Gabriela Cravo e Canela é um dos romances mais célebres de Jorge Amado e representa um momento de mudança na produção literária do autor. Se numa primeira fase o romancista abordou temas em que a preocupação social sobressaía, posteriormente sua obra caracteriza-se por uma crônica de costumes, deliciosamente marcada por tipos populares, poderosos coronéis e mulheres sensuais. Dona Flor e Tereza Batista, personagens, respectivamente, dos romances Dona Flor e seus dois maridos e Tereza Batista cansada de guerra são figuras típicas dessa fase.
As obras no porto são finalizadas com sucesso. Mundinho e Nacib abrem um restaurante juntos. Contudo, o cozinheiro chamado para trabalhar no novo bar é ameaçado e obrigado a sair da cidade. Sem ter o que fazer, Nacib contrata Gabriela novamente. Apenas algumas semanas depois, os dois voltam a se relacionar. No final, ele admite seus erros por causa do ciúme e por tanto querer mudá-la e acaba perdoando-a.
Se desde o primeiro momento a prosa de Jorge Amado é recheada de tipos característicos que representam a gente da sua terra, a partir de Gabriela o autor reforça ainda mais uma perspectiva popular e não tem medo de abusar da linguagem simples e do tom coloquial na construção de sua narrativa, fato que lhe proporciona cair nas graças do grande público.
"Eu sugiro dois olhares super interessantes sobre a obra de Jorge Amado, sua participação na cultura brasileira e sua dedicação na escrita de livros que refletissem uma visão de mundo ideológica e esteticamente constituída:
O clímax do caso amoroso ocorre quando Nacib flagra Gabriela traindo-o com o padrinho de seu casamento, Tonico Bastos. O desfecho amoroso acontece quando o sírio reconhece seus erros e perdoa sua amada, voltando a viver com ela.
Talvez porque ela risse, Nacib concluiu que não servia. Essa gente vinda do sertão, esfomeada, era capaz de qualquer mentira para conseguir trabalho. Que podia ela saber de cozinha? Assar jabá e cozinhar feijão, nada mais. Ele precisava de mulher idosa, séria, limpa e trabalhadora, assim como a velha Filomena. E boa cozinheira, entendendo de temperos, de pontos de doces. A moça continuava parada, esperando, a fitá-lo no rosto. Nacib sacudiu a mão sem achar o que dizer:
Enquanto isso, Gabriela não se adapta à vida de casada, para a tristeza de seu marido, que pede a anulação da união ao ver a esposa com Tonico Bastos, que foi seu padrinho de casamento.
Já o clímax político e social ocorre quando Mundinho Falcão derrota Ramiro Bastos e se elege, representando a vinda do progresso para o sertão. O desfecho político, por sua vez, acontece quando são rompidos os ciclos de poder do coronelismo e se inicia um período de obras em prol da sociedade.
A segunda metade da segunda parte do livro chama-se “O luar de Gabriela”. É nesta fase que se resolvem todos os conflitos. Josué e Glória assumem sua relação e a moça é expulsa de casa pelo coronel. Na política, Ramiro Bastos morre e a guerra acaba com a vitória de Mundinho Falcão e seus aliados.
Questionada sobre qual mensagem a figura de Gabriela traz de exemplo pra sociedade atual, Franca ressalta que a lembra de ser livre e de uma fala do movimento feminista. "Quando uma mulher negra avança toda a sociedade avança junto com ela. Gabriela circula por Ilhéus espalhando por onde passa a sua experiência sertaneja e sua pulsão de vida como que dizendo: essa terra de riquezas também é minha. A caminhada da luta política das mulheres me parece conter essa essência de Gabriela em Ilhéus: depois que a gente passa a ocupar com nossa força, desejo e liberdade nossos espaços de direito eles nunca mais voltam a ser os mesmos", finalizou.
A narrativa da obra é extremamente envolvente e o leitor promete ficar extremamente curioso com o desenrolar de situações que ocorrem com Gabriela, uma das mais marcantes personagens da literatura clássica brasileira.
A segunda parte chama-se “Gabriela Cravo e Canela”, dando nome ao livro. A primeira metade da segunda parte tem o nome de “O segredo de Malvina” e se passa cerca de 3 meses após o fim do capítulo anterior.
É nesse momento que Nacib encontra Gabriela, que pouco antes de chegar na cidade era uma simples retirante. Assim ela vai à Ilhéus com o intuito de garantir uma vida melhor e mais digna e logo encontra essa possibilidade na oferta do árabe.
Assim, Gabriela se torna a mais nova cozinheira do bar de Nacib, que guarda um pouco de receio no que diz respeito à atuação da moça como sua nova cozinheira. Por isso, duvidando de seus dotes culinários, ele quase não a emprega até que a simplicidade e beleza da moça se tornam bons motivos para levar o árabe a apostar em suas qualidades, que logo são expostas. Nacib percebe que seus pontos positivos vão muito além das habilidades no âmbito gastronômico.
Movido pela necessidade urgente de empregar uma nova cozinheira, Nacib acaba encontrando Gabriela, uma sertaneja retirante que chegava à cidade em busca de trabalho. Meio desconfiado dos reais dotes da moça, Nacib arrisca-se a levar a retirante para o seu bar e logo ficará surpreendido pelos predicados de Gabriela, que vão muito além dos segredos da boa cozinha.
Não passará muito tempo antes que Nacib se apaixone pela liberdade, beleza e sensualidade dessa retirante sertaneja e mais cedo ainda perceberá o fascínio que ela desperta em todos que dela se aproximam. Ciúmes, rompimento e reviravolta tomarão conta de uma narrativa envolvente, recheada de tipos e situações pitorescas em que Jorge Amado nos brinda com Gabriela, um dos personagens mais admirados da literatura brasileira.
A obra Gabriela, Cravo e Canela foi publicada em Portugal e por isso seu português é um tanto quanto diferente do nosso. Porém, devemos destacar que essa é a obra de Jorge Amado com o maior número de traduções em toda a sua trajetória.
O árabe Nacib é dono de um bar e por mais que esteja envolvido com a notícia precisa focar em seus interesses, pois sua cozinheira, Filomena, foi embora morar com o filho, às vésperas de um jantar muito importante.
6 de agosto de 2001
10 de agosto de 1912
1935
Jorge Amado (1912-2001) foi um escritor brasileiro, um dos maiores representantes da ficção regionalista que marcou o Segundo Tempo Modernista. Sua obra é baseada na exposição e análise realista dos cenários rurais e urbanos da Bahia.
Veja a bibliografia do escritor baiano Jorge Amado, que morreu aos 88 anos nesta segunda-feira, em Salvador (BA), de parada cardiorrespiratória. Ele tem 45 livros publicados.
Além disso, Jorge foi capaz de criar alguns dos personagens mais marcantes de nossa literatura. Grandes mulheres, como Don'Ana Badaró, Tieta, Gabriela, Tereza Batista, Dona Flor; e grandes homens, como Pedro Arcanjo, Baldo, Nassib, Pedro Bala, estão na mente de milhões de brasileiros.
Suas principais obras são: “O país do carnaval” (1930), “Suor” (1934), “Mar Morto” (1936), “Capitães da areia” (1937), “Gabriela, cravo e canela” (1958), “A morte e a morte de Quincas Berro d'Água” (1961), “Dona Flor e seus dois maridos” (1966), “Tieta do agreste” (1977), “Farda, fardão, camisola de dormir” (1979) e ...
Paloma Amado Costa
Jorge Amado e suas características literárias
Ao escrever suas obras, Jorge Amado tinha um cuidado maior com a narrativa e não com a estrutura técnica. O autor não demonstrava preocupação com a estrutura literária ou mesmo com as normas de ortografia e gramática, o importante era contar bem a história.
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2- Quanto ao estilo literário de Jorge Amado,pode-se dizer que ele desenvolveu uma arte literária calcada: a) na erudição,com o uso de termos e expressões poucos populares.
Sendo assim, podemos dizer que a poesia modernista não seria diferente disso, muitas vezes eles colocavam situações do cotidiano, para nos fazer entender o que poderia mudar, com relação ao ritmo psicológico, era criada uma linha de raciocínio, e as pontuações revolucionárias era para que acontecesse o choque de quem ...
Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego e Jorge Amado, assim como Érico Veríssimo e Dionélio Machado, são os principais representantes da prosa na segunda geração do modernismo brasileiro.
20 de março de 1953
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
27 de outubro de 1892
Graciliano Ramos (1892-1953) foi um escritor e jornalista brasileiro pertencente à segunda fase do modernismo, denominada de fase de consolidação (1930-1945).
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Caetés
Graciliano Ramos (1892-1953) nasceu na cidade de Quebrangulo, tembém em Alagoas, foi romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista. É autor de livros clássicos como Vidas Secas, São Bernardo e Memórias do cárcere.
Eles viveram em meio a um abundante palmeiral que constituía a vegetação local, razão pela qual o nome do município passou a ser Palmeira dos Índios. Conhecida como a Princesa do Sertão, Palmeira dos Índios tem também sua origem ligada à lenda do casal de índios Tilixi e Tixiliá.
Lista de prefeitos de Palmeira dos Índios