A inflamação é uma reação dos tecidos vascularizados diante de uma lesão que elimina microrganismos, partículas estranhas e células anormais para viabilizar a reparação tecidual. Esse processo pode tomar rumos diferentes de acordo com a agressividade e resistência do agente lesivo, podendo ser: aguda, onde será autolimitada, durando poucos dias e comumente encontrará afluxo de neutrófilos e presença de exsudato; ou pode ser crônica, ao autoperpetuar-se e durar semanas, meses ou até anos e apresentar um infiltrado de células mononucleares e proliferação de fibroblastos.
A verdade é que a preocupação daquele adulto não era uma inflamação, nossas mãos estão em constante contato com o meio externo, ou seja, geralmente com muitos microrganismos, dessa maneira, ao cutucarmos a ferida, nós praticamente inserimos mais patógenos nela e, dessa maneira, a INFECÇÃO fica cada vez maior. Não se engane, apesar de nos acostumarmos com a ideia errônea de que a inflamação é algo ruim, ela tem funções de extrema importância.
As reações imunológicas também podem ser chamadas de reações de hipersensibilidade, no caso de uma inflamação granulomatosa, vemos um caso de hipersensibilidade tardia (também chamada de Hipersensibilidade tipo IV).
O granuloma tipicamente é uma lesão em que se encontra uma concentração de macrófagos rodeados por linfócitos, quando não é possível digerir o agente, seja inanimados e inertes (corpos estranhos) ou animados de baixa virulência e grande resistência (imunogênicos). Esses macrófagos são derivados de monócitos do sangue que foram agrupados compactamente pelo fator agregador de macrófagos e se assemelham a células epiteliais, sendo por vezes chamados de células epitelioides. Essas células no processo inflamatório granulomatoso se agrupam em massa ou se aglutinam formando uma célula gigante multinucleada, que cerca o corpo estranho e forma uma densa membrana de tecido conjuntivo que encapsula e isola a lesão para conter seu avanço. Com frequência essas células gigantes são denominadas de células gigantes de corpo estranho.
O granuloma é mais comum de surgir nos pulmões em resposta à tuberculose ou aspergilose, no entanto, pode aparecer em qualquer região do corpo, devido a um corpo estranho, como piercing ou pontos de cirurgia, doenças autoimunes, como doença de Crohn ou sarcoidose, ou traumas na unha, por exemplo.
No entanto, quando surgem na pele, podem causar o aparecimento de um caroço doloroso, vermelho ou roxo na pele, como se fosse uma "carne esponjosa", chamado granuloma piogênico.
Todos os dias, acordamos, saímos para o trabalho, escola, faculdade e nesse dia a dia podemos sofrer pequenas ou grandes injúrias. É para isso que o sistema imunológico criou um grande e complexo mecanismo de reparo para o organismo. Este mecanismo é a inflamação e é sobre uma parte específica da inflamação que falaremos neste artigo.
A inflamação crônica apresenta padrões que podem ser inespecíficos ou específicos, que é o caso da inflamação granulomatosa, pois, de acordo com a arquitetura histológica, muitas vezes é possível realizar o diagnóstico da doença mesmo sem a visualização do seu agente causal. Esse tipo de inflamação ocorre quando há agentes agressores difíceis de serem erradicados, formando uma aglomeração de células de defesa para envolver o agente agressor na tentativa de contê-lo. Por ser um mecanismo de defesa, uma boa resposta imunitária celular é essencial para a organização dos granulomas.
Bom, como já nos foi apresentado no item 3.2, uma das principais características da inflamação crônica é que esta se dá de maneira mais lenta e arrastada, podendo levar semanas, meses, ou até o resto da vida. Esse fato nos indica que alguns agentes infecciosos podem ser mais resistentes que outros. Sendo assim, as células imunológicas se unirão no local onde o agente infeccioso está e se agruparão formando um granuloma. Logo, dizemos que o granuloma é uma aglomeração de leucócitos.
A inflamação granulomatosa pode formar-se de três maneiras, sendo que uma delas ocorre em certos estados patológicos, tornando importante conhecê-las para reconhecer condições que possam ser ameaçadoras à vida do paciente. De acordo com a patogênese, podem formar-se das seguintes maneiras:
O infiltrado de linfócitos TCD4+ começa a ser substituído por macrófagos que passam a ser ativados se tornando grandes e planos, e nesse momento passam a ser denominados de células epitelióides. Depois de ativadas, essas células são estimuladas, por citocinas, a se fundir e formar Células Gigantes multinucleares, também conhecidas como Células de Langhans. Enquanto isso os linfócitos TCD4+ indiferenciados são proliferados pela IL-2 (IL = Interleucina), e em seguida são diferenciados em linfócitos Th1 e Th17 pelas quimiocinas produzidas por moléculas apresentadoras de antígenos. Os Th1 produzirão IFN-γ que aumenta a capacidade de fagocitose do macrófago e é um fator de crescimento. Quando essas células gigantes se acumulam e são circundadas por linfócitos há a formação do Granuloma.
Além disso, o granuloma piogênico pode ser causado ou agravado pelas alterações hormonais normais da gestação, sendo conhecido como granuloma gravídico. Veja outras causas do granuloma piogênico.
Tomando como base a patogênese, existem dois tipos de granulomas. O granuloma de corpo estranho ocorre na presença de corpos estranhos relativamente inertes de difícil fagocitose, como fios de sutura. As células epitelioides e as de corpo estranho se acumulam ao redor do material estranho. O granuloma imune ocorre em alguns casos específicos, geralmente infecciosos. Geralmente o agente indutor do granuloma é dificilmente eliminável, ativando uma resposta imunológica mediada por linfócitos T CD4, principalmente TH1. Essa resposta imunológica recebe o nome de Hipersensibilidade do Tipo Tardia, ou inflamação imune.
Outros tratamentos que podem ser indicados pelo médico e que variam de acordo com o tipo de granuloma são remédios anti-inflamatórios, corticoides ou imunossupressores, por exemplo.
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No caso do granuloma ter sido causado por infecções por bactérias, fungos ou parasitas, o médico deve indicar o uso de remédios antibióticos, antifúngicos ou antiparasitários, para combater a infecção.
O diagnóstico do granuloma é feito pelo clínico geral, pneumologista ou infectologista, através de exames de imagem como raio X, ultrassom ou tomografia computadorizada. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de uma biópsia do granuloma, para confirmar o diagnóstico.