Enquanto a queixa pode ser concebida como uma reclamação inicial que impulsiona uma busca por escuta, a demanda pode ser entendida como o real pedido (motivo) de ajuda - e não a reclamação pela qual o indivíduo foi à clínica.
A demanda é tudo aquilo que motivou o paciente a pedir por ajuda a um profissional de saúde. Desta forma, se trata de todo o apanhado de seu sofrimento, incluindo tanto os aspectos físicos, quanto os aspectos emocionais.
Ao avaliar a demanda, ele está construindo um canal de comunicação com o profissional e está demonstrando seu interesse, compromisso e seriedade com os quais desenvolve o seu trabalho. Um psicoterapeuta uma vez disse, em relação a um processo de avaliação: “Obrigou-me até a prestar mais atenção a certas coisas”.
Em palavras mais simples, o rapport faz referência à ligação entre dois ou mais seres humanos, à sintonia psicológica e emocional que é necessária para que possam ocorrer mudanças em algum dos lados. O rapport é uma das questões mais importantes na terapia e que muitas vezes é ignorada.
A Demanda terapêutica - nomeada também como narrativas saturadas na clínica narrativa de Michael White - é a narrativa consciente que o cliente expressa na terapia sobre a sua dor, o seu dilema ou seu problema.
O objetivo do rapport é gerar confiança e empatia durante a comunicação, fazendo com que o outro, o seu interlocutor, seja mais receptivo e aberto. Esse é um esforço que todos fazemos nas nossas relações.
Para que isso aconteça, é preciso entender os principais pilares do rapport: contato visual — é importante manter contato visual com o cliente de forma natural, ou seja, sem gerar desconfortos. ... andamento da conversa — o ideal, aqui, é copiar (ou se espelhar, como explicaremos mais adiante) o ritmo de fala do cliente.
A entrevista psicológica é um processo bidirecional de interação, entre duas ou mais pessoas com o propósito previamente fixado no qual uma delas, o entrevistador, procura saber o que acontece com a outra, o entrevistado, procurando agir conforme esse conhecimento (WIENS apud NUNES, In: CUNHA, 1993).
De acordo com Ocampo e Arzeno (2001), a entrevista inicial é um instrumento fundamental no processo de psicodiagnóstico, pois o psicólogo clínico colherá informações sobre o motivo da procura pelo atendimento, fará observações, estabelecerá o rapport com o cliente e colherá informa- ções importantes sobre sua história ...
Nesse momento inicial, o profissional e o paciente devem se conhecer. Será uma conversa leve, em que o psicólogo pergunta informações básicas sobre a vida do paciente: quem ele é, o que faz, com o que trabalha etc. Além disso, também questionará sobre as razões que o levaram até à terapia.