O Que Pulso De Morte Em Freud?

O que pulso de morte em Freud

Le développement de le concept de pulsion de mort dans l'œuvre de Freud

Indicadores

Como dito anteriormente, em um primeiro momento Freud acreditava que todas as pulsões consistiam em movimento psíquico, pois seriam decorrentes de um quantum de energia que impelia o psiquismo à ação. O pai da psicanálise nem mesmo tentou propor quais seriam as possíveis pulsões existentes, mas acreditava que se dividiam em dois grandes grupos: autopreservação e sexuais.

_______. La parte maudite,Paris, Éditions de Minuit, 1967. BIRMAN, J. "Alquimia no sexual", in A ordem do sexual, Rio de Janeiro, Campus, 1987. BREUER, J. & FREUD, S. (1893-95) Estudios sobre la histeria, Buenos Aires, Amorrortu Editores, 1975.

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"O antes, a primeira vez, não é menos repetição do que a segunda ou a terceira vez... a repetição já não incide (hipoteticamente) sobre uma primeira vez que pode dela subtrair-se e de qualquer modo lhe permanece exterior; a repetição incide imperativamente sobre repetições, sobre modos ou tipos de repetição.

Isto porque na neurose obsessiva, a desfusão de amor em agressividade é o resultado de uma regressão que ocorreu no id, que faz com que os impulsos amorosos transformem-se em agressividade contra o objeto, buscando destruí-lo. O ego tenta lutar contra esses objetivos de forma precautória, mas isso não o protege da punição e severidade do superego, que age como se fosse o ego — e não o id — o responsável pelas intenções destrutivas. Para tentar manter o controle da situação, o ego reage com um auto-suplício interminável, como se realmente fosse culpado (FREUD, 1923/1975, p. 70, 71). Há aqui um equilíbrio de forças entre a autodestrutividade e a agressividade, mas fundamentalmente, há, com o advento da pulsão de morte, a afirmação de uma força "desestabilizante" no sujeito.

Com a semente plantada sobre uma única vertente originária para as pulsões do ego e sexuais, pode-se partir para outro ponto: a construção do conceito de pulsão que se contrapõe à pulsão de vida ou libidinal. Para que houvesse uma pulsão de vida, foi necessário construir-se uma pulsão de morte. Porém, como isto se deu?

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No que tange à tendência para reduzir ou controlar este quantum, Freud (1895/1996a) apresenta o princípio da inércia e o da constância. O autor discute que há um princípio "de inércia neuronal" em que os "neurônios tendem a se livrar de Q", sendo Q uma quantidade de estímulo (p. 348). Livrar-se da quantidade, ou seja, manter Q a zero, consistiria em uma função primária do sistema nervoso, e que o organismo teria, na verdade, que abandonar. O organismo precisaria se acostumar a suportar uma carga de Q, oriunda das estimulações endógenas, para então poder satisfazer as exigências de vida. Isto não quer dizer que o princípio de inércia é completamente abandonado, mas que é modificado. O organismo passa, assim, a buscar manter constante a quantidade de energia interna.

A segunda teoria pulsional é uma das teorias mais controversas da metapsicologia psicanalítica. Segundo Roudinesco e Plon (1998), tal teoria gerou enorme repercussão e rejeição dentro da psicanálise, com alegações da falta de embasamento empírico para a existência de uma pulsão de morte. Houve teóricos que se debruçaram sobre este conceito apresentando reformulações e ou acréscimos, como é o caso de Jean Laplanche, André Green, Melanie Klein etc., e outros que não aderiram a esta ideia freudiana, como é o caso de Winnicott.

The freudian concept of instinct (Trieb) and some of its epistemological implications

The freudian concept of instinct (Trieb) and some of its epistemological implications

Porém, segundo Laplanche (1988), Eros é só uma parte das pulsões sexuais. As pulsões sexuais de vida são as pulsões sexuais ligadas, que buscam a totalidade, a construção, a síntese; buscam manter constante a pulsão; já as pulsões sexuais de morte têm por fim a descarga total da pulsão, e a desunião. Segundo Laplanche (1993/1997, citado em Netto; Cardoso, 2012), a pulsão de morte, seria, na verdade, os aspectos "menos narcísicos e mais desestruturantes, fragmentados e fragmentadores da pulsão" (p.535), ainda "o que chamo 'pulsão de morte' é a sexualidade infantil funcionando de modo puramente anárquico" (2007b, citado em Netto; Cardoso, 2012, p. 536).

"Aqui surge a questão, que merece consideração cuidadosa, de saber se este [a transformação de libido objetal em narcísica] não é o caminho universal à sublimação. Toda sublimação não se efetua através da mediação do ego, que primeiro muda a libido objetal em narcísica e, depois talvez passa a fornecer-lhe outro objetivo? Posteriormente teremos de averiguar se esta mudança não pode ter como conseqüência outros destinos das pulsões; produzir, por exemplo, uma desfusão das diversas pulsões que se acham fundidas" (p. 32)

Neste último trabalho, Freud (1914/1996h) desenvolve uma ideia que começou a chamar-lhe a atenção a partir dos estudos sobre a esquizofrenia ou demência precoce. O autor, que procurava articular a teoria da libido a estas patologias, percebeu que nestas ocorria à retirada de investimentos do mundo externo e o investimento no eu. A esta atitude, de "tratar o seu próprio corpo da mesma forma pela qual o corpo de um objeto sexual" (p. 84), deu o nome de narcisismo, e a considerou como, em certa medida, algo que se pode atribuir a todo ser humano.

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Desta forma, Freud está novamente frente à tendência do organismo de buscar a inanição, a ausência de excitação, a morte. Porém, desta vez, toma tal tendência do organismo como algo mais significativo, tanto por tê-lo percebido como algo bastante fundamental ao psiquismo, como também por tal tendência opor-se fundamentalmente à concepção das pulsões do ego e objetais, já que estas falavam de movimento, de investimento, de catexia, enquanto aquela dizia respeito a diminuir todo o esforço com vistas a obter o equilíbrio e a ausência de excitação.

A análise, portanto, nem sempre é capaz de prevenir o retorno do mesmo conflito. Na sequência do texto, Freud argumenta que também não há a possibilidade de prevenir, a partir do trabalho analítico, a emergência de conflitos futuros. Mas de que maneira a intensidade pulsional imporia limites à terapia? Após refletir sobre a deformação do ego presente nas neuroses, Freud esclarece essa questão e a vincula ao conceito de pulsão de morte.

Main actions

_______. Entre o tempo e a eternidade, Rio de Janeiro, Companhia das Letras, 1992. REIF, F. Fundamental of statistical and thermal physics, Nova York, McGraw Hill, 1965.

A ideia de uma pulsão de morte se desenvolveu ao longo da teoria freudiana de forma paulatina. Desde Projeto para uma psicologia científica Freud (1996/1895h) estabelece as bases para o que seria reconhecido posteriormente como a pulsão de morte. Nesse trabalho, em que o autor buscava uma forma neurológica de explicar o funcionamento do aparelho mental, ele fala da existência de um quantum que circula e movimenta o aparelho mental e de uma tendência desse aparelho para reduzir, ou controlar esta quantidade.

O conceito de pulsão permite-nos, portanto, compreender os fenômenos psíquicos pulsionais como aqueles que representam, no sentido de estar no lugar de outra coisa. Isto é, a pulsão seria a representante dos estímulos corporais no psiquismo. Mas aqui Freud se depara com uma dificuldade inexistente em afasias. Lá, a necessidade era encontrar uma maneira de separar metodologicamente ao máximo a dimensão psicológica da dimensão fisiológica dos processos da linguagem: "Nós examinaremos, agora, quais são as hipóteses necessárias para a explicação das perturbações da linguagem [...] Para tanto, nós separaremos o máximo possível um do outro o lado psicológico e o anatômico do tema" (FREUD, 1891, p. 75, tradução nossa). Agora, trata-se de compreender o modo de relação entre essas duas dimensões. Como essa relação poderia ser concebida à luz do conceito de pulsão? Sabemos que desde o texto sobre as paralisias histéricas, de 1893, Freud (1964a) já havia demonstrado os limites da concepção fisicalista dominante, que defendia o determinismo do físico sobre o psíquico, determinismo este que reduzia o alcance da terapia, uma vez que a causa última das perturbações mentais continuava a ser atribuída à degeneração hereditária (FREUD, 1964c).

O que é a pulsão de morte?

Pulsão de morte (em alemão: Todestrieb), também conhecida como Tânato, é um termo introduzido pelo psicanalista austríaco Sigmund Freud em 1920. ... Este conceito foi traduzido como "oposição entre os instintos do ego ou da morte e os instintos sexuais ou de vida".

O que é pulsão de vida e de morte?

A pulsão de vida e a pulsão de morte designam movimentam naturais para o limiar da existência. Enquanto a outra se inclina à preservação, a outra faz o caminho oposto, de modo a erradicar uma existência. A todo o momento cada uma dá sinais de assumir o controle, desde ações mais simples ou eventos determinantes.

O que é pulsão de morte para Lacan?

“Toda pulsão é virtualmente pulsão de morte” (LACAN, 1964/1998, p. 863), dito de outro modo, em toda pulsão existe essa possibilidade de uma transformação do prazer em gozo, a partir do que Lacan chama uma ultrapassagem do princípio do prazer. ... Ele vai no sentido da morte, da destruição.

Por que o princípio do prazer estaria a serviço da pulsão de morte?

Segundo Freud, a pulsão de morte se remeteria a um campo que se dirige para além do princípio do prazer, ou seja, não corresponderia à tendência do aparelho psíquico em abaixar seu nível de desprazer interno, de tal forma que sua presença poderia ser observada clinicamente através da compulsão à repetição do ...

O que é a pulsão na psicanálise?

Sigmund Freud descreve a pulsão como um conceito "situado na fronteira entre o mental e o somático, como o representante psíquico dos estímulos que se originam no corpo - dentro do organismo - e alcança a mente, como uma medida da exigência feita à mente no sentido de trabalhar em conseqüência de sua ligação com o ...

Quais são as Pulsoes Freud?

RESUMO - Discutem-se o sentido e a tradução de "Trieb" (pulsão, instinto) e analisam-se os conceitos de pulsões sexuais, de autoconservação, de vida e de morte, nas obras de Freud. Evidencia-se que as duas teorias freudianas das pulsões utilizam conceitos bem distintos sobre o que é pulsão.

O que é pulsão agressiva?

A pulsão agressiva será excitada de modo particularmente intenso pelas pulsões [orgânicas] primárias cuja satisfação não pode esperar muito tempo, como é o caso da pulsão de nutrição e de hidratação, e como pode por vezes ser também o caso da pulsão sexual e da pulsão de observação (vaidade) e, mais especialmente, ...

O que é pulsão para Freud?

Sigmund Freud descreve a pulsão como um conceito "situado na fronteira entre o mental e o somático, como o representante psíquico dos estímulos que se originam no corpo - dentro do organismo - e alcança a mente, como uma medida da exigência feita à mente no sentido de trabalhar em conseqüência de sua ligação com o ...

O que é o princípio do prazer para Freud?

Segundo Freud, o princípio do prazer, juntamente com o princípio da realidade, é a base do rumo dos acontecimentos psíquicos e as duas formas de funcionamento mental. O princípio do prazer caracteriza-se pela procura de prazer e ao mesmo tempo de evitamento de dor, sofrimento ou tensão, por parte de um organismo.

O que é o sintoma para Freud?

O sintoma é algo que se repete e que muitas vezes a pessoa não consegue sair dele sozinha, queixa-se de algo causador de sofrimento, porém sente-se ligada a ele, “é mais forte do que eu”. Para Freud, os sintomas têm sentido e se relacionam diretamente com a vida do sujeito que o produz.

O que é um sintoma para a psicanálise?

Na prática da psicoterapia psicanalítica, os sintomas podem ser entendidos como atos, muitas vezes indesejados, que causam desprazer e sofrimento, gerando todo um dispêndio de energia e alguma (ou muita) paralisação do indivíduo na sua vida em geral.

Quais são as Os quatro elementos da pulsão?

A elaboração do conceito de pulsão realiza-se por meio de seus quatro elementos: a fonte, quelle; a pressão, drang; a finalidade, ziel e o objeto, objekt. A fonte (quelle) é o lugar a partir do qual o estímulo pulsional tem sua origem.

O que é pulsão para a psicanálise?

Sigmund Freud descreve a pulsão como um conceito "situado na fronteira entre o mental e o somático, como o representante psíquico dos estímulos que se originam no corpo - dentro do organismo - e alcança a mente, como uma medida da exigência feita à mente no sentido de trabalhar em conseqüência de sua ligação com o ...

Quais são as pulsões?

Freud, no princípio de sua teoria, distinguia várias pulsões distintas que, com o aprimoramento da teoria, foram reduzidas a duas pulsões básicas (em língua alemã, Urtriebe): eros, ou pulsão sexual, para a vida, e tânatos, ou pulsão agressiva, de morte.

Quais são os tipos de pulsão?

Hull diferenciava dois tipos de pulsões: As primárias, oriundas das necessidades biológicas (fome, cansaço etc.), e as secundárias, aprendidas, como o medo.

Quantos tipos de pulsão existem?

Um deles é chamado de pulsão sexual ou erótica e o outro de pulsão agressiva ou destrutiva. Assim, temos então duas espécies de energia psíquica. A energia que está ligada a pulsão sexual, tem o nome de libido e a que está ligada a pulsão agressiva leva o nome de energia agressiva.

O que é pulsão para psicanálise?

Sigmund Freud descreve a pulsão como um conceito "situado na fronteira entre o mental e o somático, como o representante psíquico dos estímulos que se originam no corpo - dentro do organismo - e alcança a mente, como uma medida da exigência feita à mente no sentido de trabalhar em conseqüência de sua ligação com o ...

Como se caracteriza a pulsão?

Na psicanálise, a pulsão é a energia psíquica profunda que direcciona a acção até um fim, descarregando-se ao consegui-lo. O conceito refere-se a algo dinâmico que é influenciado pela experiência do sujeito. ... A pulsão, por sua vez, não tem qualquer objecto pré-determinado.

É regido pelo princípio do prazer?

Esta expressão, juntamente com a de "princípio do prazer", foi criada por Freud, em 1911, para designar os dois princípios do funcionamento mental, ou seja, as duas formas pelas quais o aparelho mental funciona. O primeiro é regido pelo princípio de prazer/desprazer; o outro pelo princípio da realidade.