O que acontece é que não nos recordamos dos nossos sonhos. Quando um indivíduo não sonha, ou seja, não atinge a plenitude do seu ciclo de sono, é porque sofre de distúrbios do sono. Este é interrompido várias vezes e não se completa, daí uma redução da fase REM.
E sonhar quer dizer que você conseguiu entrar em fase profunda do sono, que requer um sono minimamente prolongado e não interrompido e geralmente ocorre em quem está com a saúde preservada. Então sim, sonhos geralmente indicam um sono profundo e saudável.
Segundo ela, pessoas que sofrem de distúrbios do sono, como narcolepsia, podem ter dificuldade de diferenciar a vida de quando estão acordadas e dormindo, e isso pode deixá-las confusas e constrangidas. "Há também pessoas que se lembram muito bem dos sonhos e começam a exportar essas lembranças para o seu dia a dia."
O sonho integra um complexo fisiológico e se acredita que é importante para a consolidação da memória e a execução de muitas atividades mentais. Em todas as espécies animais, quanto mais jovem o indivíduo, maior tende a ser a quantidade de sono REM e de sonhos.
Sonhamos toda santa noite, várias vezes, e isso acontece porque o sono é cíclico. Pesquisas com exames de eletroencefalograma mostram que temos de cinco a seis ciclos de sono e cada ciclo passa pelas fases 1, 2, 3 e REM. Quando atingimos a fase REM, sempre temos pelo menos um sonho.
O que pode estar na origem do sonhar muito? "Podem ser problemas psicológicos, como stress pós-traumático, ansiedade, depressão, mas também problemas orgânicos, como o excesso de fase REM (Rapid Eyes Mouvement), fase do sono em que se sonha mais.
"Pode surgir pelos maus hábitos ou como sintoma de várias doenças, entre elas a apnéia, transtorno bipolar, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e a depressão", alerta a neurologista Anna Karla Smith, do Instituto do Sono, ligado a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).