Muitas pessoas têm a tendência de acreditar que “só mais um pouco”, “só mais um tempo”, “só mais uma cerveja” ou “só mais uma palavra” não vai fazer mal a ninguém. Porém, não percebem que esse “só mais…” pode fazê-las ultrapassar uma fronteira que talvez não tenha volta. É a árdua tarefa de impor limites.
Quando nos sentimos seguros com uma pessoa, não precisamos ficar na defensiva, porque há pouco a defender. Quando nos sentimos tratados de maneira consistente com respeito e bondade, podemos relaxar internamente com uma pessoa. Como confiamos que nosso parceiro ou amigo tem a intenção e capacidade de ver quem realmente somos - para nos ouvir e entender, mesmo que às vezes falhem -, relaxamos cada vez mais com eles, o que fortalece a confiança e constrói a intimidade.
Consolar alguém que está triste pode fazer com que você se sinta impotente. Na maioria das vezes, você não consegue fazer nada para ajudar a pessoa. Porém, o simples fato de estar disponível e disposto a ouvi-la é o passo mais importante a ser dado.
Infelizmente, muitas vezes há uma lacuna entre o amor que sentimos em nosso coração e a intimidade emocional que experimentamos com alguém. A conexão que desejamos pode parecer tão próxima, por isso continuamos tentando, mas pode permanecer tristemente evasiva. É enlouquecedor quando você ama alguém, mas não experimenta a confiança e a segurança necessária para o relacionamento prosperar. Essa segurança emocional é uma base essencial para um relacionamento íntimo.
Existem muitas maneiras possíveis de nos proteger quando não nos sentimos seguros. Podemos nos proteger desligando e mantendo-nos distantes; podemos minimizar o contato com um parceiro ou amigo., ou podemos nos tornar críticos dos outros antes que eles tenham a hipótese de nos criticar, então viramos a mesa defensivamente quando eles expressam alguma insatisfação.
Pode haver momentos em que não nos sintamos emocionalmente seguros devido a nossas próprias feridas não curadas de relacionamentos passados, seja em nossa família de origem ou em parcerias passadas.
Construir um relacionamento confiante e não defensivo exige que damos a outro o que nós mesmos desejamos. O amor pede um compartilhamento recíproco — estendendo-se para o mundo alheio de uma maneira que permita que eles se sintam emocionalmente seguros conosco. Apreciar a bela dança da intimidade - o caminho do" amor indefeso, — requer duas pessoas autoconscientes e indefesas que são emocionalmente honestas consigo mesmas e entre si.
Em condições normais, ninguém precisa ser agressivo para estabelecer limites, mas não é possível se deixar capturar pelos medos e deixar perpetuar as situações abusivas.
Quando nos sentimos emocionalmente seguros, nos sentimos relaxados internamente com uma pessoa. Nossa guarda está abaixada e nossos escudos não sobem quando interagimos. Sentimos a liberdade de ser autênticos, o que inclui expressar nossas mágoas, descontentamentos e anseios, sem medo de sermos criticados ou envergonhados.
E, assim, vamos colecionando medos e raivas. Sim, a raiva toma conta porque acreditamos que a pessoa deveria perceber que está sendo grosseira, que está sendo invasiva, agressiva, explorando a boa vontade alheia, sendo mal educada, e por aí vai.
As outras pessoas podem ficar chateadas? É uma questão de escolha: “quem escolho para ficar chateado, eu ou o outro?” Ora, se você suporta a chateação, por que o outro não suportaria? Ou você acha que só você tem que lidar com os dissabores da vida? Não se preocupe, o outro vai sobreviver a sua escolha!
A hora de dizer “basta” é a hora em que reconhecemos que não estamos felizes com nosso jeito de agir. Quando compreendemos nossas razões a mudança é mais tranquila. E se for necessário buscar ajuda profissional para fazer essa transição com segurança, para reforçar sua autoestima e aprender a exercitar uma nova maneira de estar na vida, busque ajuda.
Cada um tem uma tábua de flexibilidade muito particular. O que para mim pode representar comportamento invasivo, para outra pessoa pode ser absolutamente normal.
Sobre o sucesso conjugal, um dos quatro fatores que levam a relacionamentos problemáticos é a defensividade (com críticas, desprezo e impedimento). Nós nos defendemos dos sentimentos dolorosos que podem perfurar nosso coração se formos culpados, julgados, envergonhados ou rejeitados. Manter essa parede invisível se torna uma barreira que não permite que nosso coração permaneça aberto.
De toda forma, tenha em mente que a vida o trata da mesma forma que você se trata. Quando você aprender a se respeitar, terá aprendido a impor limites nos outros e em si mesmo.
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É claro que ninguém é perfeito, e é muito mais fácil perceber as imperfeições dos outros do que identificar as nossas. É inevitável que a confiança seja quebrada, mesmo nos melhores relacionamentos. Mas a segurança emocional pode ser restaurada se duas pessoas encontrarem a coragem e a vontade de resolver a brecha através de um diálogo aberto e não defensivo. A abordagem da comunicação não violenta de Marshall Rosenberg é uma maneira eficaz de trazer boas habilidades de comunicação para nossos relacionamentos íntimos.
Muitas vezes, a nossa teimosia em querer acreditar que um dia as outras pessoas vão se dar conta de que suas atitudes nos causam desconforto faz com que permaneçamos numa eterna espera por algo que provavelmente nunca vai acontecer.
Não existem fatos específicos que descrevam o que venha a ser abuso e passível de imposição de limites.