Músicas presas dentro da cabeça não caracterizam alucinações, podem ser características de pensamentos obsessivos, que sim, podem ser amenizados com acompanhamento psicológico e, se necessário, psiquiátrico.
Segundo a ciência, ouvir é o ato proveniente da atividade desempenhada pelo sistema auditivo que, por sua vez, capta as vibrações sonoras produzidas pelo ambiente onde o indivíduo se encontra.
Diferentes tipos de música despertam diferentes emoções e evocam lembranças, provocando uma série de respostas no corpo humano. Assim, escutar música não é apenas lazer: a música pode ter efeitos terapêuticos e ser parte das estratégias de estímulo de áreas do cérebro que despertam os potenciais de aprendizagem.
Embora não esteja claro exatamente qual mecanismo aciona o imaginário musical involuntário, como é chamado o fenômeno, sabe-se que a combinação de fatores emocionais com a memória é que dá margem para o surgimento de músicas que se repetem por horas ou mesmo dias na mente.
Esse fenômeno irritante, que faz com que fiquemos repetindo mentalmente músicas, é chamado de earworm ("minhoca de ouvido"), termo criado pelo professor James Kellaris, da Universidade de Cincinnati. Quando estamos desocupados ou distraídos, basta pensar rapidamente numa música para o fenômeno acontecer.
Ouvir vozes é uma alucinação auditiva que pode ou não estar associada com um problema de saúde mental. É o tipo mais comum de alucinação em pessoas com distúrbios psicóticos como a esquizofrenia.
A reação química que temos a uma música emocionante é parecida com o que sentimos em outras tarefas essenciais, como comer ou fazer sexo: uma injeção de dopamina que percorre o corpo. Por isso, o arrepio musical é chamado pelos neurocientistas de "orgasmo na pele".