"A cultura do cancelamento pode fazer parte dos fatores de risco para a saúde mental. E neste sentido, pode se tornar gatilho para o agravamento de transtornos mentais, desde ansiedade, depressão, pânico com ou sem consumo de substâncias, entre outros aspectos.
Antes dos protestos do movimento Black Lives Matter, a cultura do cancelamento surgiu com o #MeToo, que desde 2017 denuncia o assédio sexual e o abuso de homens poderosos contra as mulheres.
Partindo disso, respeito e complacência com as palavras usadas são os melhores meios para reduzir essa cultura de cancelar o próximo. Ademais, é importante salientar que a Constituição de 1988 confere o direito a segurança.
A cultura do cancelamento é um tema que divide opiniões entre os favoráveis e os contrários à prática virtual. Alguns acreditam que esse tipo de manifestação nas redes sociais são formas de expor autoridades e figuras públicas privilegiadas e protegidas por seu status social.
Por outro lado, a cultura do cancelamento traz a oportunidade para que as pessoas entendam questões sociais, já que ela abre espaço para discussão desses temas em vários grupos. Além disso, debater sobre esses problemas da sociedade na internet é uma chance de constituir novas mobilizações e melhorar as redes sociais.
E, quanto mais a gente aprender e quanto menos a gente cancelar, entender que elas podem mudar, a gente vai ter uma dinâmica de convivência mais saudável e menos polarizada. A cultura do cancelamento é uma cultura de polarização, bom e mal, certo e errado, e tudo isso é muito nocivo para nossa vida social.
Para não ser cancelado, é fundamental entender o que se pretende como resultado. Assim é possível realizar o ajuste comportamental necessário para a vitória contra esta cultura. *Osmar Bria é autor dos livros "A Fórmula do Voto" e "Mulher, Emoção e Voto". Realiza treinamentos com partidos e candidatos de todo o país.
Como muitas coisas na vida, a cultura do cancelamento tem pontos positivos e negativos. "Como ponto positivo, a cultura do cancelamento pode significar a reação e indignação das pessoas em relação à atos e fatos criminosos como racismo e outras formas de preconceitos, por exemplo, que antes passavam despercebidas.
O movimento hoje conhecido como "cultura do cancelamento" começou, há alguns anos, como uma forma de chamar a atenção para causas como justiça social e preservação ambiental. Seria uma maneira de amplificar a voz de grupos oprimidos e forçar ações políticas de marcas ou figuras públicas.