animais mortos. Por isso, são conhecidos como “faxineiros da natureza". Algumas espécies de urubus podem caçar pequenos animais, como cobras e aves, além de se aproveitarem de animais feridos e doentes.
As corujas são aves de rapina predominantemente noturnas. Há mais de 220 espécies de corujas (ordem Strigiformes), distribuídas em quase todas as regiões do mundo, dos trópicos ao Ártico.
Tal como as águias, os gaviões são animais diurnos: são ativos durante o dia, passando boa parte do tempo planando sobre a mata, à espera do melhor momento para dar o boteem uma de suas presas, geralmente animais pequenos, como lagartos, roedores, pássaros, sapos e insetos.
Os condores-dos-andes estão entre as maiores aves voadoras do mundo, podendo chegar a três metros de envergadura de asas e pesar até 15 kg! Essa espécie gigantesca ocorre na Cordilheira dos Andes e pode ser encontrada na costa marítima chilena, onde se alimenta de animais marinhos mortos. Em relação à alimentação, o condor-dos-andes prefere carcaças de animais grandes, como lhamas, alpacas e outros mamíferos. Na costa, alimentam-se de carcaças de peixes, focas, leões-marinhos e golfinhos.
Existem nove espécies de águia no Brasil, dentre as quais a Harpia harpyja, conhecida popularmente como gavião-real, que ocorre em alguns pontos da Mata Atlântica e na Amazônia. Trata-se da maior espécie de águia do mundo, podendo chegar a mais de um metro de comprimento e dois metros de envergadura (distância entre as pontas das duas asas)!
Existem cerca de 70 espécies de águias, sendo que a maior parte pode ser encontrada na Europa, na Ásia e na África. Só duas espécies são encontradas na América do Norte: uma delas é a águia-americana (Haliaeetus leucocephalus), símbolo dos Estados Unidos.
Para localizar seus alimentos na natureza, os urubus se utilizam principalmente de sua visão super aguçada, capaz de detectar animais mortos a quilômetros de distância. Algumas espécies, como o urubu-de-cabeça-vermelha, conseguem localizar carcaças através do olfato.
Uma característica bastante curiosa das corujas é a sua capacidade de girar o pescoço em 170º. A título de comparação, os seres humanos só conseguem girar sua cabeça 80º.
Os gaviões pertencem à mesma família das águias (Accipitridae) e são bem parecidos com elas fisicamente. Uma diferença importante entre as águias e os gaviões é que estes são menores (boa parte das espécies pesa menos de 1 kg). Além disso, os gaviões são menos poderosos e imponentes do que a águia.
Tal como os urubus e os condores, os abutres são aves de rapina necrófagas - ou seja, se alimentam de carcaças de animais mortos. Mas só existem na Europa, na Ásia e na África, ao passo que os urubus e os condores são restritos às Américas, o que lhes valeu o apelido de abutres do Novo Mundo.
Existem 23 espécies de coruja no Brasil. Uma bastante comum é a coruja-buraqueira (Athene cunicularia), que tem hábitos tanto noturnos quanto diurnos e pode ser vista em todo território nacional. Seu nome popular faz referência ao hábito de instalar seus ninhos em buracos no chão.
Em todo o mundo, há cerca de 60 espécies de falcões, das quais 20 podem ser encontradas no Brasil. A maior espécie de falcão do mundo é a gerifalte (Falco rusticolus), que ocorre em regiões frias do hemisfério norte. As fêmeas, que são maiores que os machos, podem atingir 60 cm de comprimento e pesar mais de 2 kg.