O liquor, também conhecido como líquido cefalorraquidiano ou líquido cerebroespinal, é um líquido límpido e incolor, semelhante ao plasma, que banha o sistema nervoso central (SNC). O liquor circula por um sistema de cavidades localizadas no cérebro e na medula espinal, ventrículos, espaço subaracnóideo do encéfalo e da medula espinal e no canal central da medula. A maior parte do liquor é secretada por um tecido especializado denominado plexo coróideo, que está localizado no ventrículo lateral e no terceiro e no quarto ventrículos. A secreção do liquor é semelhante à sua drenagem, portanto, há sempre cerca de 150-270 mililitros de liquor circulando no SNC.
O exame do LCR fornece informações fundamentais para a investigação de diferentes patologias do sistema nervoso e pode ser coletado através de uma punção lombar, procedimento seguro e muito utilizado para o diagnóstico e tratamento das afecções neurológicas.
Os níveis de glicose se normalizam antes dos níveis de proteínas e da contagem de células durante a recuperação da meningite, tornando-se um parâmetro útil na avaliação de resposta ao tratamento.
Isso explica o desenvolvimento de plexos coroides nos ventrículos laterais. Assim, pois, são formados quatro plexos coroides: um no quarto, um no terceiro, e um em cada ventrículo lateral do cérebro. O plexo coroide é essencialmente constituído por vasos sanguíneos, resíduos conjuntivos da pia-aracnoide, e um revestimento constituído por uma camada única de epitélio cúbico.
As discussões finais do simpósio promovido pela Ciba Foundation 5 sôbre a formação, absorção e circulação do LCR permitiram chegar à conclusão de que os estudos com rádio-isótopos contribuíram para dar a êstes problemas uma conceituação mais dinâmica, embora sejam ainda necessários novos estudos para estabelecer a base anatômica da produção liquórica5. Tais aspectos dinâmicos não obrigam a abandonar as idéias clássicas quanto à formação, absorção e circulação do LCR5.
O LCR atua como um amortecedor, protegendo as estruturas cerebrais e medulares. Além disso, fornece nutrientes essenciais para o cérebro e possui importante função na remoção dos resíduos provenientes da atividade cerebral e no equilíbrio da pressão intracraniana.
O liquor é constantemente produzido a uma taxa de secreção de 0,2-0,7 ml/min, o que significa que há 600-700 ml de liquor recém-produzidos por dia. Como o volume liquórico total está em torno de 150-270 ml, isso significa que todo o volume de liquor é reposto cerca de 4 vezes por dia.
Como adiante descreveremos, algum líquido cefalorraquidiano é formado na parte exterior do cérebro, porém quase todo nasce nos ventrículos, ao nível de umas estruturas chamadas plexos coroides. Conforme pode se supor, estes últimos têm funções um tanto semelhantes às do glomérulo renal.
Para a coleta do líquor, a agulha deve ser inserida no espaço entre a vertebra L3-L4 ou L4-L5, preferencialmente com o paciente em decúbito lateral com as pernas e coxas fletidas (em posição fetal).
Se quiser saber mais sobre como realizar a punção lombar, no artigo “Guia para punção lombar na prática clínica“, ensina o passo a passo do procedimento.
O líquido cefalorraquidiano é encontrado no espaço situado entre as meninges pia-máter e aracnoide. Atua na absorção de impactos e movimentos, protegendo o cérebro e a medula espinhal. A seguir, a função e propriedades do Líquido Cefalorraquidiano (também conhecido como Liquor Cerebral ou Líquido Cérebro Espinhal) em um resumo completo.
Se não fosse pelas junções estreitas, ou barreira hematoliquórica, as partículas que podem passar pelas fenestrações dos capilares, como eletrólitos e células sanguíneas, entrariam no liquor e, portanto, perturbariam o equilíbrio eletrolítico e bioquímico no sangue. Essa barreira é funcionalmente importante também na direção oposta, do liquor aos capilares, uma vez que evita que grandes moléculas (como diferentes tipos de drogas) entrem livremente nos vasos sanguíneos do cérebro.
As principais funções do liquor são fornecer amortecimento para o encéfalo e para a medula espinal quando são atingidos por uma força mecânica, fornecer proteção imunológica básica ao SNC, remover resíduos metabólicos, bem como transportar neuromoduladores e neurotransmissores. O liquor também é muito útil para o diagnóstico clínico e suas amostras geralmente são obtidas do espaço subaracnóideo por punção lombar.
O líquor é produzido nos plexos coroides dos ventrículos cerebrais e no epitélio ependimário, sendo que 70% dele é derivado de filtração passiva do sangue e secreção através do plexo coroide.
Estudos têm demonstrado que pacientes com patologia intracraniana, como malignidade ou infecção bacteriana, apresentam níveis de LDH no líquor maiores comparados a pacientes saudáveis.
Esse almofadado é a pia-aracnoide, cujos interstícios estão cheios de um fluido tissular modificado, que se chama liquido cefalorraquidiano. A pia-aracnoide cheia de líquido circunda completamente o encéfalo e a medula, atuando por isso como um amortizador hidráulico de choques dessas estruturas, que se acham submetidas aos choques e sacolejos da vida diária.
Schryock e col.2 salientam que desde a publicação dos trabalhos de Weed foram estabelecidos os seguintes itens acêrca da formação, absorção e circulação do liqüido cefalorraquidiano (LCR): 1 - os plexos corióides elaboram o LCR e representam sua principal fonte; 2 - há pequena formação de LCR nos espaços perivasculares do sistema nervoso central; 3 - o LCR formado nos plexos corióides dos ventrículos laterais passa para o terceiro ventrículo pelos buracos de Monro e, pelo aqueduto de Sylvius, vai para o quarto ventrículo e, dêste, passando pelos orifícios de Luschka e Magendie, se escoa para o espaço subaracnóideo; 4 - há formação de LCR também nos plexos corióides dos terceiro e quarto ventrículos; 5 - a partir da cisterna magna, já no espaço subaracnóideo, o LCR banha a medula e, circulando rostralmente, atinge as cisternas da base do cérebro e o espaço subaracnóideo periencefálico; 6 - a absorção do LCR se faz especialmente pelas vilosidades aracnóideas que penetram nos seios venosos intracranianos e, em menor quantidade, através das bainhas pia-aracnóideas que envolvem as raízes raquianas e dos nervos cranianos, atingindo, por essa via, os vasos linfáticos situados fora das meninges.
A hidrocefalia é o distúrbio mais significativo do fluxo do liquor e é causada por quantidades excessivas, seja por aumento da sua produção (hidrocefalia hipersecretora), obstrução de seu fluxo (hidrocefalia não comunicante ou obstrutiva) ou por absorção prejudicada pelas vilosidades aracnóideas (hidrocefalia malabsortiva). A hidrocefalia é seguida por um aumento anormal da cabeça em crianças devido a um aumento anormal na quantidade de liquor. Isso cria um aumento da pressão dentro do crânio, levando a uma degeneração do tecido cerebral.