Sabe aquele gesto feio que todo mundo adora fazer? Por que será que ele é considerado uma ofensa? Acompanhe a matéria e entenda porque mostrar o dedo do meio é um ato condenado em vários países pelo mundo.
A Guerra dos Cem Anos teve início no final da década de 1330 por iniciativa do rei inglês, Eduardo III (1312-1377). Depois de avanços e recuos, o conflito teve finalmente fim em 1453, após a batalha de Castillo, quando Henrique VI (1421-1471), trineto de John of Gaunt, filho mais novo de Eduardo III, ocupava o trono de Inglaterra.
No Brasil, embora o gesto seja reconhecido como ofensivo, não há uma legislação específica que proíba mostrar o dedo do meio. No entanto, se o gesto resultar em uma altercação ou perturbação, pode haver consequências legais sob as leis de perturbação da paz ou difamação. A mesma liberdade pode não existir em países do Oriente Médio, por exemplo, onde o gesto pode ser interpretado como uma ofensa séria e passível de crime.
Segundo o antropólogo Desmond Morris, o dedo do meio é a metáfora perfeita: “O dedo simboliza o pênis e os dedos nas laterais seriam como se fossem os testículos”. Achou a comparação meio sem noção?
Por isso, a partir de então, músicos passaram a mostrar o dedo do meio como forma de se posicionar contra o sistema vigente, tanto no âmbito econômico como no âmbito político.
Fontes: BBC, Mega Curioso, Guia Emoji.
Referindo-se a esta última, Anne Curry, autora de um livro sobre esta batalha, escreveu, de acordo com a Reuters, que nenhuma crónica refere que os ingleses tenham mostrado o dedo do meio aos franceses ou que os arqueiros tenham ficado sem o seu dedo por ordem do rei francês. O mais provável é que o gesto tenha tido origem na Roma Antiga, onde, aliás, nasceu a maioria dos palavrões usados hoje em dia.
Os primeiros registros escritos acerca desse costume aparecem no ano de 423 a.C., quando o grego Aristófanes, um poeta da época, escreveu a peça “As nuvens”. Em um dos diálogos da obra, o personagem Estrepsíades acaba fazendo a comparação, em meio a uma piada, entre o dedo do meio e o pênis. Tal ofensa, então, teria chegado da Grécia à Roma, onde passou a ser conhecida como “digitus infamis”, ou dedo obsceno.
Isso porque esses animais, na hora da briga e para marcar território, não perdem tempo e mostram o pênis para seus oponentes. Dessa forma, o dedo do meio parece ser uma forma mais civilizada e polida de fazer o mesmo gesto de “poder”.
Mais antigo que qualquer um de nós poderia imaginar, o gesto de erguer o dedo do meio para outra pessoa, segundo os estudiosos, pode ter a ver com um costume bastante comum entre os macacos.
A primeira menção escrita do dedo do meio como uma forma de insulto data de 423 a.C. na peça “As Nuvens”, do poeta grego Aristófanes. Nela, o personagem Estrepsíades faz uma piada comparando o dedo do meio ao pênis.
Levantar o dedo do meio para uma pessoa acabou se tornando uma das ofensas mais populares mundialmente. Porém, você sabe o que ele representa? Em entrevista para a BBC, o antropólogo Desmond Morris explicou que o ato é uma clara representação do órgão genital masculino.
Basicamente, tudo começou na pré-história. Antropólogos sustentam que “homens das cavernas” mais agressivos mostravam o pênis ereto aos seus inimigos como uma forma de intimidá-los.
A vitória de Inglaterra deveu-se ao uso do “longbow”, um arco longo, tipicamente inglês. O cronista medieval francês Jean Froissart, autor de uma importante obra sobre a primeira metade da Guerra dos Cem Anos, escreveu, segundo Simon Jenkins, autor de Uma Breve História de Inglaterra, que as setas inglesas eram disparadas com tal “força e rapidez que parecia que nevava” em Crécy.
A Batalha de Crécy (26 de agosto de 1346), no norte de França, é um dos episódios mais famosos da Guerra dos Cem Anos. A batalha, resultante da primeira grande invasão do território francês por Eduardo III, chocou os líderes europeus, porque o exército inglês, em muito menor número, foi capaz de derrotar o francês, um dos mais poderosos do mundo ocidental, refere a enciclopédia Britannica.
Os emojis, sem dúvida, já fazem parte importante da nossa comunicação atual. Dessa forma, a cada atualização de sistema operacional ou de aplicativos de smartphones surgem mais e mais desses ícones para facilitar e para acrescentar na linguagem.
Se por um lado é verdade que os ingleses obtiveram uma grande vitória em Crécy, por outro não existem evidências de que os vencedores tenham mostrado o “dedo do meio” aos perdedores depois de esta ou de outra batalha da Guerra dos Cem Anos (existe a mesma “lenda” relativamente à Batalha de Agincourt).
Com o passar dos séculos, vários países do mundo incorporaram o gesto para suas respectivas culturas. Tornando assim o dedo do meio quase uma unanimidade na hora de ofender alguém ao redor do mundo. Porém, certos povos tem versões diferentes de como se ofender.
Para se ter ideia de como o movimento feito com os dedos já era algo marcante no passado, os romanos inclusive criaram um termo para explicá-lo: digitus impudicus, que pode ser traduzido para algo como “dedo indecente”. Registros mostram que esse termo já aparecia na literatura desde o início do século I d.C.
Na América do Sul, por exemplo, os macacos-de-cheiro machos são conhecidos por mostrar seus pênis eretos aos adversários como forma de insultá-los. Além disso, algumas regiões do mundo possuem suas próprias adaptações, como é o caso de França e Inglaterra ambas com gestos obscenos um pouco distintos.
Porém, não apenas para imprimir esse tipo de insatisfação os artistas mostram o dedo do meio, existem diversos episódios de celebridades que exibem seus aborrecimentos por meio desse gesto. Alguns exemplos notáveis, como quando Britney Spears, ao ser perseguida por paparazzi, perdeu a paciência e mostrou seu dedo do meio em público.
Atualmente, o gesto de mostrar o dedo do meio ainda é visto como uma ofensa em diversas culturas do mundo, no entanto, em meados dos anos de 1950 e 1960, quando surgiu o movimento da contracultura, esse sinal também passou a significar rebeldia em meio aos jovens.
No entanto, a origem desse gesto não está na Grécia Antiga, uma vez que, segundo estudiosos, esse costume se apresenta também entre os macacos, porém de uma forma mais direta. Dentre esses animais, o insulto se dá propriamente com a exibição do falo aos seus oponentes frente a um conflito.
Em outra obra, “Gestures, their Origin and Distribution” (Gestos, sua Origem e Distribuição), o zoólogo britânico Desmond Morris conta que o imperador romano Calígula (12-41) costumava fazer com que seus súditos beijassem seu dedo do meio, ao invés de sua mão, como era o hábito. Isso não só chocava os servos, como realmente consistia em uma tremenda humilhação.
Da Grécia para Roma. Os romanos tinham o seu próprio nome para o gesto: digitus impudicus. Em um dos textos do poeta romano Marco Valério Marcial, há uma menção a um doente que mostra o “dedo indecente” ao se deparar com três médicos.