Hoje, 30 de janeiro, marca 53 anos desde que ocorreu a maior ofensiva coordenada da Guerra do Vietnã. Naquele 1968, o cenário foi tomado pelo caos.
Na data, ocorriam as comemorações do Ano Novo Lunar, o Tet, conforme a cultura local. A escolha é justificada pelo fato de que no feriado, muitos soldados do ESV estariam de folga, além de que as fortes chuvas impediriam o exército americano de realizar ataques aéreos.
No fim, algumas das expectativas do governo de Hanói foram frustradas, já que o povo do sul não apoiou a ofensiva, demonstrando que os vietcongues não contavam com a simpatia de uma boa parte da população, e as Forças Armadas sul-vietnamitas não se esfacelaram como o previsto, pelo contrário, teve uma atuação considerada excelente pelo comando aliado. As baixas fatais do ENV e vietcongues chegou a 30.000 homens, enquanto o ESV e os americanos tiveram cerca de 11.000 baixas. Calcula-se que 550.000 civis tenham perdido a vida, sem contar um sem número de cidades arrasadas pelos combates e pelos ataques aéreos. Mas politicamente, os comunistas acumularam ganhos que seriam decisivos para o desenrolar da guerra.
Por outro lado, LE DUAN (e as demais lideranças que comungavam de seu ponto de vista) apostava que o ponto fraco dos EUA era sua frente interna, ou seja, a opinião pública (em uma concepção de Guerra Informacional, combinada com ações militares regulares e irregulares, caracterizando um Conflito Híbrido). Para romper o impasse, foi convocada em Hanói, em julho de 1967, uma reunião cujo objetivo era traçar uma estratégia que retomasse a iniciativa do conflito em favor do Vietnã do Norte. O resultado desta reunião ficou claro no ano seguinte, quando, surpreendentemente, as forças americanas foram confrontadas pela ação dos guerrilheiros vietcongs, apoiados pelo Exército do Vietnã do Norte (EVN).
Nicolás Maduro ignora até os apelos de velhos aliados, como Lula, que, em entrevista coletiva no fim de semana, durante a COP-28, em Dubai, pediu “bom senso” e deixou claro que a disputa. Ele disse que vai visitar a Guiana em 2024.
“Tiraram o presidente da Guiana do cargo, porque ontem ele disse que os EUA têm as tropas prontas para fazer uma guerra contra a Venezuela”, afirmou Maduro na noite de segunda-feira (4). “Fazem uma promessa à Guiana, encorajam-na a fazer uma provocação contra a Venezuela e depois a deixam sozinha. Aconselho os EUA [a ficarem] longe daqui. Deixem que Guiana e Venezuela resolvam esse assunto em paz. Fora daqui”, declarou Maduro em seu programa na TV estatal venezuelana.
-Voluntários da Morte: surgidos em 1951, ainda na guerra contra os franceses, seus membros se prontificavam a realizar as missões mais perigosas, quase sempre com a perspectiva de morte certa, daí o nome do grupo. Estes soldados do Exército Popular de Libertação do Vietnam chegavam a se acorrentar a uma árvore, na certeza de manter sua posição de fogo a todo custo, fazendo com que o inimigo só conseguisse seguir adiante, passando literalmente sobre o seu cadáver.
Excetuando os combates em Huế (antiga cidade imperial) e em Khe Sahn, os combates terminaram em cerca de uma semana, iniciando-se então um balanço da ofensiva. Para os governos do Vietnã do Sul e dos EUA, havia sido uma vitória política a não adesão da população aos atacantes, demonstrando o isolamento dos vietcongs. No campo militar, também foi uma vitória a resistência do EVS, abrindo a perspectiva de uma “vietnamização” do conflito, com a retirada dos EUA da linha de frente da guerra, o que viria a ter início em janeiro de 1973.
Assim, este 52º aniversário marca um marco importante e uma ocasião adequada para oferecer uma retrospectiva sobre a batalha que se tornou o ponto de viragem da Guerra do Vietnã. Em nossa edição especial do 52º aniversário do Tet da Vietnã Revista, partimos do nosso formato usual para oferecer aos nossos leitores uma análise aprofundada do Tet, juntamente com relatos de testemunhas oculares de homens que estiveram no terreno. O professor (tenente-coronel, aposentado) Jim Willbanks, autor de uma história aclamada pela crítica do Tet, oferece novos insights sobre a falha de inteligência do Tet, não apenas do lado aliado, mas também do lado comunista. Também repetimos um artigo perspicaz de Vietnã O editor fundador, o falecido Coronel Harry Summers, escrito para o 25º aniversário do Tet. O relato de uma testemunha ocular do ataque VC à Embaixada dos Estados Unidos do ex-repórter da ABC, Don North, examina o forte impacto psicológico que o ataque fracassado teve na percepção do público sobre o Tet.
É difícil acreditar que 52 anos se passaram desde o início da Ofensiva do Tet. Para aqueles de nós que estavam lá, parece que foi ontem que fomos alertados pela primeira vez nas primeiras horas da manhã - no meio da noite, na verdade - de 31 de janeiro de 1968. Algo grande estava acontecendo. A maioria dos generais e comandantes seniores provavelmente tinha uma noção de quão grande era, mas para aqueles de nós nas unidades de linha era apenas uma questão de selar e partir.
Entre o ENV e os vietcongues cerca de 30 mil homens perderam suas vidas ao longo do combate. Já entre o ESV e os americanos houve em torno de 11 mil baixas. Contudo, o número de civis mortos foi muito mais elevado, com 550 mil mortes.
Se houve um único grande perdedor na Ofensiva do Tet, foi o vietcongue. Os guerrilheiros do Sul lideraram os principais ataques e sofreram as maiores baixas. A infraestrutura da guerrilha, tão cuidadosamente desenvolvida ao longo de muitos anos, foi dizimada com um único lance de dados. Daquele ponto em diante, a Segunda Guerra da Indochina foi inteiramente comandada pelo Norte. Os VC nunca mais foram uma força significativa no campo de batalha. Quando o Vietnã do Sul finalmente caiu em abril de 1975, estava nas mãos de quatro corpos do NVA.
No entanto, não há registro de que o Irfaan Ali tenha feito declarações sobre ajuda militar americana. Tampouco há informações sobre a mobilização de tropas dos EUA para apoiar a Guiana.
A chave para o plano de Giap era o conceito da Ofensiva Geral, emprestado da doutrina comunista chinesa. Após a Ofensiva Geral, com um golpe duplo, viria a Revolta Geral, em que o povo do Sul se uniria à causa comunista e derrubaria o governo de Saigon. A Revolta Geral foi um elemento distintamente vietnamita do dogma revolucionário.
- Trilha Ho Chi Minh:Uma rede de caminhos, atravessando vales e cadeias de montanhas de mais de 1.000 de altitude no leste do Laos, foi a principal rota de abastecimento do Vietnam do Norte para o sul. Teve importância tão grande no rumo do conflito, que sem ela o desfecho seria outro. Sob a coordenação do General Vo Nguyen Giap, um mestre em logística militar, o transporte de suprimentos superou obstáculos quase intransponíveis e o fluxo jamais foi interrompido, a despeito da intensa vigilância e dos constantes ataques aéreos da Força Aérea americana.
Após sete dias de luta encarniçada contra 4.000 comunistas, com o emprego de cinco batalhões americanos e milhares de soldados do ESV, Saigon foi retomada. Nesta mesma semana, cidade após cidade foi sendo reconquistada, em meio a combates em que o inimigo resistia até o limite de suas forças. Em determinadas situações, a Força Aérea foi obrigada a bombardear áreas urbanas inteiras a fim de desalojá-los. A recuperação da cidade imperial de Huê exigiu a participação de uma divisão do ESV e de três batalhões de marines, em lutas a curta distância, de casa em casa, que deixou um rastro de sangue entre a população civil e a destruição de um patrimônio histórico até então intacto.
A maioria de nós que lutou no Tet há 52 anos, quando eram muito jovens, agora está prestes a atingir a terceira idade. Nossos camaradas que eram de cinco a dez anos mais velhos naquela época são agora velhos, mais ou menos a mesma idade que os veteranos da Primeira Guerra Mundial teriam quando éramos crianças na década de 1950. Nossos líderes seniores, aqueles que foram veteranos da Coréia e da Segunda Guerra Mundial, são agora positivamente antigos - aqueles que têm a sorte de ainda estarem conosco.