Para o secretário de Cultura de Goiás, o também escritor Edival Lourenço, a importância de Cora vai além da literatura. "Ela é uma personalidade muito significativa até por sua trajetória de vida. Por suas ideias e comportamento, Cora Coralina foi uma mulher bem à frente de seu tempo", disse.
Resposta: No dossiê de tombamento, a imagem de Cora Coralina, seus textos em verso e prosa, são usados para descrever a antiga capital. Nele, Cora é tomada como símbolo de Goiás, como um de seus elementos mais importantes.
Cora Coralina (1889-1985) foi uma poetisa e contista brasileira. ... Ana Lins dos Guimarães Peixoto conhecida como Cora Coralina, nasceu na cidade de Goiás, no Estado de Goiás, no dia 20 de agosto de 1889.
Sua vida foi marcada por muito trabalho, da culinária ao roçado. Em 1956, regressou à Cidade de Goiás para inventariar os bens da família. "Não tinha a intenção de permanecer; tinha a intenção de matar saudades velhas e carregar saudades novas", dizia Cora Coralina.
Cora Coralina é um dos destaques do movimento modernista. A autora rompeu barreiras estéticas e criou uma literatura que abordou o cotidiano e deu voz aos marginalizados.
Um dos poemas mais conhecidos de Cora é Aninha e Suas Pedras. Nele vemos um eu-lírico disposto a dar conselhos ao leitor, criando com a audiência um espaço de intimidade e partilha. A linguagem informal e coloquial pode ser percebida no tom de oralidade da escrita.
A poetisa Cora Coralina é considerada por estudiosos e especialistas em sua obra como uma mulher forte e libertária. Embora não tenha incorporado o discurso feminista, a forma como ela se impôs na sociedade machista e conservadora em que vivia fez com que também pudesse ser estudada sob a perspectiva de gênero.
Uma síntese da literatura goiana (ou da literatura brasileira feita em Goiás, como muitos preferem) para ser justa, tem de começar pelo reconhecimento, sem ranço de ufanismo, da expressividade e qualidade do que aqui se escreve e publica.
Durante a maior parte de sua vida foi doceira. Com dezenove anos, criou o jornal de poemas femininos "A Rosa", ao lado de suas amigas: Leodegária de Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana. A partir daí, começa a escrever contos e crônicas com o pseudônimo Cora Coralina. ... Em 1910, Cora publicou o conto " Tragédia na Roça".
Além de escrever, Cora Coralina, de volta a Goiás e já viúva, fazia doces para vender. Seu primeiro livro foi publicado em 1965, quando a autora tinha 75 anos. Mas só foi reconhecida aos 91 anos, quando o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu um artigo sobre ela para o Jornal do Brasil, em 1980.