As punições incluíam o chicote, as máscaras de flandres, o tronco, entre outras, mas eram raras, porque afetavam o rendimento do escravo e, de quebra, o do engenho. A situação dos escravos não era a mesma em todo o país.
No trabalho, os escravos usavam instrumentos da profissão para fazer música: o chocalho como acompanhamento de peças pesadas era comum. ... Duelos de trabalho, notadamente, entre as raspadeiras de mandioca, que se desafiavam sentadas nas tulhas e casas de farinha eram outra maneira de se divertir trabalhando.
Após setembro de 1871, as crianças que nasceram de ventres escravos ganharam a condição de livres, mas, apesar dessa condição, continuaram a viver dentro das escravarias junto com seus familiares cativos.
Os escravos praticamente sempre dormiam em palha ou em chão duro de terra batida. Os homens viviam separados das mulheres e das crianças. ... Muitas vezes, os escravos eram acorrentados dentro das senzalas para se evitar as fugas. Costumavam ser rústicas, abafadas (possuíam poucas janelas) e desconfortáveis.
Os servos usavam geralmente apenas uma camisa longa ou, os mais afortunados, calções para cobrir o corpo. Andavam, portanto, seminus. As mulheres usavam saias e blusas muito largas, com o tronco à mostra. Sempre de tecidos rústicos.
Trazidos da África para trabalhar na lavoura, na mineração e no trabalho doméstico, os escravos eram alojados em galpões úmidos e sem condições de higiene, chamados senzala. Além disso, eles viviam acorrentados para evitar fugas, não tinham direitos, não possuíam bens e constantemente eram castigados fisicamente.
A farinha de mandioca era a base da alimentação dos escravos. ... A alimentação do escravo numa propriedade abastada compunha-se de canjica, feijão-negro, toucinho, carne-seca, laranjas, bananas e farinha de mandioca. Igualmente, entre as classes populares comia-se farinha de mandioca, laranjas e bananas.
Inclusive se referiam aos negros como animais ou bestas, a mulher escrava passava de "grávida" a "prenhe", e seus filhos eram, então, chamados de "crias".
Nas cidades, as chamadas mães pretas não trabalhavam apenas para seus senhores. Quando não havia em suas propriedades uma cativa que tinha acabado de se tornar mãe, as famílias ricas recorriam ao aluguel de escravas lactantes. Essas mulheres trabalhavam como amas de leite para mais de uma família ao mesmo tempo.
A vida de um escravo era dura e era marcada pela violência dos senhores e das autoridades coloniais. A jornada diária de trabalho poderia se estender por até 20 horas por dia e o trabalho no engenho era mais pesado e perigoso que trabalhar nas plantações.