Marx viveu numa época em que a Europa se debatia em conflitos tanto no campo das ideias como no das instituições. Já na universidade, as doutrinas socialistas e anarquistas se encontravam no centro das discussões dos grupos que Marx frequentava. Alguns dos pensadores que então alimentavam as esperanças transformadoras dos estudantes hoje são chamados de socialistas utópicos, como o britânico Robert Owen (1771-1858) e os franceses Charles Fourier (1772-1837) e Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Dois momentos da história europeia foram vividos por Marx intensamente e tiveram importantes reflexos em sua obra: as revoltas antimonárquicas de 1848 - na Itália, na França, na Alemanha e na Áustria - e a Comuna de Paris, que, durante pouco mais de três meses em 1871, levou os operários ao poder, influenciados pelas ideias do próprio Marx. A insurreição acabou reprimida, com um saldo de 20 mil mortes, 38 mil prisões e 7 mil deportações.
Finalmente, Marx se mudou para Londres, com a ajuda daqueles que apoiavam o seu trabalho, já que estava enfrentando grandes dificuldades, e passou o resto da sua vida naquela cidade.
Com o título original O Manifesto do Partido Comunista, o texto foi produzido no âmbito da Liga dos Comunistas e escrito por Marx e Engels, seus principais teóricos.
Na sua perspectiva, o Estado servia os interesses da classe dominante, aquela que tinha dinheiro e poder, em vez de zelar por todos os cidadãos. A busca por uma sociedade sem classes e a mobilização de uma ação revolucionária organizada fizeram de Marx uma ameaça para muitas figuras poderosas.
Na época, começou a escrever em publicações locais e acabou se tornando redator-chefe da Gazeta Renana. Nesse contexto, Marx conheceu Friedrich Engels que viria a se tornar seu amigo e grande companheiro de trabalho.
Um dos objetivos da revolução prevista por Marx é recuperar em todos os homens o pleno desenvolvimento intelectual, físico e técnico. É nesse sentido que a Educação ganha ênfase no pensamento marxista. A superação da alienação e da expropriação intelectual já está sendo feita, segundo Marx, diz Leandro Konder. O processo atual se aceleraria com a revolução proletária para alcançar, afinal, as metas maiores na sociedade comunista.
Karl Marx nasceu em 1818 em Trier, sudoeste da Alemanha. Seu pai, advogado, e sua mãe descendiam de judeus, mas haviam se convertido ao protestantismo. Estudou direito em Bonn e depois em Berlim, mas se interessou mais por filosofia e história. Na universidade, aproximou-se de grupos dedicados à política. Aos 23 anos, quando voltou a Trier, percebeu que não seria bem-vindo nos meios acadêmicos e passou a viver da venda de artigos. Em 1843, casou-se com Jenny von Westphalen. O casal se mudou para Paris, onde Marx aderiu à militância comunista, atraindo a atenção de Friedrich Engels, depois amigo e parceiro. Foi expulso de Paris em 1845, indo morar na Bélgica, de onde também seria deportado. Nos anos seguintes, se engajou na organização da política operária, o que despertou a ira de governos e da imprensa. A Justiça alemã o acusou de delito de imprensa e incitação à rebelião armada, mas ele foi absolvido nos dois casos. Expulso da Prússia e da França, Marx se estabeleceu em Londres em 1849, onde viveu na miséria durante 15 anos, ajudado, quando possível, por Engels. Dois de seus quatro filhos morreram no período. O isolamento político terminou em 1864, com a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores (depois conhecida como Primeira Internacional Socialista), que o adotou como líder intelectual, após a derrota do anarquista Mikhail Bakunin. Em 1871, a eclosão da Comuna de Paris o tornou conhecido internacionalmente. Na última década de vida, sua militância tornou-se mais crítica e indireta. Marx morreu em 1883, em Londres.
O casal gerou sete filhos, mas apenas três sobreviveram até à idade adulta, devido às condições de vida precárias que a família levava: Jenny Caroline, Jenny Laura e Jenny Julia Eleanor.
Assim, depois de tecer duras críticas ao governo da Prússia, a Gazeta Renana foi descontinuada, Marx ficou sem emprego e foi viver em Paris. Mais tarde, ele foi expulso da França e da Bélgica, a pedido do governo alemão.
Por causa do que estava escrevendo, o teórico acabou sendo expulso da França e teve que se mudar para a Bélgica, onde reencontrou o companheiro. Lá, Marx e Engels uniram forças para escrever O Manifesto Comunista.
Por outro lado, esse processo se dá à custa da concentração da propriedade por aqueles que empregam a mão-de-obra em troca de salário. As necessidades dos trabalhadores os levarão a buscar produtos fora de seu alcance. Isso os pressiona a querer romper com a própria alienação.
O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças opressoras e, assim, dará origem a uma nova sociedade. Segundo Marx, o conflito de classes já havia sido responsável pelo surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo medieval. Em ambos os regimes (feudalismo e capitalismo), as forças econômicas tiveram papel central. O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor, uma sociedade como capitalista industrial, escreveu Marx.
O olhar crítico e atento do pensador ia se tornando cada vez mais evidente com o tempo. Um dos maiores nomes do socialismo, Marx foi divulgando as suas opiniões sobre política, economia e organização social.
Além disso, o retorno da produção de cada homem é uma quantia de dinheiro, que, por sua vez, será trocada por produtos. O comércio seria uma engrenagem de trocas em que tudo - do trabalho ao dinheiro, das máquinas ao salário - tem valor de mercadoria, multiplicando o aspecto alienante.
Empreendendo uma análise histórica focada na economia, Marx e Engels procuraram demonstrar de que modos o capitalismo estruturou a sociedade contemporânea, apontando a burguesia como a nova classe social dominante (e opressora).
Entre outros tópicos, o manifesto propunha várias reformas que pretendiam defender os direitos dos trabalhadores, como a redução das horas de trabalho diárias e o voto "universal" (só para o sexo masculino).
Marx e Engels também condenavam o trabalho infantil e promoviam a educação para todas as crianças. Em vez de uma visão nacionalista, acreditavam na união dos trabalhadores de vários países.