ALFALETRAR é um neologismo: reúne dois processos que se desenvolvem simultaneamente, alfabetizar e letrar, alfabetização e letramento. Talvez já nem seja mais um neologismo, pois já vem sendo usado com frequência e naturalidade nos contextos da educação, particularmente da aprendizagem inicial da língua escrita.
Trata-se de um processo que tem início no nascimento, com crianças que nascem em sociedades letradas, e prolonga-se por toda a vida, com a crescente possibilidade de participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.
O letramento é um fenômeno de cunho social e salienta as características sócio- históricas da aquisição de um sistema de escrita por um grupo social. Segundo Magda Soares (2003), uma das primeiras menções feitas ao termo letramento ocorreu no mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística (1986) por Mary A.
Aprender a ler significa apropriar-se de um objeto linguístico — a língua escrita — complexo e abstrato, um sistema de representação convencional e em grande parte arbitrário, que demanda de quem aprende operações cognitivas de diferentes naturezas, por sua vez dependentes dos estágios de desenvolvimento do aluno.
Para os métodos de alfabetização tradicionais, a aprendizagem da língua escrita é um processo de acumulação de informações transmitidas pelo(a) professor(a) e assimiladas de forma passiva pelo(a) aprendiz.
O ensino da língua escrita pode partir da pré-escola, conforme propõe Vygotsky (1998), pois crianças mais novas são capazes de descobrir a função simbólica da escrita. ... O ensino tem que ser organizado de forma que a leitura e a escrita se tornem necessárias às crianças e que tenha significado para elas.