Quando O Trem Atravessa O Pantanal?
Com uma carga de amargor e letra que exalta as belezas do centro-oeste do Brasil, Trem do Pantanal encantou gerações com uma melodia tocante, se tornando símbolo do Mato Grosso do Sul.
Joao Ricardo e Manoel
Em 1981, Diana Pequeno gravou Trem do Pantanal em seu album “Sinal de Amor”. Lá pelos anos 80 , assisti sua interpretação dessa música num show que rodou o Brasil, parte do “Projeto Pixinguinha” , e sabe quem a acompanhou nesse show e mostrou sua virtuose, simplesmente Almir Sater. Justiça seja feita a Diana Pequeno, que não tem a presença que merece no show bis, assim como Elomar, Dercio Marques, Tarancon, Vital Farias, Katia de França, e vou parar por aqui, porque vou tabém injustiçar omitindo tantos outros menestreis de nossa singular cultura.
Não bastasse isso, a canção também faz parte da trilha sonora do remake de Pantanal lançado pela TV globo, além de várias outras músicas de sua autoria.
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Mesmo com uma melodia agradável e tocante, Trem do Pantanal traz na letra toda a carga de infelicidade e angústia de um período histórico conturbado, refletido na experiência de vida de um fugitivo.
Com mais de 10 discos gravados, o cantor é um dos artistas mais completos da música brasileira, sendo um dos poucos a ganhar notoriedade também no exterior, se apresentando na cidade berço da música country americana, Nashville, nos Estados Unidos.
A conexão com o modo de vida e a riqueza natural dessa região, também acabou rendendo à Trem do Pantanal o título de canção mais representativa do estado do Mato Grosso do Sul, eleita em uma votação oficial por todo o estado, feita no ano de 2001.
Grupo Tradição
Para consolidar ainda mais a alma sertaneja da canção, o cantor acabaria participando como ator das duas versões da novela Pantanal, exibidas em 1990 e 2022.
Inspirada por uma história real com uma letra que ressalta o grande patrimônio natural do centro-oeste do Brasil, a canção se tornou símbolo do Pantanal e da cultura sul-mato-grossense, sendo lembrada até hoje pelo povo da região, conquista que sempre surpreendeu Geraldo Roca.
A história de Trem do Pantanal começou em 1975, ano em que foi composta por Paulinho Simões e Geraldo Roca, chegando a ser inscrita pela dupla em festivais de música e até tocada em shows. Mas seria apenas em 1982 que ela ganharia fama.
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Uma das vozes mais representativas da MPB e da música sertaneja de raiz, Almir Sater começou sua carreira em 1981, com o primeiro disco solo, estradeiro, e ganhou grande notoriedade a partir de então.
Mesmo assim, a força da cultura e da imagem de dois patrimônios do Brasil falou mais alto, e a canção ganharia seu próprio rumo, se tornando parte do repertório sertanejo e da carreira e imagem artística de Almir Sater.
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Apesar do sucesso como canção regional alegre na voz de Almir Sater, Trem do Pantanal foi inspirada pela história de um amigo comunista dos compositores, que precisou fugir da repressão da ditadura militar em direção a Bolívia, tomando o trem que dá título à canção. Confira outras histórias das músicas conosco.
Com tamanha repercussão pelo brasil, Trem do Pantanal acabaria tendo várias regravações ao longo dos anos, número que, segundo o compositor Geraldo Roca, ultrapassa a marca de 100 versões.
Talvez por conta disso, curiosamente, tenha ganhado o coração do público sertanejo, que tanto sofreu com as dificuldades do campo, e no qual a imagem de um patrimônio da sua terra ressoa forte.
Mais tocadas
Segundo o compositor, apesar da gratidão pelo sucesso, nunca foi sua intenção representar de forma tão profunda o Pantanal e o trem que corta a região, já que a canção foi realmente inspirada por uma história real bastante infeliz.
Ao analisar calmamente a letra de Trem do Pantanal, podemos encontrar um misto de beleza e amargor, e já nos primeiros versos vemos a história que deu vida à canção, narrada pelo ponto de vista de um fugitivo, que deixa tudo para trás em direção a uma vida livre.
Em 1981, Diana Pequeno gravou Trem do Pantanal em seu album “Sinal de Amor”. Lá pelos anos 80 , assisti sua interpretação dessa música num show que rodou o Brasil, parte do “Projeto Pixinguinha” , e sabe quem a acompanhou nesse show e mostrou sua virtuose, simplesmente Almir Sater. Justiça seja feita a Diana Pequeno, que não tem a presença que merece no show bis, assim como Elomar, Dercio Marques, Tarancon, Vital Farias, Katia de França, e vou parar por aqui, porque vou também injustiçar omitindo tantos outros menestreis de nossa singular cultura.
Chiquito e Bordoneio
Com um estilo experimentalista e de raízes caipiras, seu trabalho musical mistura ritmos eruditos, populares e sertanejos, e sua presença cultural vai desde a música às participações em novelas, e divulgações televisivas sobre o modo de vida do Pantanal.
Nas últimas estrofes, vemos a apreensão do eu-lírico expresso nos versos da canção, quando afirma que o medo que carrega vai estar com ele a todo momento, até chegar a Santa Cruz de La Sierra, cidade para a qual se destina.