O que é felicidade? Provavelmente, cada pessoa que resolver responder a esta pergunta apresentará uma resposta própria, pois a felicidade, num certo sentido, é algo individual, pessoal e intransferível. Por outro lado, há uma ideia de felicidade que pertence ao senso comum e é compartilhada pela esmagadora maioria das pessoas: felicidade é ter saúde, amor, dinheiro suficiente, etc. Além disso, a ideia de felicidade não é uma coisa recente. Com certeza, ela acompanha o ser humano há muito tempo e faz parte de sua história.
Percebemos que as concepções dos filósofos antigos diferem muito das concepções de felicidade do mundo contemporâneo, onde a pessoa feliz é quem pode comprar coisas, ou o que aparece mais vezes na tela da TV, smartphones e computadores dos outros; onde a pessoa feliz é aquela que está com o cartão de crédito na mão, a pessoa que consome e assim se torna parte da globalização.
Existem diversas perspectivas sobre o BES, oriundas de estudos e considerações de muitos psicólogos. Na atualidade, ele é definido como uma categoria de fenômenos que afeta as respostas emocionais e o domínio da satisfação.
Foi a filosofia que rompeu com essa visão pessimista e procurou estabelecer orientações para que o homem procurasse a felicidade. Demócrito de Abdera (aprox. 460 a.C./370 a.C.) julgava que a felicidade era “a medida do prazer e a proporção da vida”. Para atingi-la, o homem precisava deixar de lado as ilusões e os desejos e alcançar a serenidade. A filosofia era o instrumento que possibilitava esse processo.
Muitos cientistas sociais e psicológicos atribuem a felicidade principalmente a dois elementos: o equilíbrio emocional e os níveis de satisfação. O primeiro diz respeito à quantidade de emoções e humores positivos vivenciados por uma pessoa. Já o segundo refere-se à quão satisfeita essa pessoa se encontra com a sua vida.
Por conta disso, esses três elementos devem fazer correspondência ao contexto de vida de cada indivíduo. Tomando-os como pressuposto, para analisar o seu nível de felicidade, você pode se fazer as três perguntas abaixo:
Em algum momento da vida, fazemos os mesmos questionamentos para aliviar incertezas sobre a condição humana e o futuro. Todavia, existe uma resposta satisfatória para todas as pessoas, independente de valores e crenças pessoais e religiosas?
Com isso, sempre é cativante compreender como os povos antigos concebiam a felicidade, em especial os filósofos antigos do mundo grego, tais como Sócrates, Platão e Aristóteles, esses que são os patriarcas da filosofia ocidental.
Agradecer pelos elementos bons presentes em sua vida com constância é uma estratégia simples para elevar o humor e renovar a sua perspectiva sobre ela. Pratique a gratidão especialmente nos dias que sentir que nada dá certo. Logo, você vai perceber tudo o que já conquistou e sentir-se melhor.
Para os filósofos antigos a felicidade é algo que não pode ser comprado, pois é autoconhecimento, é agir de acordo como o Bem e a Justiça Eterna, ou agir de forma ética em uma medida, em todas as ações humanas.
Depois de Alexandre, no mundo grego ou helênico, desenvolveram-se três escolas filosóficas que vão se estender até o fim do Império romano, as chamadas filosofias helenísticas. Todas elas, por caminhos diferentes, chegam a conclusão de que, para ser feliz, o homem deve ser não só autossuficiente, mas desenvolver uma atitude de indiferença, de impassibilidade, em relação a tudo ao seu redor. A felicidade, para eles, era a “apatia”, palavra que, naquela época, não tinha o sentido patológico que tem hoje.
Uma pessoa pode ter vivências incríveis, mas alimentar o tédio, a insatisfação e o medo. Assim, não consegue aproveitar as oportunidades que vão ao seu encontro. Por outro lado, outra pessoa pode viver em um ambiente estressante e, ainda assim, encontrar motivos para sorrir. Ela consegue fazê-lo através da esperança e do bom humor.
Com o fim do mundo helênico e o advento da Idade Média, a felicidade desapareceu do horizonte da filosofia. Estando relacionada à vida do homem neste mundo, ela não interessou aos filósofos cristãos como Agostinho de Hipona (354 d.C./430 d.C.), Anselmo de Canterbury (1033/1109) ou Tomás de Aquino (1225/1274), todos santos da Igreja católica. Para a filosofia cristã, mais do que a felicidade, o que conta é a salvação da alma.
Ao tomar ciência tanto das emoções predominantes em seu dia a dia quanto das suas impressões sobre viver e estar vivo é possível identificar se de fato sabe o que é felicidade para você.
Então, pergunte-se quais fatores lhe causam alegria e sensações boas e traga-os para a sua vida. Tome cuidado para não utilizá-los como mecanismos de gratificação, pois você pode se tornar dependente deles.
A felicidade é formada por diversas emoções e sentimentos, que pode ser por um motivo específico, como um sonho realizado, um desejo atendido, ou até mesmo pessoas que são conhecidas por estarem sempre felizes e de bom humor, em que não é necessário nenhum motivo específico para elas estarem em um estado de felicidade.
O otimismo também ajuda a combater o enfraquecimento do sistema imunológico e enfermidades causadas pelo estresse.
Não há dúvida de que, entre os séculos 10 a.C. e 5. a.C, o pensamento grego tende a considerar os maus demônios mais frequentes do que os bons e apresentar uma visão pessimista da existência humana. Não é por acaso que os gregos inventaram a tragédia. Uma expressão radical desse pessimismo nos é fornecido por um velho provérbio grego, segundo o qual “a melhor de todas as coisas é não nascer”.
Mais recentemente, em 1989, o filósofo espanhol Julián Marías também dedicou ao tema um livro notável, “A felicidade humana”, em que estuda a história dessa ideia, da Antiguidade aos nossos dias, ressaltando que a ausência da reflexão filosófica sobre a felicidade no mundo contemporâneo talvez seja um sintoma de como esse mesmo mundo anda muito infeliz.